Qual é o conteúdo de programação de computadores que é valorizado pelo mercado brasileiro?

Eu recebi informação de um que talvez continua sendo professor universitário e desenvolvedor FreeBSD. Segundo ele, "Infelizmente na TI, no caso do Brasil especificamente, a academia se distancia consideravelmente do mercado, da vida real. Aqui ?quem sabe, faz, quem não sabe ensina? é mais realidade do que deveria ser natural. Tem alguns professores e alunos de doc/post-doc que tentam brigar contra isso e promover essa maior integração entre a pesquisa acadêmica e a vida real, o que o mercado quer/precisa. Porém, as diretrizes do que vale pro MEC, como publicações e afins, são contrárias a essa abordagem. E infelizmente são essas publicações e que valem $$$ pra pesquisas.

La fora é diferente. FreeBSD se favorece muito com isso, alguns grandes produtos no FreeBSD e o trabalho da vida inteira de pesquisadores foram financiados pelo ambiente acadêmico e executado por doutores. De Mckusick à Robert Watson, Luigi Rizzo, e tantos outros developers e produtos criados."

Qual é o conteúdo de programação de computadores que tem mercado brasileiro e qual é o conteúdo programação de computadores que não tem mercado brasileiro?

[quote=assembler]Eu recebi informação de um que talvez continua sendo professor universitário e desenvolvedor FreeBSD. Segundo ele, "Infelizmente na TI, no caso do Brasil especificamente, a academia se distancia consideravelmente do mercado, da vida real. Aqui ?quem sabe, faz, quem não sabe ensina? é mais realidade do que deveria ser natural. Tem alguns professores e alunos de doc/post-doc que tentam brigar contra isso e promover essa maior integração entre a pesquisa acadêmica e a vida real, o que o mercado quer/precisa. Porém, as diretrizes do que vale pro MEC, como publicações e afins, são contrárias a essa abordagem. E infelizmente são essas publicações e que valem $$$ pra pesquisas.

La fora é diferente. FreeBSD se favorece muito com isso, alguns grandes produtos no FreeBSD e o trabalho da vida inteira de pesquisadores foram financiados pelo ambiente acadêmico e executado por doutores. De Mckusick à Robert Watson, Luigi Rizzo, e tantos outros developers e produtos criados."

Qual é o conteúdo de programação de computadores que tem mercado brasileiro e qual é o conteúdo programação de computadores que não tem mercado brasileiro?

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Sim, a distância é grande, mas é pergunta é: Precisa ser pequena?

Uma faculdade serve para te dar base sólida de conhecimentos, não pra ensinar essa ou aquela linguagem, esse ou aquele framework padrão no mercado. Então existe essa distância e ela tem que existir.

Por outro lado existe também uma distância muito grande de processos e análises que são praticados no mercado e dos que são ensinados nas faculdades. Mas nesse caso, não é uma questão de foco, é uma questão de práticas e conhecimentos ultrapassados mesmo.

Apesar de tudo, acho importante notar que uma faculdade não serve para te ensinar uma profissão, você não sairá da faculdade pronto, ele serve para te dar o impulso para que você venha a se tornar um profissional. O resto é com você.

Acho que isso se deve, principalmente, por dois motivos.

Primeiro, o Brasil não é um desenvolvedor de novas tecnologias, como EUA, India e China. Caso fosse, a integração entre os acadêmicos e as empresas seria maior.

Outro ponto também é que o brasileiro gosta de comprar coisa ruim, sabe-se lá porquê. Qualquer Zé da esquina aqui pode ser um programador, basta saber clicar, arrastar e jogar isso pra algum banco de dados (ou pro Access hehe). E o resultado todo mundo já sabe, produtos instáveis, que não atendem as reais necessidades do cliente e muito dinheiro jogado no lixo. Desde que você não esteja em um pólo de tecnologia por aqui (como São Paulo, Campinas ou o Sul) só encontrará empresas meia-boca por aí. E nada pode ser feito para tirá-los do mercado, infelizmente.

[quote=Júlio Murta]Acho que isso se deve, principalmente, por dois motivos. Primeiro, o Brasil não é um desenvolvedor de novas tecnologias, como EUA, India e China. Caso fosse, a integração entre os acadêmicos e as empresas seria maior.

Outro ponto também é que o brasileiro gosta de comprar coisa ruim, sabe-se lá porquê. Qualquer Zé da esquina aqui pode ser um programador, basta saber clicar, arrastar e jogar isso pra algum banco de dados (ou pro Access hehe). E o resultado todo mundo já sabe, produtos instáveis, que não atendem as reais necessidades do cliente e muito dinheiro jogado no lixo. Desde que você não esteja em um pólo de tecnologia por aqui (como São Paulo, Campinas ou o Sul) só encontrará empresas meia-boca por aí. E nada pode ser feito para tirá-los do mercado, infelizmente.[/quote]

Quais são as linguagens de programação que são usadas em um pólo de tecnologia como São Paulo, Campinas ou o Sul?

Quais são as linguagens de programação que são usadas pelas empresas meia-boca?

Os problemas não estão nas linguagens de programação, mas, nos produtos que são feitos com elas.

[quote=Júlio Murta]

Outro ponto também é que o brasileiro gosta de comprar coisa ruim, sabe-se lá porquê. Qualquer Zé da esquina aqui pode ser um programador, basta saber clicar, arrastar e jogar isso pra algum banco de dados (ou pro Access hehe). [/quote]

Muito provavelmente é usado ferramenta obsoleta, até Access é usado. Quais são as linguagens que são usadas por qualquer Zé da esquina?

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Outro ponto também é que o brasileiro gosta de comprar coisa ruim, sabe-se lá porquê. Qualquer Zé da esquina aqui pode ser um programador, basta saber clicar, arrastar e jogar isso pra algum banco de dados (ou pro Access hehe). [/quote]

Muito provavelmente é usado ferramenta obsoleta, até Access é usado. Quais são as linguagens que são usadas por qualquer Zé da esquina?

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Como Gukusuma disse, o problema não está na linguagem mas sim no produto desenvolvido. Já vi sistemas excelentes desenvolvidos em Delphi e porcarias feitas em C#. Depende de quem está trabalhando.

Acho que nos grandes pólos de desenvolvimento do Brasil as linguagens/plataformas mais solicitadas no momento são Java, .Net e PHP. Mas ainda é possível encontrar vagas para desenvolvedores Python, Ruby, Delphi, entre outras. Se você busca por facilidade de inserção no mercado estude Java e/ou .Net (preferencialmente C#).

[quote=assembler]Eu recebi informação de um que talvez continua sendo professor universitário e desenvolvedor FreeBSD. Segundo ele, "Infelizmente na TI, no caso do Brasil especificamente, a academia se distancia consideravelmente do mercado, da vida real. Aqui ?quem sabe, faz, quem não sabe ensina? é mais realidade do que deveria ser natural. Tem alguns professores e alunos de doc/post-doc que tentam brigar contra isso e promover essa maior integração entre a pesquisa acadêmica e a vida real, o que o mercado quer/precisa. Porém, as diretrizes do que vale pro MEC, como publicações e afins, são contrárias a essa abordagem. E infelizmente são essas publicações e que valem $$$ pra pesquisas.

La fora é diferente. FreeBSD se favorece muito com isso, alguns grandes produtos no FreeBSD e o trabalho da vida inteira de pesquisadores foram financiados pelo ambiente acadêmico e executado por doutores. De Mckusick à Robert Watson, Luigi Rizzo, e tantos outros developers e produtos criados."

Qual é o conteúdo de programação de computadores que tem mercado brasileiro e qual é o conteúdo programação de computadores que não tem mercado brasileiro?

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O problema não tem nada a ver com conteúdo, mas sim com política. O conhecimento que faz a tecnologia avançar é justamente o conhecimento que se adquire dentro das universidades, e não em apostilas da Internet. Aprimorar um SO, inventar uma linguagem de programação ou um algoritmo eficiente de criptografia é o tipo de inovação que fornece vantagem competitiva de verdade, e para tanto, você precisa de uma fundamentação teórica mais sólida.

A dificuldade que temos no Brasil, portanto, não tem a ver com o conteúdo programático das universidades. Talvez aja um distanciamento com relação à engenharia de software, mas isso não é exclusividade do Brasil (se fosse, o movimento ágil não teria surgido nos Estados Unidos).

O problema é que não há uma política, nem uma cultura em inovação de alta tecnologia. Como já citaram, a produtividade dos cientistas, aqui no Brasil é medida apenas em termos de papers publicados. Isso é assim porque os conselhos científicos são formados, em sua maioria por cientistas ligados à pesquisa mais básica como física, matemática, biologia. Isso prejudica a inovação técnica, porque se um cientista decide investir tempo em um projeto open-source por exemplo, ele corre o risco de não ser recompensado por esse esforço. Felizmente, essa visão está mudando aos poucos, patentes já começam a ganhar um peso nesa medida também.

Por outro lado, existe a visão empresarial estreita no Brasil. O investimento privado em pesquisa, aqui no Brasil é irrisório. Eu não consigo achar a fonte da notícia agora, mas eu havia recebido no twitter que 30% da pesquisa universitária, nos EUA, é financiada pela própria iniciativa privada, sem contar na pesquisa que é feita dentro da própria empresa e que é incorporada aos produtos.

Enfim, enquanto houver essa cultura de estudar o mínimo pra passar ou copiar e colar código do fórum só pra fazer funcionar, aí a coisa não vai pra frente mesmo …

Nem se deve tirar essas empresas do mercado. Se não houver o ruim, você não tem base de comparação para saber o que é bom. O problema da TI no Brasil (e da tecnologia de maneira geral) não são empresas e profissionais medíocres competindo nos mercados regionais, mas é o fato de que a elite profissional não tem força para projetar-se globalmente. É claro que existem ótimos profissionais, mas estes profissionais sempre são contratados por multinacionais ou partem para trabalhar fora do Brasil.

Exatamente. Um bom analista de BI por exemplo pode fazer miséria com Excel e PowerPivot.