Porque nao trabalhar em consultorias

Embora eu concorde com muito do que se diz a respeito de empresas de consultoria de 3 letras, acho muito difícil alguém que está começando ir direto para um “cliente”.
Aliás, vou um pouco além.
Estas empresas são conhecidas pela exploração da mão de obra, mas, é fato que é possível aprender muito nelas.
De todas as pessoas que conheci desde que ingressei na faculdade em 2006, a grande maioria tem seus primeiros passos gravados nesse tipo de consultoria, com CLT “alternativo” (ou gambiarra).
Poucos são os casos de PJ, mesmo por que, para um jr negociar valores é uma questão bem complicada, afinal, qualquer oportunidade será aceita ou, segundo a crença da consultoria e do pobre iniciante, outros 300 estão ali esperando aquela vaga.

Eu comecei em uma consultoria de 3 letras (que tinha mais, mas é mero detalhe).
Aprendi muito, claro que já possuía uma boa base, mas, aprimorei meu conhecimento. Nesse ponto, acho válido.
Mas, da mesma forma que eu fiz, sugiro que a partir de 1 ano de vínculo, procure negociação de salário, se chegarem a um patamar que agrade, aguente um pouco mais. Senão, o mercado tá aberto. Sempre existem vagas.

Mas o problema que essas empresas(não consultorias) não divulgam essas vagas com frequência.

Em absoluto, não tenho uma estimativa formal, nem fiz uma pesquisa, mas estimo que 70% do mercado de desenvolvimento aqui em Curitiba esteja nas mãos das consultorias.
Isso deve ser meio que constante em grandes centros.
Vagas para TI existem, em pequenas empresas, mas a perspectiva de crescimento não são maiores que nas consultorias
E também é muito mais complicado participar de um processo seletivo de 1, 2 meses ou até mais, dependendo o caso, para quem tem faculdade para pagar, contas de casa e até mesmo família, eventualmente.

Mas você concorda que grandes industrias, bancos etc não divulgam essas vagas para ti em sites de emprego? Isso divulga para se candidatar.

Foi o que eu quis dizer.
Poucas são as vagas disponibilizadas para as grandes empresas

Outra forma de explorar a mão de obre é o regime de “fábrica” de software, nada pode ser pior.

Duas perguntas, por que? e qual seria o melhor regime?

Fábrica de software é similar a escravidão, o programador não tem vida. O ideal é atuar em projetos internos na empresa, em equipes multi disciplinares, já atuei desta forma e foi bem legal.

Atuei nos dois e, posso dizer que não tem muita diferença.
Quando você é jr e não sabe muito bem onde está se metendo, pode até ser que não consiga gerenciar seu tempo.
Agora, se você já tem um tempo de estrada e mesmo assim ainda se deixa explorar, bem, o problema é você.

Projetos são bastante interessantes, mas, quando o analista ou o gerente de projetos são ruins, você acaba dispendendo mais tempo em coisas inúteis e, tendo q compensar isso para entregar no cronograma que geralemente é menor que o necessário.
Numa fábrica, isso também ocorre, mas o impacto é menor.

Ao menos no meu ponto de vista.

bom eu já não concordo com praticamente tudo

o que tenho reparado no mercado é exatamente ao contrário: trabalhar em grandes empresas não parece ser muito legal

bom, consultorias 3 letrinhas nem se fala. Quanto a isso eu concordo contigo.

mas muitas consultorias não-3-letrinhas acabam agregando muito conhecimento profissional e pagando melhor do que alguns bancos, telecom(s) e afins

conheço algumas consultorias parceiras de grandes empresas de TI por ae que são justamente as empresas que pegam os piores trabalhos, os mais difíceis e que são a salvação de muitas grandes empresas de TI. Os salários para os consultores são consideravelmente altos, principalmente comparados com as empresas do setor privado. Claro, estou falando de PJ, porque consultorias que seguem a CLT, são poucas e… aí sim, pagam muito pouco.

nem devemos citar nomes porque senão daqui a pouco o guj vai receber outra liminar e aí já viu

Geralmente as empresas que não tem como sua atividade fim a área de TI são melhores para se trabalhar com TI, mas isso não envolve sempre uma regra. O problema das consultorias é que o grosso (codificação, desenvolvimento…) os clientes não querem fazer, e passam ou repassam para as empresas de consultoria (para isso que elas são pagas) então, se encontra várias perdas de know-how, timing, documentos e pessoal e torna muitos dos projetos uma verdadeira bola de neve de tormentos e problemas.

[quote=Maracuja]
Pois, talvez como consultorias podemos entao especificar um pouco mais, diria; as Grandes consultorias que conhecemos muito bem. Acho que pequenas consultorias, e especializadas talvez possa ser interessante tambem (eu estava em uma dessas e la fiquei por 3 anos, estava relativamente satisfeito; e trabalhava alocado em cliente). Mas as tal grandes… essas… sao outra historia.[/quote]

Poisé cara, as ditas “grandes”, pra muitos profissionais de TI, são o sonho de lugar para se trabalhar, entretanto quando tu entras nessas empresas, o pesadelo começa.

No início é engraçado: promessas de projetos internacionais, você ganha conta bancária em bancos que na tua cabeça, tu acha que é “O CARA”, projetos fodas, pagamento de curso de idiomas e assim por diante. Ah e você vira um cara tipo “lalala softzista, lelele hardwarer, liliano”, tal como certas empresas denominam seus funcionários.

Os processos seletivos são, normalmente, longo e difícieis, mas são cômicos também: a dificuldade foi feita para dar aquele ar de “aqui só trabalha gente foda” e, aí, caso tu passe no teste, a empresa te oferece um salário lá em baixo com uma mensagem subliminar: “oh, estamos te dando uma chancezinha pra tu trabalhar conosco, mas saiba que tu és um nada”

e assim a vida segue :smiley:

Sabe o que eu acho mais interessante num tópico como este?
Qual o público alvo.
Por que, se uma pessoa já passou por uma dessas consultorias, sabe de cor e salteado o que está escrito aqui.
E, se for um noob, ele tem três opções:

  • Ignorar os conselhos e ir por conta e risco;
  • Lamentar e aceitar, pois precisa do emprego;
  • Entrar em desespero, pois, sem experiência, nenhuma empresa “boa” contrata ´;

Esse é o reflexo atual.
Em um mundo onde um estagiário precisa ter o conhecimento quase igual a um sênior, fica difícil esclarecer as cosias assim.
De certa forma, são os funcionários que fazem as empresas ruins, pois, a maioria ainda pensa “ruim com ele, pior sem ele”.
A realidade brasileira não permite que todos tenham o direito a escolher. Não vou entrar nos méritos de capacitação, pois, se a grande maioria não tem um salário digno, como vai se capacitar?

Aí eu vejo iniciativas como o guj, as apostilas da caelum e da k19, por exemplo.
E muita gente não sabe aproveitar isso. Simplesmente desdenha ou prefere trollar.

Claro que é possível começar a carreira já ganhando muito bem. Mas isso é raro. Em cada 100, sei lá, uns 5 conseguem.
A grande maioria precisa ralar e ralar muito.
Veja, por exemplo, o sr. Senor Abravanel. Ou o Steve Jobs. Ralaram muito. Já o Mark Facebook, teve sorte… Quantas redes sociais existem hoje? Quantas deram certo? Quantas deixaram seus fundadores bilionários?

É bom ter objetivos maiores, sonhos, isso move a vida e nos motiva. Mas é importante saber que se dá um passo de cada vez.
Se não houver outras oportunidades, agarre a que se abriu. Faça o melhor, estude, não pare no tempo, não seja presunçoso a ponto de achar que é demais para ser jr, sem nem ao menos ter idéia do que um pleno faz.
E não culpe os outros por seus erros, admita, as pessoas erram.

Olha, se tu trabalha numa consultoria e tira R$ 70/hora, grosseiramente, isso dará ~ R$ 11.800,00/mês. Levando em conta que, INFELIZMENTE, um consultor tira esse valor (e estou falando de São Paulo-Capital), não acho plausível um Analista Sr. compactuar com essa bandalheira de PJ, é uma opinião de quem foi PJ, em diversas consultorias, e sabe que existem diversas empresas que pagam bem para CLT em São Paulo, com tudo o que a LEI manda. Eu não sou um legalista, mas em termos de relação de trabalho, percebi que se existir de fato, uma unidade em torno dos profissionais de TI, com a metade da combatividade dos bancários, essa palhaçada mencionada pelo criador do tópico irá melhorar muito, pois é dentro da LEI (contratação CLT) que se muda as regras do jogo.

[quote=Maracuja]
Eu mesmo nunca tive ninguem que me desse essa tipo de “dica”, eu tive que aprender na “marra”.

Somente isso.

[]`s[/quote]

E se tivesse tido esse feedback, teria preterido um salarinho mixo e trabalho árduo para tentar entrar na google?

É válido para alertar, dar uma posição, por que eu conheço muita gente q gosta do ambiente. Tirando a parte do pelourinho e chibatadas, remuneração pífia, é extremamente importante ressaltar que se aprende muito nessas empresas.
Não que numa IBM, Microsoft, Google e afins não se aprenda. Só que é muito mais difícil entrar…

Isso ainda está anos luz de nós.
Não temos um sindicato forte (forte = interessado) como os bancários e os metalúrgicos.
Somos canibais, profissionalmente falando.
Olhamos apenas nosso umbigo.
Não estou generalizando, mas a realidade é que enquanto não formos interessados em nossos direitos, não conseguiremos nada.
Seja em SP, PR, RJ, MG ou qualquer outro lugar do Brasil

Eu diria que toda empresa tem seu problema, mais ou menos assim:

  1. Bancos e telecom: muitos utilizam tecnologia propria que não agregam valor ao funcionário. Já entrevistei gente que saiu de empresas desses segmentos e (supresa?) o pessoal está por fora da realidade e não sabe mexer com tecnologias largamente utilizadas em mercado.

  2. Empresas não-TI ou empresas pequenas: você consegue trabalhar legal, mas é extremamente burocrática e é difícil crescer. Aquele velho “promoção só quando meu chefe se demitir ou morrer.” Mesmo saindo o seu chefe, tem outras pessoas na fila pra entrar, boa sorte na concorrência.

  3. Empresas de TI com produto próprio: essas são as que tenho menos experiência, não sei dizer ao certo. Mas vou dizer pelo que vejo através de outros. São empresas boas pra agregar conhecimento e crescer, mas são empresas que você tem que sempre mostrar serviço e crescer, senão é cortado. Ou seja, o funcionário não pode chegar num patamar e dizer “Gostei daqui, não preciso crescer mais que isso, chega de estresse!”

  4. Consultorias: se você não ficar preso a um cliente (alocado) ou projetos semelhantes, a chance para aprender é muito grande (sendo Jr, Pl ou Sr). Não só aprendizado em TI (desenvolvimento, banco de dados, infra), mas aprende a lidar com diversos tipos de empresas, pessoas e processos. Não acho o salário o problema dessas empresas, acho a forma de contratação ruim. Sempre tem aquele “CLT cotas” ou PJ, ou qualquer outra forma ilegal de contratação que só tras dor de cabeça.

Mas, sendo profissional da área e tendo entrevistado diversos candidatos, acredito que o maior problema não esteja nas empresa e sim nos funcionários.

O grande medo das empresas hoje é o que eles chamam de prostituição do desenvolvedor. Muitos ficam pingando de lugar a outro por causa do salário. O pessoal de TI não costuma enxergar a longo prazo, e só poque não ganhou o aumento hoje, acha que vai estar melhor na empresa que está oferecendo mais.
Esquece das férias, esquece do plano de carreira… O pior é que eles acham que estão pensando nisso.

As pessoas que fazem isso realmente conseguem salários melhores, mas não tem futuro em carreira e são mal vistas no mercado.

A questão eu diria que é escolha.
Então, escolham ! ^^

O problema é que a maioria das empresas preferem pagar 4x mais para uma consultoria do que para um empregado para não ter o trabalho de gerenciar rh…

Bom, deve ser porque a maioria das empresas não tem na TI o seu foco de negócio. Particularmente, não vejo muito sentido bancos, indústria de maneira geral, atacadistas e etc. manterem uma equipe de desenvolvedores Java, C# ou seja lá o que for. O que elas precisam num setor de TI é de pessoas que saibam comprar produtos, contratar serviços (inclusive o de consultorias) e medir o retorno de investimento.

Particularmente, me causa a maior estranheza quando dizem (e já vi isso em um tópico) que devemos saber várias linguagens porque o “cliente” pode pedir o produto na linguagem X. Para mim, isso é uma verdadeira aberração, afinal, que diferença faz ? Isso somente é válido se o cliente em questão for outra empresa de TI que quer terceirizar a etapa de um projeto e depois continuar por conta própria ou contratar serviços de outra consultoria. Bom, eu fugiria de empresas que trabalham nesse esquema, pois deve ser uma batata quente com espinhos voando para todo lado.

Estudo da CUT aponta que terceirizado trabalha mais e ganha menos
Este tipo de contrato atinge 25,5% do mercado formal

Fonte: Agência Brasil

São Paulo- Um estudo da Central Única dos Trabalhadores (CUT) mostra que a terceirização de empresas fragilizou a qualidade do emprego no país. O levantamento aponta várias desvantagens na comparação com o emprego direto nas empresas que contrataram essa prestação de serviço. Entre elas, os salários mais baixos e a o cumprimento de jornadas mais longa.

Este tipo de contrato de trabalho atinge 25,5% do mercado formal, o que representa 10,8 milhões de empregados, segundo o estudo. Ele servirá de base para a argumentação do presidente nacional da CUT , Artur Henrique, durante audiência pública sobre a Terceirização e a Mão de Obra, que começa amanhã (3), no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília.

Com base em dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego, o levantamento indica que os assalariados terceirizados ganhavam, em dezembro do ano passado, 27,1% menos do que os empregados diretos.

Enquanto nas empresas terceirizadas quase a metade dos contratados (48%) estava nas faixas de um a dois salários mínimos, nas empresas contrante dos serviços o percentual ficou em 29%. Além disso, a jornada semanal de trabalho nas terceirizadas supera em até três horas a do contrato direto. Se houvesse uma equiparação, alerta o estudo, seriam gerados no pais mais 801,3 mil vagas.

A rotatividade também é maior, informa o documento, com 44,9% ante 22% do regime contratual direto. Do total de 42,6 milhões de empregos formais, 10,8 milhões ocorrem por meio da terceirização. Seis estados concentram nível de admitidos acima da média nacional, de 25,5%: São Paulo com 3,6 milhões (29,3%); Minas Gerais com l,l3 milhão (26,%); Rio de Janeiro com l,08 milhão (26,75%) ; Santa Catarina com 535.176 (27,82%) e Ceará com 356.849 (27,38%).