Adoro o conhecimento, mas odeio o ensino tradicional. Apenas eu?

Olha, eu tenho 25 anos, trabalho como desenvolvedor desde os 17 e não sou formado. Já fiz 1 ano e meio de Sistemas de Informação, 6 meses picados(2x) de Análise e Desenvolvimento de Sistemas. E por que? Porque eu simplesmente não consigo ficar nas aulas. Acho o método de ensino enfadonho, ficava triste tendo que ir para a faculdade todos os dias e faltava muito.
Mas isso não quer dizer que não gosto de estudar. Eu gosto sim, mas gosto de estudar o que eu gosto de estudar. Aprendo muita coisa sozinho lendo na internet, faço alguns mini-cursos quando me interessam, compro livros na Amazon. Enfim, tento não parar e estar sempre aprendendo.

Não sei se eu um dia farei uma faculdade, mas por enquanto prefiro investir meu dinheiro em cursos, workshops, livros e afins.

[quote=douglaskd]depende do professor…

as aulas mais dinâmicas que tive foram:

Banco de dados, o professor acho excelente

Matematica, Calculo, o professor tambem é excelente, tanto que se tornou diretor da facul.

Redes, mesmo eu não gostanto de redes, o professor tem uma didática excelente, mostrando muitos exemplos da vida real

Lógica de Circuitos: o professor era excelente, dominava completamente a matéria, tinha pós doutorado, mais acabou falecendo em um acidente de carro, foi uma grande perda.

Filosofia: professor Excelente mas saiu da faculdade para dar aula em uma Federal, ja imaginava que isso ia acontecer…

vocês tiveram alguma dessas matérias acima que acharam bem Estaticas ? [/quote]

Concordo contigo.
Existem matérias que não dá pra ficar sem.
Cálculo, Banco de Dados e estrutura, Redes (Pelo menos o mínimo), Linguagens formais,sistemas automatos, Filosofia, Fisica para computadores e eletrônica, Ele trônica digital, etc.

Mas materias só sobre um ou outro framework ou que exijam uma IDE específica… isso pra mim é embromação.
O Aluno deveria sair sabendo como implementar o próprio com o mínimo de funcionalidade.

[quote=rafael_jesus]E vc acha isso bom?

Não viu uma linha de código em Java vc acha isso bom???

E a minha visão é limitada???[/quote]

Eu sinceramente não vejo problema nisso, tanto porque as matérias que tive que envolviam código eram

  • Algoritmos
  • Estruturas de Dados

ou seja, nenhum dita uma linguagem específica, na primeira eu tive C, e na segunda Pascal (a professora era excelente e ensina estruturas usando pascal a mais de 15 anos).

E sinceramente, com o conhecimento acadêmico que se aprende da linguagem, ninguém vira um programador, agora o conceito fica com você, e isso sim é importante.

[quote=rafael_jesus][quote=rmendes08][quote=rafael_jesus]Só para esclarecer, eu não disse que os professores não são bons,

O problema é que o que agrega na vida de um Analista e Desenvolvedor de Sistems saber de matérias como,

Filosofia, Circuitos Lógicos, e outras papagaiadas…

Ex eu tenho aula de Interface Humano Computador e tenho que estudar coisas tipo,

O que é memória dedutiva, o que é sensação, princípios de Gestault (nem sei se é assim que se escreve)…

Enfim, todo programador/desenvolvedor sabe o quanto temos que estudar e se ferrar para entender e poder até passar conhecimento no mundo de programação,

E não dá pra perder tempo com matérias obsoletas, pelo menos pra min na posição que me encontro hoje,

Mas vai da pegada de cada um e da facul de cada um…

Facu boa = FIAP, INFNET…

Abrcs[/quote]

Eu mesmo, não aprendi 1 linha de Java na faculdade.[/quote]

E vc acha isso bom?

Não viu uma linha de código em Java vc acha isso bom???

E a minha visão é limitada???[/quote]

Ah e só pra reforçar,

Se for pra aprender tudo fora da faculdade (tecnólogo) pra que que eu devo faze-la?

E outra coisa, alguns professores até concordam comigo…pq o que eu o meu manifesto é construtivo e nada pessoal…

E afinal, os caras querem ou não querem formar profissionais preparados???

Acho que não é com matérias com filosofia que se formará…isso é matéria de primário…

Abrcs

[quote=Orocildo]Então pessoal, gosto muito do conhecimento, de pesquisar por conta, aprender etc. Mas não gosto da faculdade tradicional, acho desinteressante, enfadonho, sem atrativos. Um padrão de ensino muito rigoroso que da pouco enfase para o processo de desenvolvimento criativo do aluno. Tudo vem em um molde pré-definido, tudo pré-padronizado sem espaço para a inovação. Já ouvi de uma universidade criada por um engenheiro nos EUA que inovou ministrando todas as disciplinas em cima de projetos em parcerias com empresas e achei muito interessante. Já ouvi de iniciativas como estas no Brasil também.

Resolvi trazer essa conversa para o fórum, pois sei que até professores frequentam o espaço. Então o que vocês pensam sobre ? Vocês também são críticos do modelo tradicional ? O que pensam do mesmo ? Tem em mente um molde que em tese atrairia mais os alunos ao invés de criar mais e mais desinteresse?

[/quote]

Faço faculdade de SI e realmente é desanimador. Esse semestre começamos a ter aula de Java na disciplina de programação II, acontece que o professor não programa em Java! Insiste em dizer que JavaScript é “um filhote” do Java, que só se pode programar em Java utilizando uma IDE. Passou o semestre inteiro copiando códigos do livro e reescrevendo na lousa.

Não discordo de você, também não tive uma experiência muito boa com faculdade.

Mas te pergunto uma coisa, na hora de escolher a instituição de ensino, quais foram seus parâmetros pra escolha?

você quis a faculdade mais perto, mais fácil, e que te daria um diploma do curso que você escolheu? (minha escolha)
ou quis uma faculdade boa, renomada pela área de tecnologia, com professores bons e um curso sério?

[quote=digaoneves][quote=rafael_jesus]E vc acha isso bom?

Não viu uma linha de código em Java vc acha isso bom???

E a minha visão é limitada???[/quote]

Eu sinceramente não vejo problema nisso, tanto porque as matérias que tive que envolviam código eram

  • Algoritmos
  • Estruturas de Dados

ou seja, nenhum dita uma linguagem específica, na primeira eu tive C, e na segunda Pascal (a professora era excelente e ensina estruturas usando pascal a mais de 15 anos).

E sinceramente, com o conhecimento acadêmico que se aprende da linguagem, ninguém vira um programador, agora o conceito fica com você, e isso sim é importante.[/quote]

Poh entaum pq eles naum ensinam Haskell e Fortran?

Não quer dizer só pq vc aprendeu Pascal é que temos que aprender tbm,

Eu sai da minha cidade com a proposta qua a faculdade tinha de me formar para o mercado,

Por isso optei por Tecnólogo…

[quote=rafael_jesus]Poh entaum pq eles naum ensinam Haskell e Fortran?

Não quer dizer só pq vc aprendeu Pascal é que temos que aprender tbm,

Eu sai da minha cidade com a proposta qua a faculdade tinha de me formar para o mercado,

Por isso optei por Tecnólogo…[/quote]

Quem disse que eu sei Pascal? Muito do que eu vi eu nem lembro mais como se faz. Agora se pedir pra eu implementar uma lista encadeada, ou uma árvore binária, eu vou saber o que você quer e vou conseguir fazer, porque o objetivo da matéria era esse, me ensinar as estruturas de dados, e não me mostrar uma receita de miojo de como fazer um CRUD.

Agora caímos em outra situação, o que pra você seria “formar para o mercado”?

Só pra constar, eu não estou discordando de você, só apresento o meu ponto de vista. Porque acho que as vezes as pessoas esperam coisas demais do curso universitário. Sendo que o nome do curso não é “Desenvolvimento Java Web com Frameworks atuais”.

Meus parâmetros foram:
O curso ter reconhecimento do MEC.
Nota do curso no Enade
Ser perto do meu trabalho.
Preço da mensalidade.
Ouvi bons comentários da instituição.

Todo mundo sabe que o sistema de ensino no Brasil é defasado e deficitário, qual a novidade?
Pense bem, se vocês todos aprenderam a escrever e ler com uma tia que, ao menos na minha época, cursava apenas um segundo grau técnico (nem lembro o nome da formação). Começa errado. Eu fui ter filosofia no segundo grau (na minha época era primário, ginásio, primeiro e segundo graus). E para quê? Para perceber que todos deveríamos ter tido filosofia desde sempre, para aprender a questionar e pensar. Mas quem faria esse papel? A tia que, não por sua culpa, estava lá me ensinando a ler e escrever?
Sempre tivemos dois pesos e duas medidas, o ensino público e o privado. Adivinha qual o melhor?
Por quê? Não vou entrar nos méritos, mas, quanto menos o povo sabe, mais incompetentes são eleitos.

Por outro lado, algumas opiniões aqui me fazem entender por que o mercado tem pessoas tão ruins e tantas vagas.
A linguagem, definitivamente, não é importante. Sintaxes e “manhas” você aprende no dia a dia. Além do que, o mercado exige pessoas polivalentes. A função da faculdade/universidade é despertar o interesse pela pesquisa, pela leitura. Você precisa ir atrás da informação. Pense no mundo real, no trabalho, embora o cara do lado possa responder, nem sempre ele estará ali. Ah, mas estamos na era do google. Nem tudo está lá e nem sempre pode-se acessar o mesmo.

Claro que eu entendo perfeitamente que existem picaretas em todos os lugares, de padres a pastores, de programadores a gerentes de projetos. Mas cabe a cada um saber se desvencilhar dessa visão pequena de que uma faculdade deve ensinar a programar.
“Ah, mas medicina ensina a operar”, “direito ensina a advogar”… Será? Se você quer ser apenas programador (e meia boca, por sinal), vá e faça um curso técnico em uma escola qualquer. Não gaste seu dinheiro com uma formação. (Aliás, eu dou aulas, se alguém estiver interessado…).
O problema do brasileiro é que reclama demais e faz pouco. “Ah, por que o governo não investe na saúde”, “A segurança está um caos”, “o pedágio subiu de novo”.

Eu tive várias experiências ruins na faculdade. A pior delas foi numa disciplina eletiva, que varia de acordo com a época. Na minha, por exemplo, eu tive JME. E, de um total de 40 horas/aula, praticamente as 10 primeiras (ou 1/4) foram perdidas. Motivo? O professor queria que todos entendessemos o funcionamento do bluetooth. Resultado, fizemos uma reclamação à coordenação do curso que imediatamente substituiu o ser.
Claro que nem todas as vezes será possível ser atendido, mas é uma questão de enfrentar a situação.

Não concorda com o ensino desta instituição, reclame, esbraveje, denuncie ao MEC, faça um protesto (real, nao no twitter). Não adiantou? Mude de instituição. Ou aprenda a adaptar-se ao que você escolheu.

Tem uma frase (não lembro o autor), que se encaixa perfeitamente nisso. “O que me assombra não é a estupidez de poucos, mas o silêncio de muitos”. Pensem a respeito. Pensem que daqui a alguns anos vocês podem estar do outro lado. E o que farão?

[quote=Luiz Augusto Prado]Nossa amigo… tava pensando nisso ontem antes de dormir.
Mas não falo quanto ao conteúdo dado, mas da obrigatoriadede da presença.
O conteúdo, podemos aprender por livros, cursos, videos professores particulares, ajuda de amigos…
A presença é interessante pra conhecer pessoas com os mesmos interesses. E só.
Eu levo mais de 1 hora no transito só para ir à faculdade.
Bom que existem cursos à distância. Mas no meu caso, matemática, não existe curso a distância na Federal.,

Se existir alguma faculdade de matemática a distância, por favor me digam onde.
To disposto air apenas para fazer as provas das disciplinas.

Quando perguntei por que ao meu coordenador de curso, ele disse que o MEC impões isso.
Com tanto escandalo de corrupção estourando no Brasil, pergunto:
Quantos são os envolvidos que recebem propinas de donos de empresas de transporte, escolas e faculdades que pagariam por uma lei estúpida destas?
Pramim essa “conspiração” é muito real.
A educação no Brasil é uma farça.

[/quote]
Camarada, não sei não, mas se quer ir apenas para prestar as provas, por que não verifica a possibilidade de exame de proficiência? Até onde sei, a maioria das instituições empregam tais exames.
É o que pretendo fazer na próxima graduação que eu for fazer.

Basicamente era isso que eu estava tentando dizer. Transformar pensamentos em palavras é um processo mais trabalhoso do que parece, rs.
Pelo menos pra mim.

Problemas das nossas faculdades os professores são “by on the book”.
Nunca inovam a forma de repassar o conhecimento e nunca estao antenados como o mercado está evoluindo.

[quote=ramilani12]Problemas das nossas faculdades os professores são “by on the book”.
Nunca inovam a forma de repassar o conhecimento e nunca estao antenados como o mercado está evoluindo.

[/quote]
E como você acha que deveria ser esse processo?
Você já teve alguma experiência lecionando?
Qual a melhor forma de passar conhecimento, de acordo com teu critério?

[quote=ramilani12]Problemas das nossas faculdades os professores são “by on the book”.
Nunca inovam a forma de repassar o conhecimento e nunca estao antenados como o mercado está evoluindo.

[/quote]

Você está invertendo a ordem das coisas. O mercado evoluiu de acordo com o conhecimento científico, não o contrário. Gates e Jobs são exceções, mas alguns dos maiores inovadores sairam do meio acadêmico. Na prática, temos muito mais exemplos de acadêmicos ganhando o mercado do que o inverso.

drsmachado, só para deixar claro, considero de grande relevância a formação acadêmica e concordo com a sua linha e discordo da linha do rafael_jesus, embora respeite. Todos nós sabemos que uma formação superior visa muito mais que preparar para usar ferramenta x ou y ou exercer(apenas) função x ou y. Meu questionamento é como poderia ser melhorado o ensino, mas não no sentido de “vamos protestar, abaixo MEC, melhores condições, mi mi mi”. É um pensamento muito mais “high level”, do papel do professor nos dias de hoje, qual o papel da tecnologia na educação, o ensino se adaptou a realidade que vivemos ? Ou está estagnado ? E por aí vai…(Embora o espaço esteja absolutamente aberto para uma discussão mais pontual)

A realidade é que a informação está aberta, livre, eu não preciso mais de um “mestre” que abra um ppt e fique vomitando “conhecimento” na minha cabeça, me olhando de cima para baixo se achando melhor que eu. Ainda tendo aquela visão binária : “Esse aluno é bom, interessado, esse tem futuro”, “Esse outro é medíocre, não sabe nada da minha matéria, é burro mesmo, péssimo aluno”. Hoje em dia acredito em um professor muito mais como um colega que se especializou mais em uma área e quer compartilhar com os alunos suas experiências e conhecimento do que como um “grande mestre sábio”. Já tive um professor com essa postura de orientador e impressionou-me o engajamento dos alunos, noventa por cento deles interessados debatendo com o professor, discordando, errando, discutindo sobre um assunto, trazendo coisas interessantes de fora da sala de aula para debater, indo além por conta atrás de pesquisas, criando iniciativas de projetos próprios etc. Enfim, me impressionei com a experiência que obtive com esse professor. Mas o por que disso ? Porque ele se postava muito mais como um orientador do que como um “grande mestre sábio” dono da razão e da verdade que ditava as coisas de cima para baixo: “O conteúdo é esse, a prova vai ser assim, cai isso, isso não cai. O trabalho vai ser esse, o assunto vai ser esse. Tiro nota x passou, menos que y rodou”.

Outro ponto, na mesma linha, é a questão de prova, essa visão da escola de um professor como carrasco, avaliador no estilo: “Foi bem é o cara, excelente aluno. Foi mal é burro, fraco”. É uma visão, ao meu ver, bastante pequena que minimiza e muito o papel da escola, do ensino etc.

Outro ponto mais voltado para a realidade de TI é a interação entre empresa e acadêmia. Ouvi de universidades que tem cadeiras voltadas para projetos, muitos deles executados dentro das empresas(como já ocorre em MSc e Phd, mas na graduação). Achei fantástico e segundo relatos a experiência é extraordinária, o engajamento dos alunos é de impressionar. Coisa que para o pensamento de muitos professores de universidades federais é um grande absurdo(minha mãe é professora de superior).

Emfim, são outros tantos diversos pontos e essa discussão é muito ampla e profunda. Mas foi bom que descobri que não é só eu que crítico do nosso modelo.

Uma excelente palestra sobre o assunto, quem tiver um momento para assistir, vale muito :

Não quero criar “flame war” a minha opnião é de minha experiência acadêmica, qndo sai da faculdade e fui enfrentar o mercado trabalho parecia que estava no outro mundo.
Me senti frustado!

A minha opinião que faculdade deveria preparar mais os estudante para o mercado de trabalho e sua realidade, criar situações onde estudante resolva um problema real.

Não lembro onde li se foi aqui, uma universidade de SP usava DOJO e Scrum nas aulas é esse tipo de ação que é interessante.

No hard feelings rmendes08 e drsmachado !

O problema da educação vai muito além do ensino superior, ele começa com a cultura do povo brasileiro que costuma valorizar o dinheiro mais do que o conhecimento, e dos pais que acham que a escola é quem deve ensinar tudo para seus filhos. Quando uma criança chega no fim do ano com o boletim em casa, o que os pais perguntam para ela? “E aí filho, passou de ano? Tirou quanto? Acima da média?”. (sem falar nos pais que vão até a escola ameaçar o professor porque o filho tirou nota baixa). Ao invés de perguntar: e aí filho, aprendeu? O que você aprendeu? Gostou? Já que gostou que tal ler esse livro aqui que eu comprei pra você? Vai te ensinar mais coisas legais. Vamos fazer algo com o que você gostou mais de ter aprendido?

Ok, a correria do dia a dia muitas vezes não permite isso frequentemente, e muitos pais também não tiveram a oportunidade de ter uma boa educação para transmitir diretamente ao filho. O resultado disso? Mais uma geração de crianças que vão se preocupar em aprender o suficiente em passar de ano durante todos os seus anos escolares e quando chegar na faculdade vão fazer a mesma coisa, simplesmente para entrar no mercado de trabalho, comprar aquele carro 0km, o smartphone da moda e ir para as festas no fim de semana.

Na maior parte das vezes o que eu vejo são alunos preguiçosos, que só querem aprender a linguagem de programação que usam no estágio para fazer seus CRUD’S, que gostam que o professor passe aquele trabalhinho em grupo ao invés de uma prova individual, e não procuram o adquirir conhecimento por si mesmo. Quando o professor recomenda a leitura de um livro em inglês então… “Ah professor esse livro só tem em inglês, não tem outro não?”

É claro que tem muito professor ruim por aí, que não tem habilidade para ensinar, sim, tem muitos por aí. Sim, o ensino superior no Brasil tem muitos defeitos, eu achei fraco (estudei engenharia em uma universidade federal),
nas particulares então nem se fala, se o professor passa uma prova difícil, lá vão os alunos reclamar com o coordenador do curso que a prova foi difícil, entre outras coisas.

Tenho muito medo dessa interação empresa acadêmia. Empresa só tem um objetivo: ganhar dinheiro e talvez agradar clientes, e para isso ela faz o que for preciso, seja certo ou errado, do ponto de vista técnico (e também do ético, mas isso não importa nessa conversa). Em uma universidade federal, a grande maioria dos professores são doutores e publicam trabalhos de relevância internacional sobre todo o tipo de assunto, basta mostrar interesse, falar com o professor e participar, com certeza você vai aprender muita coisa com isso, acho bem melhor do que essa “interação empresa acadêmia”. Mas como que os alunos que só querem aprender o framework para fazer o cadastro de clientes no trabalho vai participar de um projeto assim? Um projeto em que ele vai precisar “queimar neurônios”, saber muito cálculo, álgebra, ler artigos e livros em inglês… Ele não vai participar, e nem vai correr atrás para aprender, ele vai falar que os professores são ruins.

[quote=Orocildo]drsmachado, só para deixar claro, considero de grande relevância a formação acadêmica e concordo com a sua linha e discordo da linha do rafael_jesus, embora respeite. Todos nós sabemos que uma formação superior visa muito mais que preparar para usar ferramenta x ou y ou exercer(apenas) função x ou y. Meu questionamento é como poderia ser melhorado o ensino, mas não no sentido de “vamos protestar, abaixo MEC, melhores condições, mi mi mi”. É um pensamento muito mais “high level”, do papel do professor nos dias de hoje, qual o papel da tecnologia na educação, o ensino se adaptou a realidade que vivemos ? Ou está estagnado ? E por aí vai…(Embora o espaço esteja absolutamente aberto para uma discussão mais pontual)

A realidade é que a informação está aberta, livre, eu não preciso mais de um “mestre” que abra um ppt e fique vomitando “conhecimento” na minha cabeça, me olhando de cima para baixo se achando melhor que eu. Ainda tendo aquela visão binária : “Esse aluno é bom, interessado, esse tem futuro”, “Esse outro é medíocre, não sabe nada da minha matéria, é burro mesmo, péssimo aluno”. Hoje em dia acredito em um professor muito mais como um colega que se especializou mais em uma área e quer compartilhar com os alunos suas experiências e conhecimento do que como um “grande mestre sábio”. Já tive um professor com essa postura de orientador e impressionou-me o engajamento dos alunos, noventa por cento deles interessados debatendo com o professor, discordando, errando, discutindo sobre um assunto, trazendo coisas interessantes de fora da sala de aula para debater, indo além por conta atrás de pesquisas, criando iniciativas de projetos próprios etc. Enfim, me impressionei com a experiência que obtive com esse professor. Mas o por que disso ? Porque ele se postava muito mais como um orientador do que como um “grande mestre sábio” dono da razão e da verdade que ditava as coisas de cima para baixo: “O conteúdo é esse, a prova vai ser assim, cai isso, isso não cai. O trabalho vai ser esse, o assunto vai ser esse. Tiro nota x passou, menos que y rodou”.

Outro ponto, na mesma linha, é a questão de prova, essa visão da escola de um professor como carrasco, avaliador no estilo: “Foi bem é o cara, excelente aluno. Foi mal é burro, fraco”. É uma visão, ao meu ver, bastante pequena que minimiza e muito o papel da escola, do ensino etc.

Outro ponto mais voltado para a realidade de TI é a interação entre empresa e acadêmia. Ouvi de universidades que tem cadeiras voltadas para projetos, muitos deles executados dentro das empresas(como já ocorre em MSc e Phd, mas na graduação). Achei fantástico e segundo relatos a experiência é extraordinária, o engajamento dos alunos é de impressionar. Coisa que para o pensamento de muitos professores de universidades federais é um grande absurdo(minha mãe é professora de superior).

Emfim, são outros tantos diversos pontos e essa discussão é muito ampla e profunda. Mas foi bom que descobri que não é só eu que crítico do nosso modelo.

Uma excelente palestra sobre o assunto, quem tiver um momento para assistir, vale muito :


[/quote]

As vagas para desenvolvimento estão cada vez mais exigentes, por isso que eu fico p da vida,

A questão é simples, as faculdades preparam para o mercado de trabalho?

Se não formam, pq colocam no mercado que formam e já sai preparado?..

As noções de orientação a objeto na minha turma é muito fraca, e das outras tbm

Outra coisa eu tenho um ano de área e quero recuperar o tempo em que estive fora dela, pra quem já esta nela e já possui um conhecimento alto ou já passou dessa fase de facul, é fácil falar…agora quem dorme 5 horas por dia, tem que resolver pepinos no trampo e ter que estudar uma coisa que vc não usa ai sim é osso…

Infelizmente a minha faculdade não me agrega valor nenhum no dia a dia de meu trabalho, mas nem de longe

Obrigado por respeitar minha opinião, eu só estou passando a minha experiência…

Abrcs,

Eu senti falta de estudar algumas coisas legais, mas também tem o fato que o professor precisa acompanhar a sala, e não são todos iguais.

Mas o que mais lembro por enquanto:

Aula de estatistica: O professor disse que aprenderiamos a resolver as probabilidades pela curva de Gauss por que integrar era muito dificil =/

Eu apoiaria a idéia de poder escolher as disciplinas a serem cursadas, ai eu tiraria administração e colocaria um de fisica por exemplo.