[size=22][color=blue]Trabalho no exterior[/color][/size]
“Extraído do site da Globalcode, essa entrevista me chamou a atenção pelos detalhes, entretanto eu não sei dizer se é regra para outros países no caso Inglaterra, Espanha ou melhor Europa, mas acho que vale a leitura”
1. Como funciona os tipos de visto de trabalho?
O principal visto de trabalho é o H1B, que é trabalho especializado temporário.
Esse visto vale por 3 anos, renováveis por mais três. Para obter o visto, você
precisa primeiro encontrar uma empresa disposta a patrocinar o visto (sponsorship).
Esse visto é atrelado à empresa sponsor (ou seja, você não pode trabalhar para
outra empresa), mas é possível transferir o visto para outra empresa. Além disso,
é um visto que permite a intenção de migrar, o que facilita a obtenção do Green
Card depois.
O único problema é que o visto tem uma cota anual atualmente em 65000,
que esgota rapidamente. Pior, esses vistos começam a ser emitidos em Outubro ou
Novembro (no início do ano fiscal, não tenho certeza em qual desses 2 meses),
mas eles começam a aceitar as aplicações em Abril, e elas se esgotam rapidamente
(em 2007, por exemplo, a imigração recebeu mais de 100.000 aplicações em 2 dias,
e parou de aceitar pedidos; essas 100.000 aplicações passaram por um sorteio para
determinar quais 65.000 seriam processadas). Ou seja, para obter um H1B, você
precisa começar o processo de recrutamento por volta de janeiro, para que em meados
de março a empresa tenha preparado a aplicação, em abril aplicado a petição e,
caso você seja 'sorteado', em novembro obter um visto.
Outro problema do H1B é que os dependentes não podem trabalhar. Outras opções são
o visto de negócio (B1/B2) e transferência intra-empresa (L1). O B1/B2 (não tenho
certeza se é B1 ou B2 - um é o de negócios, o outro é o de turismo; geralmente quem
obtém o de negócios também recebe o de turismo) na verdade é mais como um quebra-galho
(enquanto você não obtém um H1B), pois não permite que você receba nos EUA (você teria
que prestar serviços ou ser funcionário de uma empresa no Brasil, essa empresa
prestar serviços para uma empresa americana, que pagaria a empresa brasileira que por
sua vez repassaria o dinheiro para você), nem que permaneça no país mais que uns 3
meses. Já o L1 é uma opção parecida com o H1B (permite que você - e mesmo seus
dependentes - trabalhe e receba nos EUA, e tenha a intenção de migrar), com a vantagem
de não ter uma quota anual. Porém, ela é voltada à transferência de funcionários
entre filiais/matriz de uma empresa americana (ou uma empresa estrangeira com sede nos
EUA), e para isso tem 2 restrições: você precisa ter trabalhado (como funcionário,
e não prestador de serviços) para a empresa no Brasil por 1 ano antes de aplicar o
visto, que é intransferível (ou seja, você não pode trocar de emprego). Essa opção
também é um quebra-galho, porém mais viável caso você trabalhe para uma grande
empresa, pois diferente do H1B, o L1 não tem quota anual.
[b] 2. Qual a renda média de um desenvolvedor nos Estados Unidos?[/b]
Não sei - qual a renda média no Brasil? Ou seja, depende da experiência, área de
atuação, mercado de trabalho, etc. Em geral, eu costumo aproximar que um desenvolvedor
nos EUA ganha proporcionalmente o mesmo que no Brasil. Por exemplo, se o sujeito
recebe R$ 8000/mês em São Paulo ele teria um salário de US$ 100.000 na Bay Area/Silicon
Valley. Parece que é bem mais (tipo, o cara ganharia R$ 250.000), mas os custos aqui
são em dólar, então a proporção é parecida. A vantagem é que as coisas em geral são bem
mais baratas por aqui, exceto moradia (que em algumas regiões - como a mesma Bay Area
e Nova Iorque - é extremamente cara).
[b] 3. O que motivou você a sair do Brasil?[/b]
Quando vim para cá pela primeira vez (em 1999), a intenção era apenas a de morar fora
(pela experiência de vida e aprendizado de inglês) e trabalhar no Silicon Valley. Porém,
uma vez que você acostuma com as coisas daqui, é difícil se re-adaptar a morar no Brasil.
Por exemplo, nos 7 anos que trabalhei no Brasil depois de formado, nunca fui funcionário
de uma empresa, sempre tive que ter a minha e trabalhar como 'terceiro', o que causa
vários inconvenientes (você não tem férias, 13o, plano de saúde, comprovante de renda,
etc...). Já aqui, foi exatamente o contrário, até na primeira empresa que trabalhei
(e que tinha cerca de 15 funcionários quando comecei) eu sempre fui funcionário. Outro
fator que pesa é que é difícil evoluir a carreira técnica no Brasil; chega um ponto onde
ou você vira gerente, ou abre seu próprio negócio, ou estagna.
[b] 4. O que mais gosta daí? O que menos gosta?
[/b]
Eu poderia citar várias coisas que mais gosto (e que vocês estão cansados de escutar : - ) ,
desde futilidades (como não escutar pagode/axé/samba/sertanejo nas rádios : - ) até as
características profissionais citadas acima. Já o que eu não gosto é mais difícil de citar.
Não que tudo seja perfeito, mas eu já me adaptei muito. Provavelmente o pior aspecto é a
distância da família e amigos. Ah, e a ausência de chopps e cupim (pois os bois daqui não
tem aquela corcova : - ) .
[b] 5. Qual o valor das certificações Java nos Estados Unidos?[/b]
Eu diria que o valor é o mesmo que no Brasil, elas apenas indicam que você tem um
certo conhecimento na área. Você não vai conseguir um emprego melhor por ter uma certificação,
nem ser rejeitado por não ter. É apenas um complemento às demais partes do curriculum (como
experiência e formação acadêmica).