Hoje eu abri este tópico para colocar em discussão algo que na minha visão tem acontecido muito, pois bem vamos lá.
Hoje quando você tem alguma dúvida qual a primeira coisa a se fazer?
90% deve responder, “vai no google”
E como é muito, mas muito fácil mesmo você encontrar respostas prontas para quase tudo, algoritimos em portugol, Java, C, Flex etc etc muitos pararam de usar a cabeça para pensar e estão se tornando excelentes pesquisadores google e não excelentes profissionais, pensadores que tem por hábito olhar para um problema antes de sair correndo p/ google tentam entender oque está acontecendo e procuram a solução.
Todo já ouviram a frase “nada se constrói, tudo se modifica”, mas o abuso do copiar e colar hoje em dia chega ao absurdo de aparecer uma galera que está começando na facul perguntando soluções para exercícios de lógica básica.
Depois disso tudo eu pergunto a vocês. Estou viajando na maionese ou realmente a geração google está ficando “preguiçosa”
A geração tecnologia está ficando preguiçosa. Tudo vem simples demais e essa questão que você coloca no seu tópico, de preguiça de pensar é só uma das facetas que estão se tornando vigentes no perfil de muitas pessoas. Agora, nem a tecnologia nem o Google são culpados. Um cara interessado vai sim tentar entender o problema, nem que seja depois de já ter encontrado uma resposta fácil pra ele. E sinceramente? Eu prefiro alguém que saiba ir no Google, se virar e tentar aprender do que aquela pessoa que fica estagnada de boca aberta na frente do PC (olha, eu conheço um mooooonte de gente assim).
Li uma opinião parecida sobre o uso das câmeras digitais. Pense antes das câmeras digitais como você tirava fotos? Você tinha um rolo de filme limitado e cada foto iria gastar um filme, sem chance de voltar se tiver errado. Então você tinha que tomar cuidado com a luz do ambiente, posição, etc. Hoje você simplesmente tira dezenas de fotos pra pegar as melhores.
O que eu acho? Cada método tem seu lugar, os profissionais que acham que pra tudo é só “ir no Google” ou irão perceber que precisam de um raciocínio mais analítico ou vão estagnar em cargos/funções sem chance de subir na carreira.
Depende, tem informações que realmente acrescentam, que podem ajudá-lo a resolver problemas, mas não podemos deixar de nos atualizar constantemente fazendo curso, participando de palestras, etc.
Sobre pegar códigos prontos, é bem relativo. As vezes tem algo que por mais que você pense não consegue resolver sozinho, dai vc vai pro google, só que da próxima vez que precisar de algo parecido já não vai mais precisar ir no google, vc já conhece o que tem que ser feito. Outra coisa é que as vezes o problema que vc precisa resolver não é algo critico, então é melhor vc pegar algo pronto em vez de perder tempo pensado para resolver, e o tempo que te sobra vc usa para resolver problemas mais relevantes, críticos.
O problema, na minha opinião, é que muita gente faz um copy paste nervoso do código, sem ao menos entender o que ele faz… Se o código for estudado e você aprender, é outra história. Agora… Que as pessoas estão buscando tudo sem ao menos pensar, estão.
Para tudo tem o momento certo…
Quando tenho que raciocinar faço sem problemas, mas quando vou fazer algo que não interessa muito, já vou atrás de copy paste.
Ex: tenho que fazer uma arquitetura com boa performance, segurança etc… Tenho que raciocinar e planejar muito… muito… não tem receita pronta.
Código javascript para validar campo data. Se ferrar, vou lá copio e colo.
Não vejo problemas em fazer uma pesquisa na Internet, desde que seja realmente uma pesquisa. E uma pesquisa não se resume a pegar o primeiro resultado que satisfaz o mínimo dos requisitos e pronto. Pesquisar implica em pegar várias fontes, ler os textos e tirar suas próprias conclusões, sempre citando a fonte de onde foi retirado algum texto. Pesquisar é também escrever sobre um determinado assunto com suas próprias palavras e não simplesmente copiando algo, seja de um da Internet ou mesmo de um livro.
O grande problema quando, por exemplo, uma pessoa está procurando sobre métodos de ordenação, é que ela encontra o algoritmo pronto e simplesmente o copia, sem ao menos procurar entender como é seu funcionamento. E isto acontece com vários outros algoritmos tradicionais e consagrados. Um efeito colateral é que a pessoa sempre vai usar o mesmo algoritmo independente da situação. Se ele só sabe usar o Bubble Sort nunca vai pensar em melhorar o desempenho do seu método de ordenação. A consequência é que seus programas sempre terão um desempenho restrito. Este é um exemplo apenas.
Quem me conhece aqui na comunidade sabe que não gosto de passar nada pronto e sempre tento forçar a pessoa a pensar um pouco na solução. Já fui muito xingado por isso, mas quem fez isso não sabia o que estava fazendo. Não quer dizer que não passe algo pronto, pois isso depende muito da situação, mas sei por experiência que quem recebe algo pronto não está interessado em aprender e, IMHO, deveria mudar de área, tentar outra coisa.
[quote=josenaldo]Essa geração está muito mais preguiçosa. Na nossa área então, nem se fala.
Hoje, se o cara tem que ler um livro de mais de 400 páginas, ele só falta chorar. Faz o possível pra ler apostilazinha.
[/quote]
A mais pura verdade. Canso de dar as dicas pra um monte de gente aqui no GUJ, para a pessoa dar uma procurada na API, passo links do tutorial e até exemplos um pouco diferentes mas relacionados à dúvida da pessoa, pra estimular o cara a pensar em cima daquilo e achar a solução dele. Até parece…
Mas o que me deixa irritado é a desculpinha “É que eu sou iniciante”. Pô, pode ser iniciante em Java, mas deveria estar raciocinando, no mínimo, desde a pré-escola.
Minha própria assinatura neste fórum faz um tipo de citação para esse fenômeno no momento.
Há um tempo atrás eu pensei em pesquisar/escrever algo sobre o assunto e/ou quem sabe usar como tese para alguma coisa, mas acabei por desencanar e deixei só na assinatura mesmo.
Acho que o que quebra mais é o pessoal não saber pesquisar. Há uns tempos atrás eu fiz uma estatística de posts no fórum de Java Básico em que eu os respondi ou poderia ter respondido procurando no Google mas já sabia.
A resposta para uns 70% das perguntas dava para achar lá em menos de 5 minutos. Por isso que criei a minha assinatura.
Eu confesso que já copiei e colei código da internet, e boa parte das vezes eu perdi tempo e a paciência fazendo esse código funcionar, quando eu poderia ter feito uma versão melhor para a minha situação bem, bem mais rápido.
[quote=marcosalex]Sempre vai existir os copiadores/coladores, não vejo mal nisso. Tem situações que esse tipo de cara ainda pode ser útil, não vejo eles como concorrentes e nem como algo ruim.
Agora, nunca gostei de reinventar a roda, prefiro pesquisar se alguém já passou pelo que eu passei e me concentrar nas regras de negócios e cultura da empresa, essas sim, não há Google que ajude.[/quote]
O problema que vejo na “geração copy-cola” é que essa esta tendendo a depender demasiadamente dessa prática.
Um exemplo, uma vez perguntei ao meu professor de matemática porque diabos eu deveria aprender a resolver contas usando logarítmos, números complexos, trigonometria, etc sendo que eu poderia jogar uma expressão numa calculadora HP que ela se virava, e ele respondeu que o engenheiro doido que projetou a calculadora HP teve que aprender tudo isso para criar a calculadora HP.
Outra vez, lembro-me de dois amigos meus que estavam atrasados para entregar um trabalho, jogaram a mesma consulta no google no mesmo dia e hora e apertaram o botão “estou com sorte”, depois usaram “copy-cola” na página retornada para fazer o trabalho e finalmente arrancaram um belo 0 na nota.
Para mim, é uma geração que tá ficando acomodada a depender exclusivamente do trabalho intelectual dos outros sem pensar muito, e/ou processando quase nada das informações que passam para elas.