contratação como cotista

Pessoal, recebi uma proposta para trabalhar como cotista. Diferentemente de PJ, você entra como sócio da empresa e recebe o seu salário líquido, como participação nos lucros da empresa. Alguém conhece esse regime de contratação ? Será que é uma boa ?

Ah sim claro, isso eu já imaginava mesmo. Mas a minha dúvida principal é a seguinte, se, descontando a contribuição para o INSS, fazendo uma reserva equivalente ao FGTS, etc. se compensa em termos de $$$ com relação a CLT, sem falar no IR. Eu verifiquei na declaração e realmente, recebimento de lucros e dividendos são isentos. E aí, você acha que compensou ?

Já ouvi propostas assim e o grande problema pra mim nesta modalidade é quando vc quer se desligar da empresa, não me pareceu ser um processo simples.

e viva a gambiarra nas contratações de TI… eu ja tinha visto N variantes do CLT flex, tinha ouvido falar de grupo de amigos dividindo uma mesma empresa para dividir impostos mas essa eu nunca tinha visto…

Lembre-se que como sócio, se a empresa tiver problemas com a União ou com a justiça, incluindo multas,dívidas ou falência, você estará incluso como responsável.

Vou dar o meu “testemunho” : Também já trabalhei num esquema assim, sendo sócio-cotista. Porém, o que eles fizeram foi o seguinte:
A empresa principal, vamos chamá-la de ABC, a que pegava os projetos, continuou na mão dos dois únicos sócios.Então, eles criaram outra empresa, vamos chamá-la de DEF e nessa colocaram todos os outros funcionários como sócios, mas os dois sócios da empresa anterior tinham 75% da sociedade.
Quando surgia um projeto, a empresa ABC era contratada, e repassava o trabalho para a empresa DEF. Na hora de receber, o valor do projeto que DEF recebia era exatamente a soma dos pró-labore de todos os colaboradores de DEF, sendo que o restante ficava para ABC.

O valor que eu recebia de pró-labore era um salário mínimo, com o restante entrando como ‘antecipação de lucros’. Porém, a empresa da qual era sócio nunca tinha lucro real. O lucro era sempre a somatória das diferenças entre os salários combinados e os salários-minimos de cada sócio. A tal da participação nos lucros de fato nunca aconteceu.
Então, no final eu recebia o mesmo que se fosse um CLT, mas sem 13°, sem férias, sem vale-transporte, sem plano de saúde, pq, em tese, eu também era ‘dono’ da empresa e teria que arcar sozinho, se quisesse, com essas despesas.

Fica a seu critério aceitar ou não, mas EU não aceito mais esse tipo de contratação. Como o amigo acima falou, se der algum problema de multa, sonegação de impostos, falência, etc, o seu nome também estará comprometido.

Não só como responsável, mas se por exemplo a empresa possui 4 sócios e você for dono de 1%, na hora da falência você fica com 25% (é dividido igualmente entre os sócios).

Além disso, a mudança de sócio precisa de alteração no contrato social da empresa, e que eu saiba em São Paulo até a Prefeitura dar o Ok vai no mínimo 3 meses.

Minha opinião: não vale a pena o risco, continue como PJ ou CLT.

Já trabalhei assim. Já faz um bom tempo. Achava, inclusive, que isso não existia mais pra TI.

Pesquise bem a empresa da qual você “vai virar sócio” pq vc não fará parte das principais decisões, apenas de assembléias que você é convocado mas não é obrigatóiria tua presença (tipo reunião de condomínio).

Então, houveram duas situações em que aceitei isso:
Em ambas, eram oportunidades de mudança de área, logo, aceitei para entrar no mercado de trabalho relativo a meus estudos e não pensava tanto nos benefícios do CLT e as propostas foram boas (na visão de dinheiro na mão no mes a mes) mas na época, se fizesse as reservas necessárias, acho que, no máximo, empatava (na verdade, perdia).

A sim, se não me engano, é necessário pagar ISS também.

Questione como funciona o desligamento da empresa (como comentado pelo deniswrosa). É sempre simples se ligar a cooperativas (ainda é esse nome?), mas nem sempre o é no desligamento. Algumas podem te vender a idéia de que, se a empresa contratante te dispensar, eles tentarão te alocar em outra empresa (nunca precisei mas não creio que seja assim).

Outra coisa que ocorreu é que, numa de minhas passagens como cotista foi que a empresa que me contratava tirou a cooperativa e “obrigou” todo mundo a ser CLT. Quem ganhava menos tomou um corte de uns 30% no mês a mês. Quem ganhava mais, foi de 40% a quase 50%.

Minha conclusão: Na época, foi bom, mas hoje, não aceitaria novamente sem um motivo EXTREMAMENTE justo :wink:

Não só como responsável, mas se por exemplo a empresa possui 4 sócios e você for dono de 1%, na hora da falência você fica com 25% (é dividido igualmente entre os sócios).

Além disso, a mudança de sócio precisa de alteração no contrato social da empresa, e que eu saiba em São Paulo até a Prefeitura dar o Ok vai no mínimo 3 meses.

Minha opinião: não vale a pena o risco, continue como PJ ou CLT. [/quote]
Se não me engano, no caso de cotista, é mais simples pois não chega a ser necessária a alteração no contrato social…

Que eu me lembre, essa modalidade foi criada para dar agilidade no setor agrícola. Posteriormente o modelo foi “exportado” para outras áreas como construção civil e TI. Entretanto, em TI, achei que tinha “morrido” sendo substituida por contratos PJ ou CLT-Flex.