MadeInJava,
Devo discordar de você é vários aspectos, estou na área há 12 anos, comecei como auto-didata e hoje estou concluindo meu curso de Análise.
No momento sou encarregado pelo setor de desenvolvimento da empresa que trabalho, sempre temos vagas disponíveis, diariamente entrevisto candidatos e já vi mais absurdos do que você pode imaginar.
O mercado de programação e análise é um dos que mais tem vagas disponíveis desde que eu era menino, e isto não se dá por uma razão qualquer. Pode parecer um pouco de arrogância da minha parte, mas existe algo na nossa área que curso nenhum pode ensinar, que é o “TALENTO”.
O grande problema das empresas é que elas procuram sempre o cara que tem “TALENTO”, e não o cara que ralou para aprender. Não estou dizendo que este é seu caso.
Mas há também aqueles caras que, apesar de não terem o talento natural, são desenrolados o bastante para competirem lado a lado com programadores natos. Dou uma atenção especial a estes, ou melhor, até os prefiro por um detalhe, o programador nato é tão bom, tão bom, que chega ser arrogante e prepotente, ao passo que o cara esforçado, em sua humildade, pode superar qualquer programador nato. Eu poderia dizer até que o cara esforçado se torna um programador naturalizado.
Eu tenho a seguinte linha de pensamento:
Um médico tem que entender de química, biologia e anatomia.
Um advogado tem que entender de leis, política e diplomacia.
Um engenheiro tem que entender de matemática, física e infra-estrutura.
Um analista de sistemas tem que entender tudo acima para resolver os problemas dos outros profissionais.
Veja bem o peso da minha afirmação.
Quando digo que um analista tem que entender de tudo, quero dizer que ele é um cara que procura a informação, é um cara desenrolado que pode não ter pleno domínio sobre tudo, mas é um cara que entende de tudo um pouco e é desinibido o bastante para dominar o assunto do qual ele precisa para desenvolver um sistema.
Um verdadeiro analista é um cara que não tem preguiça de ler, estudar ou escrever, é um cara que questiona desde a criação do homem até o equilíbrio geométrico de uma torre de latas de cerveja.
Inglês? Espanhol? Russo?
Do you understand what I mean!
Compreendes o que te digo!
Vy znayete, chto ya imeyu v vidu!
Lígua é algo que também não é entrave para um programador, se ele não sabe, ele procura e estuda, e não se esconde na desculpa mais antiga do mundo “existem bons programadores que não falam inglês”…
Esta desculpa, na minha opinião, é a pior balela do mundo. Procure dentre os maiores e melhores programadores brasileiros, qual deles não fala inglês? Se você conhece um bom programador que não fala, você disse bem, ele é só “bom”.
Peço desculpas a todos, mas inglês é tão fundamental para um programador quanto é a lógica de programação, até porque 90% do conteúdo disponível para programadores está em inglês, e mais de 90% dos conteúdos mais avançados não são compreensíveis só com um inglês técnico.
O programador desenrolado pode começar como estagiário, mas ele acaba empregado em menos de dois meses, digo isso por conhecimento de causa, pois acompanho seleções diariamente.
Agora me vem aquelas velhas perguntas que não querem calar?
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Você se considera um programador nato ou esforçado?
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Você busca a informação, ou usa a velha desculpa “programadores bons podem resolver um problema sem ‘isso’”?
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Você desenrolaria um problema, mesmo que ele utilizasse uma tecnologia que você não conhece?
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Você procurou estágio ou emprego com humildade, foi avaliado e reprovado? Ou você sequer procurou?