[quote=ViniGodoy]É, Kiko. Essa conversa vem desde que o Delphi propos o conceito de RAD. Na verdade, talvez venha de antes também. Os nomes do “faça-fácil” só mudam, e sempre existem os desenvolvedores empolgados demais com a tecnologia, e esperando milagres.
Lembro-me que uma vez vi um sistema inteirinho desenvolvido usando o RAD. Era um inferno dar manutenção naquilo, mesmo que o Delphi apresentasse conceitos bastante sólidos. Coisas aconteciam magicamente e até um desenvolvedor novo mapear todos os atributos que foram definidos em campinhos espalhados pelas dezenas de formulários da aplicação, já se foram os prazos.
Como tudo na informática, abre-se mão da flexibilidade em prol da produtividade. Entretanto, quanto menos flexível você se torna, mais limitado também é o escopo da sua solução. Se você usa scaffolding demais, vai estar limitado apenas ao que os projetistas do grails imaginaram que é um sistema “default”. Se você mesmo se amarrar nesse código, terá um sistema de difícil manutenção e adaptação, embora efetivamente o tenha construído em tempo recorde.
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Velha é o apelido desta história
Mas o que REALMENTE me chocou foram algumas das perguntas que venho recebendo no meu e-mail. Há poucos dias atrás, um sujeito que está terminando o seu TCC sobre Grails me veio com as seguintes perguntas:
- Aonde fica a classe String?
- Aonde eu altero a visualização das minhas páginas?
- O que é um controlador?
E ai eu fico pensando: putz, como alguém que está formando, executando um trabalho de conclusão de curso pode não saber ABSOLUTAMENTE nada sobre o próprio assunto? É quando cai a ficha do porquê da escolha de RoR ou Grails por este tipo de “profissional”: à primeira vista, graças ao scaffolding, você consegue “enganar” quem está te examinando.
E acredite, tenho recebido alguns e-mails pelo Grails Brasil de “profissionais” que começaram a VENDER sistemas feitos exatamente assim. Sinceramente, acredito que precisamos iniciar um trabalho de conscientização dos clientes a respeito deste assunto, porque estas criaturas estão simplesmente DESTRUINDO a nossa imagem profissional.
Do outro lado, acredito que deva ser também desenvolvido um trabalho junto a estes “profissionais” esclarecendo o que vêm a ser e para que deve ser usada a geração de código por estas e outras ferramentas.
Resumindo: é um problema de educação.
Não sou contra o scaffolding, mas tenho TUDO contra aqueles que se esquecem que ele é apenas um andaime, e nada mais do que isto. Este é o real problema para mim.