Tenho pensado seriamente em nao "amarrar" a minha carreira (se é que da pra ter uma carreira sólida hoje em dia) em uma tecnologia ou algumas tecnologias especificas…
Apesar de gostar mesmo de programar eu tive (e tenho ainda) que dar uns 3 passos atras quando resolvi mudar de PHP (eu era pleno -> senior) para Java (acho que estou como junior para o mercado)…
Entretanto andei vendo alguma coisa sobre os "analistas de negocio", que seriam os analistas de sistemas modernos mais "por dentro" dos negocios da empresa, talvez focado em um mercado especifico por exemplo
O meu medo é: suponhamos que eu me especialize bastante em Java e em 5 anos a Micro$soft consiga comprar a SUN e descontinue a JVM?? Onde vamos parar??
Queria saber o que o pessoal acha disso e se alguma vez já pensou sobre isso…
Se amarrar em um mercado especifico eh tao ruim quanto se amarrar em uma tecnologia especifica. Se voce fosse mesmo bom em PHP, Java nao deveria ser nada tao insano assim. O mesmo vale pra qualquer tipo de especializacao: o mercado remunera bem os especialistas extremos, mas quem acaba indo pra frente sao os que sabem fazer (e falar) de tudo um pouco.
O melhor caminho para ser um bom analista de negócios não começa por programação e sim por administração de empresas ou marketing. Um bom analista de negócios deve entender do core business da empresa. Mesmo com o cara com boa formação, MBA e o escambau isto não acontece rapidamente. É preciso conversar muito (sem ser chato) para obter informações. Geralmente só a diretoria tem a noção do negócio com clareza. É na fonte deles que se deve beber. Ou então abrir sua própria empresa e ser analista de negócios dela.
Trabalhei mais de 5 anos no mesmo ramo. Desenvolvi software de gestão para editoras. Aprendi muito. Poderia até me considerar um analista de negócios nesta área. Mas não cheguei a entender de tudo de uma editora e já sai do ramo há 10 anos.
Trabalhei em outros ramos tais como banco, cartão de crédito e outros que não quero nem lembrar. Aprendi muito mas não sei se posso me considerar um expert nestas áreas.
Vejo o analista de negócios como uma pessoa chave dentro da empresa que praticamente define todas as soluções de automação. Precisa de muita habilidade pessoal para conseguir aprovar idéias pela diretoria e por outros departamentos. Na maioria das empresas em que eu trabalhei esta função era mesmo desempenhada por um diretor. Ele bolava as aplicações e quando me chamava, me dizia que gostaria de algo tal como ele tinha bolado.
Um último exemplo é de um amigo que faz tempo que não o encontro. Durante toda a carreira dele trabalhou com folha de pagamento e sistemas para RH. Criou uma empresa, contratou programadores e tinha muitos clientes por todo o estado de SP. Ele me dizia: de folha de pagamento eu entendo, do resto sou nulo.
Programar procedural em PHP e OO em aplicação multicamadas é realmente muuuuito diferente… e eu não acho java insano… acho que já consegui evoluir muito nesse tempo que estou trabalhando diretamente…
Assim como acho que muitas pessoas que trabalham com Java teriam muita dificuldade em trabalhar com outras tecnologias…
Tudo leva tempo, uma coisa nao é melhor que a outra, é apenas diferente…
Só acho tb que as empresas estão mais voltadas agora procurar agregar valor ao negócio… ou seja, não basta você dominar a tecnologia se não souber aplicar no modelo de negocios do cliente… o analista programador java ++ com 15 anos de experiencia que recebe um diagrama UML e faz qualquer sistema em questao de segundos mas nao sabe nem qual o sistema operacional que o cliente usa está saindo do mercado…
Só para explicar mais o que eu entendo como analista de negócio: é o cara que faz o diagnóstico da empresa e convence a diretoria que determinada aplicação pode facilitar os negócios ou dar mais agilidade ao funcionamento da empresa.
Pode também ser o cara que modela a aplicação em termos de negócio. Exemplo: se for um sistema de credit scorecard, é o cara que cria os algoritmos de negócio.
Na minha visão, um analista de negócio só precisa fazer programas com a família dele no fim de semana.
Se eu fosse contratar um, se no curriculo dele aparecesse Java, PHP com igual ou quase igual destaque do que assuntos ligados a negócios, o cara estaria fora.
Não entendi o que vc quis dizer com Se eu fosse contratar um, se no curriculo dele aparecesse Java, PHP com igual ou quase igual destaque do que assuntos ligados a negócios, o cara estaria fora.
O que eu tenho ouvido (um ex-gerente meu me falou isso) é que as empresas estão preocupadas com o fato de estarem gastando muito dinheiro em TI e não estão contribuindo diretamente para o valor agregado do negócio…
Eu li em um texto (nao lembro onde) que apenas cerca 30% dos projetos de TI hoje no Brasil sao bem sucedidos (prazos, custos, requisitos, etc) por isso a necessidade em se agregar a tecnologia (ferramente) ao negocio (valor)
[quote=André Fonseca]Não entendi o que vc quis dizer com Se eu fosse contratar um, se no curriculo dele aparecesse Java, PHP com igual ou quase igual destaque do que assuntos ligados a negócios, o cara estaria fora. [/quote]
Muitos projetos fracassam não porque escolheram a tecnologia A ou B e sim porque quem realmente entende do negócio não consegue definir deireito o sistema.
Escolher a arquitetura, definir linguagem, infra estrutura, isto tudo não tem nada a ver com o negócio. O que importa para o negócio é o fluxo de informações do negócio.
Vou fazer uma comparação meio esquisita: imagine uma industria que contrata um arquiteto e um engenheiro para fazer uma nova fábrica. O engenheiro pode construir de forma excelente, o arquiteto pode ser sensacional mas se o cara que manja do negócio a ser fabricado falhar todo o resto falha.
Para mim um bom analista de negócios precisa entender muito do negócio. Se ele é um programador, por mais genial que ele seja, é apenas como o bom pedreiro que contribuirá para que a fábrica seja bem construída.
Dentro do mesmo raciocínio: um sistema bom implementa uma boa idéia. A implementação pode ser ruim desde que a idéia seja boa. Mas se a idéia é ruim, pode contratar quem você imaginar que o sistema não tem salvação.
Se por exemplo você um dia for responsável pelo desenvolvimento de um sistema de marketing e não entender MUITO de marketing, contrate a consultoria de um cara bom de marketing como analista de negócio e nem se preocupe se ele conhece Hibernate, Django ou C#.
Analista de Negócio tem pouco a ver com a área de sistemas diretamente. Analista de Negócio analisa o negócio. Tô meio cansado de ver analistas de requisitos (e muito ruins por sinal) se auto denominarem “Analistas de Negócio”.
A visão do cv sobre remuneração também está mudando. Nada que impacte nossa vida nesse momento, mas o mercado está cobrando um determinado profissional “multi-funcional” mesmo na área de sistemas. Lembra aquelas vagas que existiam que só pediam UML? (aqueles caras que ficavam desenhando quadradinhos o dia todo). Essas vagas não existem mais.
Quanto mais a tecnologia consegue criar com menos código e de maneira mais rápida, mais esse pensamento genérico e próximo do negócio é valorizado. A idéia é que todo mundo saiba de tudo. Um bom profissional de informática deve saber do negócio, saber levantar requisitos, saber sobre arquitetura, saber implementar e saber testar. Esse é o melhor cenário.
O código da JVM é aberto. Mesmo que a JVM seja descontinuada a comunidade vai prosseguir, talvez, até de maneira mais brilhante que a própria Sun. Mas esse cenário que você pintou é bem improvável. Se a M$ tivesse essa grana seria melhor ela comprar a Oracle, parte da IBM, sei lá… Nunca na história da administração teve uma aquisição onde um cachorro grande literalmente COMEU outro cachorro grande.
rodrigoy, o exemplo da JVM foi mal colocado… talvez seria alguma outra coisa proprietaria… (até mesmo o asp que foi descontinuado para ASP .NET, aposto que teve muito programador asp que passou apuros…)
Concordo que seria o ideal mas nem sempre isto é possível. Aliás, não acontece com muito sucesso na prática das empresas.
Se eu tivesse uma transportadora e precisasse fazer roteamento, buscaria um matemático e não estaria nem aí se ele sabe Java ou não (já vi isto acontecer com sucesso)
Se eu tivesse uma administradora de cartões de crédito e precisasse fazer um credit score, buscaria um especialista e não estaria nem aí se ele sabe Java ou não (já vi isto acontecer com sucesso e ficou sendo o diferencial do banco no mercado)
E assim por diante. O exemplo que dei do marketing é bem comum. Sem um cara bom de marketing, nenhum sistema de marketing presta.
Já vi médicos desenvolvendo sistemas bons porque entendiam do negócio.
A gente que está na área de TI tem que assumir que o nosso core business é atender o que o cara de negócios pede. Quando o cara de TI conhece muito de negócios, é porque provavelmente já não é mais um cara atualizado em TI.
Hoje em dia muita gente que desenvolve com o SAP se diz analista de negócio. Mas não é. Na verdade o SAP é uma bitola que nem dá chances para se analisar muitas alternativas. O cara do SAP é como um consultor na venda de sapatos mas que só tem um modelo. Pode mudar quando muito a cor. O comprador tem que mais ou menos aceitar aquele modelo e ponto final.
O meu principal recado é exatamente este: o analista de negócios pode ter sido um analista de sistemas com boa percepção para entender do negócio. Mas exercer os 2 papeís é difícil.
Já conheci analistas de negócio muito bons que nunca escreveram uma linha de código na vida. Uma vez me apresentaram um cara que ficou rico em SP como consultor de BI para grandes empresas e acho que nem era formado em área ligada a TI. Porém tinha MBA super conceituado lá fora. Acha que um cara destes está preocupado se os bits serão pintados de amarelo ou azul?
Luca, o que coloquei foi no seguinte sentido: tem um lado de negócio e um lado técnico.
O cara de negócio pode ser tecnicamente idiota.
O cara técnico tem que saber desenvolver software de cabo a rabo, sem especialização/divisão do trabalho (sou só analista, sou só programador, sou só tester). E além disso, ele tem que compreender muito sobre o negócio (mas logicamente, o cara de negócio vai saber mais).
É legal a maneira como o SCRUM coloca um Papel chamado Product Owner. É o cara que define o negócio.
Concordo plenamente. Este é o motivo porque não me apresento como analista e programador sim desenvolvedor. Para mim todo mundo na equipe é desenvolvedor.
Mesmo pensando assim, às vezes a gente precisa de alguma especialização. No último projeto em que participei com equipe grande, houve uma separação de responsabilidades. Havia um cara responsável pelos dispositivos periféricos. Ele foi encarregado de estudar as impressoras, leitoras de código de barras, PINpads, etc. Outro cara ficou com a responsabilidade dp SCM, deployment e testes de aceitação. E assim por diante as responsabilidades foram separadas. Porém isto não significava que faziam só isto e que só eles faziam isto. Apenas significava que eles eram responsáveis por estudar as tecnologias e ser uma espécie de chefe de setor. Quando outros integrantes da equipe assumiam o papel, deviam seguir as orientações do “chefe”. Funcionou bem e todo mundo virou “chefe” de alguma coisa.
o luca disse tudo!! eu tenho um pouco de experiencia… na área de negocio… pois trabalho em uma rede de lojas…e diretamente com diretoria… e todo dia respirando varejo, merado, mkt e talz… apesar que minha função na empresa é na parte de web, porem a diretoria… designou que as pessoas ligadas diretamente a elas entendem de todo o processo do negocio… eu mesmo sempre exploro o diretor daqui. ja q eles tem muito conhecimento e mais de 20 anos de experiencia na area…
Então o luca disse é de extrema importancia para quem quer seguir a carreira… e a carreira de analista de negocio ela nasce… vc nao encontra a profissão na primeira faculdade… vc pode se especializar… mas entender o negocio é algo tão forte… do que ter o curriculo cheio de diplomas e nao saber analisar… concerteza uma vaga para analista de negocio e o curriculo do cara cheio de certificacao java, e outros conhecimentos especificos… nao tem nada haver no momento… até pq o analista de negocios… na maioria dos casos tem reuniões… com diretores de outras organizações… tomar decisoes etc… aqui na empresa… um exemplo é reunião com philips, LG. Etc… Imagine “As Casas Bahia” ai em SP… será que o presidente ele consegur negociar todo o porte da sua empresa… claro que nao… conserteza eles tem analista de negocio… no segmento deles…
Agora a minha pergunta é: estariam os analistas de sistema fadados a virarem analistas de negócios no futuro?? sendo que cada vez está ficando “mais fácil” desenvolver sistemas usando ferramentas e arquivos de configuração etc?
(O link do artigo que postei dá essa idéia)
Pelo rumo das conversas aqui uma coisa não tem é igual a outra e você acaba sendo realmente bom em apenas uma…
Que rumo vocês pensam em dar na carreira?? Eu ainda me vejo como “escovador de bits” por um tempo… e acho que precisaria me aperfeiçoar bastante para mudar de rumo, talvez fazendo uma PÓS em admnistração ou algo assim…
na minha opniao o curso de Sistemas de informação da mais proximo de analista de negocios… tudo vai depender do cara e as oportunidades que aparecer durante a carreira… pode aparecer para ele ser um analista de negocio ou mesmo na propria area de TI, tb tem outras variaveis nesse meio ai :D… mas falando de curso… o de SI está mais proximo que um de CC por exemplo.
O principal problema, é que as empresas pensam com o bolso. Desta forma, desenvolver um sistema ou aplicação com recursos limitados torna tudo mais dificil.
Normalmente, os gerentes só querem saber de cobrar tudo o tempo todo, ignoram por exemplo o curto período de tempo para desenvolver, testar e homologar o sistema / aplicação.