[quote=bobmoe]
Acho que nem é por realidade de salário do RS, é pq o perfil é outro mesmo.
Eu bato na tecla de receber um bom salário por desempenhar tarefas desafiantes e os funcionáros respondem com argumentos tipo paixão e ambiente legal, como se dinheiro fosse excludente.
Pra mim, no fundo, no fundo empresas com perfil do Google ou TW, a pessoa necessariamente não deve ter um perfil empreendedor.
Não que isso seja ruim, mas é totalmente incompatível com minha mentalidade de emprego e mercado: prestação de serviço.
[]s,
roberto[/quote]
Eu pensei bastante antes de responder esse, porque já rolou muita discussão. Mas acho que vale a pena dar minha opinião pessoal. Pode me dar a grana que for, eu não trabalho mais em empresa em que eu não tenho voz, não posso pensar em melhorias que o meu “chefe” não permite, tenho 15 pessoas a cima de mim, que eu preciso pedir permissão pra ir no banheiro, que a roupa é mais importante que você, que tem privilégios só pra diretor, que você é mal visto se começar a reclamar das coisas e etc etc.
Todos nós trabalhamos ou ainda trabalham em empresas assim. Não quero mais muito obrigado. O que eu ganhei na TW foi meu inglês que melhorou muito, converso com pessoas do mundo todo (indianos, alemães, americanos, australianos, africanos, chineses e etc). Também pude ir 2x para os EUA, passei quase 2 meses lá. Melhorei muuuito o jeito como programo, trabalhei com pessoas realmente fantásticas e tenho desafios fantásticos pela frente. Hoje eu tô num projeto para criar um software pra um dos maiores hospitais no Haiti, chamado Mirebalais (mais informações aqui). Outros projetos bacanas que a TW Brasil faz sem cobrar nenhum centavo estão aqui: Voto como Vamos que foi uma plataforma usada antes das eleições para acompanhar e discutir as propostas de cada candidato, foi usada em POA, e mais algumas outras cidades do RS. Outro projeto bacana é o site da Vila Pinto . Vila Pinto é uma comunidade carente em POA e um grupo de TWers se juntaram para poder fazer um site para arrecadar fundos para o CEA (Centro de Educação Ambiental). Esses projetos ainda estão sendo desenvolvidos, porém já estão dando frutos. Aliás, a Marli Medeiros a fundadora do CEA foi no nosso Away Day esse ano como palestrante e falou para uma platéia que veio do mundo todo (com direito a tradução simultânea para o inglês). Falando em Away Day quem foi esse ano dar uma palestra também foi o glorioso Luca Bastos, confira o depoimento dele aqui. Outro palestrante conhecido aqui no Brasil é o Rodrigo Yoshima que foi no Away Day do ano passado, confira o post dele aqui.
Isso quer dizer que a TW é perfeita? NÃO! Isso quer dizer que a TW é dona da verdade? NÃO! Isso quer que a gente tem o direito de defender as nossas idéias respeitando as dos outros e esperando que os outros respeitem a nossa? SIM! Temos muito a melhorar e temos um foco muito importante nisso. Entretanto, gostamos de divulgar o que funciona pra gente. Um dos exemplos é o radar que lançamos. Aquilo nem de longe é a verdade pra muitas empresas, mas é a verdade pra gente. Inclusive gostaríamos que mais empresas fizessem algo parecido para aprender com o que funciona pra elas.
O principal bem da TW são as pessoas e a gente valoriza elas (inclusive com dinheiro, afinal, não sei de onde saiu a lenda que Thoughtworkers só vivem de luz do sol e paixão pelo que fazem). Eu me sinto ouvido na TW e muitas das coisas que eu sugeri e reclamei a gente implementou ou me mostraram que eu tava errado. Nenhuma vez foi ignorado. O dono da empresa (digo da TW global) aparece no Brasil umas 3 vezes por ano e é aberto a você chegar e trocar uma idéia com o cara. Pensa em quantas pessoas que trabalham em multi-nacional podem fazer isso.
De longe, foi o melhor ano que eu tive profissionalmente falando, aprendi muuuita coisa. Essa é a minha opinião, muito provavelmente outros TWers terão outras. É só correr na internet que tu acha alguém blogando sobre. Só vamos respeitar e manter o alto nível do debate.