Por que emp. de inform. não podem se beneficiar do Simples

Só podem fazer parte do Simples empresas cuja atividade-fim não seja regulamentada por um órgão fiscalizador. Como já debatemos aqui na área de editoriais, empresas de manutenção de PCs são regulamentadas pelo CREA a nível estadual e pelo CONFEA a nível federal. Por este motivo empresas de manutenção não podem ser enquadradas no Simples.

E empresas de informática (programação, análise de sistemas, inserção de dados e afins)? Como já debatemos aqui, a informática não é regulamentada no Brasil.

Pois bem. No apagar das luzes do governo Fernando Henrique Cardoso, o nosso ex-presidente incluiu vários tipos empresas para se beneficiarem do Simples, incluindo empresas de informática e corretores de seguro. Adivinha o que aconteceu pouco tempo depois?

O CRA (Conselho Regional de Administração) se pronunciou dizendo que ele é o órgão responsável pela regulamentação da informática no Brasil. Ora, por favor, alguém me diga o que o CRA já fez pela informática no Brasil além de recolher anualidades de Analistas de Sistemas incautos?

Fica parecendo que o CRA só se pronunciou porque ficou com medo de a informática ser oficialmente decretada sem regulamentação e ele perder uma de suas fontes de receita. Ou seja, é impressionante como as pessoas pensam no Brasil. Em vez de pensarem no benefício de milhares de empresários da área de informática, que teriam uma economia brutal com impostos e, principalmente, com encargos sociais, pensaram somente na ameaça de perderem a sua fonte de renda.

Ora, se o CRA realmente se importasse com a informática no Brasil, teria ficado de bico calado e teria ajudado a milhares de empresários a migrarem para o Simples, terem preços de serviços ainda mais competitivos e, principalmente, gerarem milhares de novos empregos. Como comentamos, grande parte dos empresários não pode ter mais empregados e nem pode aumentar o salário dos seus empregados atuais pelo custo proibitivo dos encargos sociais de nosso país.

Fonte: http://www.clubedohardware.com.br/ed081003.html

É por esses e outros motivos que criar uma empresa regulamentada no Brasil é tarefa para heróis. Uma vez que você tenha já uma renda definida e compatível com os encargos (tributações que chegam a quase 30% do faturamento) pode até ser que consiga sobreviver. Já, se você for criar uma empresa pra “tentar o mercado”, então tem que ter muito lastro, por que o governo não só fica sendo o seu sócio majoritário, como simplesmente não faz nada pra ajudar, só atrapalha.

Ele te fiscaliza, ele te taxa ele te achata e te impede de trabalhar. Torna inviável criar uma empresa.

Este não é, definitivamente, um país onde, com uma idéia na cabeça e muita vontade de trabalhar, você consegue criar as suas próprias oportunidades e crescer pela competência. Você tem que partir já com dinheiro no caixa. Ou seja: ou é filho de papai rico ou só vai pra frente com investidores (estrangeiros ou com ligações com estrangeiros)… daí se você cresce, eles tomam (praticamente) e seu negócio e levam os recursos pra longe daqui.

E o Brasil? Ora, Chico Buarque já disse: “…que não tem vergonha, que não tem juízo, nem nunca terá”.

Vá fazer isso no país “deles”, tenta!
Lá eles honram a terra em que vivem, honram as calças que vestem. Nós? Bem; nós aceitamos isso. Então temos que conviver com isso.

Infelizmente eh a mais pura verdade.

Depois aparecem na midia aqueles documentarios sobre profissionais informais, como regulamentar, as altas percentagens de empresas nao-regulamentadas… ora, que conversinha mole! Enquanto isso o pequeno empresario esta se ralando pra sobreviver em meio a tantos impoostos, taxas, burocracia, ma-vontade do setor publico, etc.

Marcio Kuchma

…e o que mais me assusta em tudo isso é que não tem nada de novidade aqui, mas mesmo assim ninguém faz nada. Eu me incluo, e tambem me detesto por estar nessa categoria, a dos bunda-moles :frowning:

Num plano sensato e bem peh-no-chao: o que podemos fazer nesse sentido para melhorar o quadro?

Mas sem essa de “a sociedade precisa se unir”, “nao devemos aceitar esses absurdos” ou solucoes utopicas do tipo… em suma: o que podemos fazer de concreto e (se possivel) em carater individual para melhorar isso? Nao vale ir para outros paises… :wink:

Marcio Kuchma

Entrar com uma ação coletiva contra o CRA, e conseguir uma liminar para trabalhar como simples enquanto a questão é julgada?

uhahahaha chute na canela. CV seu covarde fujão :shock:

Agora sério, o que o André Breves disse é o melhor caminho, mesmo porque criará jurisprudência e depois fica babinha de conseguir uma liminar válida para toda a categoria (não se enganem, as primeiras valerão apenas para os assinantes da petição).

Ou então emitir nota de digitador e optar pelo simples :wink:

Boa tarde galera…

vc’s vão desculpar a minha ignorância em meio a um assunto tão sério… mas a categoria (programadores, micro-empresas-constituídas-apenas-pelo-próprio-fundador, etc) não têm uma, sei lá, “associação” ou sindicato (falei pra vc’s perdoarem a ignorância) a qual possam recorrer, e se unirem e organizarem a respeito disso?

Sou criança, e estou crescendo… mas um dia chego lá :wink:

e como se pode fazer para iniciar este processo coletivo??
quantas empresas/programadores seriam necessários??

tem algum advogado por aqui?? quanto isto iria custar mais ou menos??

Eu acho que o grande e velho problema não é a grande taxação em cima da receita das empresas, e sim o que diabos é feito com esse dinheiro.

Eu não me importaria de ser supertaxado se eu tivesse um sistema único de saúde decente, educação pública de qualidade, e outras tantas coisas que nós pagamos e não temos retorno.

Agora eu tenho uma dúvida: para a empresa que recebe a nota, faz diferença o emissor ser do sistema Simples ou não?

com a nova legislação que entrou em vigor a pouco tempo (dois meses se não estou enganado) faz pouca,
caso o cara não esteja incluido no simples, (o meu caso) tem que ter alguns discontos na nota fiscal, de impostos recolhidos na fonte (isto da ± 5% posso confirmar a porcentagem amanha), neste caso a empresa que recebe a nota, tem até 3 dias se não me engano, para pagar estes impostos.

caso a empresa que passou a nota esteja incluida no simples, não tem estes impostos retidos na fonte, mas esta é a unica diferença para o cliente.

[quote=“dreamspeaker”]Eu acho que o grande e velho problema não é a grande taxação em cima da receita das empresas, e sim o que diabos é feito com esse dinheiro.

Eu não me importaria de ser supertaxado se eu tivesse um sistema único de saúde decente, educação pública de qualidade, e outras tantas coisas que nós pagamos e não temos retorno.[/quote]

É esse o ponto… esse é o ponto! Pegou na veia!

Vale a pena dar uma olhada nisso

http://conjur.uol.com.br/textos/24830/