Como é que crianças sem faculdade aprenderam desenvolvimento de software?

[quote=rmendes08][quote=drsmachado][quote=juliocbq]
o problema é que nem todo mundo tem vocação para trabalho que gera lucro.[/quote]

Justamente, mas esse é um problema político que acaba criando esse círculo. Músicos sofrem muito com isso porque muitas vezes não existe campo para certos tipos de música. Daí o músico(por vocação) vai querer ser médico e a coisa vira uma bagunça terrível(claro, porque ele não gosta de exercer medicina, não tem paciência para estudar anatomia, etc…).[/quote]
E isso é mais um preconceito. Quer dizer que apenas trabalhos que geram lucro tem valor?
Já ouviu falar de agricultura de subsistência? É um trabalho que não gera lucro, apenas condições para algumas pessoas (ou pequenos grupos de pessoas) sobreviverem, sem a necessidade (direta, lógico) de dinheiro. Você come o que planta e o que cultiva.
Todos são livres para enxergar o seu mundo melhor. Se o teu é baseado em valores monetários e bens de consumo, isso não significa que os ideais de quem abdica disso estão errados.
Houve um tempo, na história da humanidade, em que as pessoas faziam o que tinham aptidão (ou o que herdavam como profissão). Quem era filho de ferreiro, seria ferreiro, filho de carpinteiro, carpinteiro, filho de pastor, pastor, filho de nobre, nobre, filho de rei, rei e assim por diante.
Essa época ficou conhecida como idade média. Foi o período mais pobre em termos de evolução da humanidade. Tanto que somente após o renascimento (que são os séculos que marcam o fim da idade média) é que as evoluções começaram. Leonardo da Vinci, Galileu Galilei e a grande maioria dos gênios que as pessoas citam viveram em épocas a partir do renascimento.
Aptidão? Dom? Todos os espartanos tinham o dom de matar pessoas? Não. Mas eram treinados, a partir dos sete anos, em escolas que pareciam campos de concentração. A rotina deles era matar no café da manhã, almoço e janta. E, na sua época, foram a cidade estado mais promissora no campo bélico.[/quote]

Talvez seja necessário um pequeno ajuste de termos. O que eu entendi por “Dom” aqui não é uma habilidade inata, que nasce com a pessoa, mas justamente essa disposição em praticar uma atividade. Jimi Hendrix por exemplo, tinha o “Dom”. É claro que ele não compôs “Hey Joe” logo que pegou no violão quando criança, mas já insistia em “tirar de ouvido” as músicas dos desenhos. Eu acho que é isso que o julioqcb quis dizer com “Dom”, e isso é muito pessoal. Todo mundo gosta mais de fazer alguma coisa em detrimento de outra. Nesse sentido, também sou da opinião que todo mundo tem um “Dom”. Acho que o sucesso profissional e pessoal (não necessariamente ganhar um bom salário) está entre descobrir cedo qual o seu “Dom” e o mínimo de preparo ou incentivo. [/quote]

Eu vou um pouco mais além porque acho que essa “vontade e determinação” já nasce com as pessoas. A idéia é essa mesma.
Eu passei 5 anos vendo uma porção de gente que estudava comigo sem nenhum interesse por “ciência da computação”. Estatística não entrava na cabeça delas e não porque não se esforçavam, mas simplesmente não havia interesse porque não era o que queriam. A natureza delas é voltada a outras coisas. O sistema te obriga de certa forma a seguir a “profissão promissora”.

então julio, tirando um pouco dom da história

eu arrisco em dizer que se você foi o melhor em 2 matérias da sua faculdade, se você tivesse se esforçado você teria sido senão o melhor em todas quase o melhor em todas.

tem gente que tem facilidade, literalmente pra 90% das coisas.

quem tem facilidade com TI, geralmente tem facilidade com várias outras coisas: matemática, física, filosofia!, psicologia!, astronomia, geologia, elétrica e eletrônica, politica

ele só não sabe todas essas por que as vezes não tem tempo pra se aprofundar,

mas quem aqui não gosta dos temas que citei acima ???

Bom, vou dar meu pitaco.

Como “crianças sem faculdade aprendem desenvolvimento de software”?

Te digo como: gostando. E digo por experiência própria.
Quando você gosta da coisa, você corre atrás, procura aprender, se vira, pensa na coisa boa parte do seu dia, vira uma espécie de obsessão.

Comigo foi exatamente assim: to com 34, comecei esta história aos 6 num TK-85.

E é assim pra qualquer coisa. No caso de software, tem de gostar AINDA MAIS, porque é uma área aonde você se frustra muito fácil, tanto profissionalmente como amadormente.
Acho que serve até como teste: tem gente que você vê que não aprende a coisa nunca. Mas vai observar, percebe que na realidade não gosta do trem: quer talvez ganhar dinheiro, um emprego, sei lá, qualquer coisa.

[quote=douglaskd]então julio, tirando um pouco dom da história

eu arrisco em dizer que se você foi o melhor em 2 matérias da sua faculdade, se você tivesse se esforçado você teria sido senão o melhor em todas quase o melhor em todas.

tem gente que tem facilidade, literalmente pra 90% das coisas.

quem tem facilidade com TI, geralmente tem facilidade com várias outras coisas: matemática, física, filosofia!, psicologia!, astronomia, geologia, elétrica e eletrônica, politica

ele só não sabe todas essas por que as vezes não tem tempo pra se aprofundar,

mas quem aqui não gosta dos temas que citei acima ???[/quote]

Isso, e não adianta ter a “vocação” ou o “dom da coisa” se não desenvolvê-la. Tem que lapidar o diamante.

Mas vale a pena frisar, você observa essa coisa numa criança de cinco anos ou menos. Alguns jogam bola o dia inteiro, correm o dia inteiro, estudam música o dia inteiro e programam o dia inteiro.

Diogo, a confusão sobre o pedaço de papel acontece por causa das leis que impõe diplomas. É a esquizofrenia de fazer leis que restringem mercado, e por isso a confusão ao usar o termo “diploma”.

[quote=diogogama]
Muito pelo contrário, acho que existem coisas boas e ruins dos dois lados da moeda, porém eu disse que preferiria correr o risco com um profissional sem experiência mas formado, do que com um sem experiência e sem diploma…

Só quis dizer desde o começo e pode voltar em todas as msgs que eu acho o diploma (fazer uma faculdade) importante sim… Ao contrário da galera que diz ser desnecessária… eu discordo, afinal se é um critério de “desempate” então é importante…[/quote]

Sim, não dá para confundir as coisas. Uma coisa é você (assim como vários contratadores e RHs, em várias empresas) quererem exigir diploma. É perfeitamente válido, pois o valor do diploma estará no fato da faculdade por trás dele ser reconhecida. E, afinal, se você é quem está contratando, tem que ter a liberdade de escolher quaisquer critérios que quiser. E você provavelmente não exigirá qualquer diploma, mas apenas das faculdades que você confia.

Outra coisa, completamente diferente, é afirmar que sem diploma o profissional é necessariamente ruim. Quando você faz uma seleção, não é possível saber a priori quem é o profissional e muitas vezes, um critério como o diploma é melhor do que critério nenhum. Se não fosse assim, os programas de certificação seriam um grande fracasso (e eles simplesmente são programas para diplomação).

Pior do que isso, é querermos aprovar uma lei que imponha o diploma.

[quote=drsmachado][quote=rmendes08]
Talvez seja necessário um pequeno ajuste de termos. O que eu entendi por “Dom” aqui não é uma habilidade inata, que nasce com a pessoa, mas justamente essa disposição em praticar uma atividade. Jimi Hendrix por exemplo, tinha o “Dom”. É claro que ele não compôs “Hey Joe” logo que pegou no violão quando criança, mas já insistia em “tirar de ouvido” as músicas dos desenhos. Eu acho que é isso que o julioqcb quis dizer com “Dom”, e isso é muito pessoal. Todo mundo gosta mais de fazer alguma coisa em detrimento de outra. Nesse sentido, também sou da opinião que todo mundo tem um “Dom”. Acho que o sucesso profissional e pessoal (não necessariamente ganhar um bom salário) está entre descobrir cedo qual o seu “Dom” e o mínimo de preparo ou incentivo. [/quote]
Quando Sgt. Peppers Lonely`s Heart Club Band foi lançado, ele tirou a música título, de ouvido, em dois dias.
Na verdade, dom é essa habilidade inata que nasce com a pessoa. A pré disposição para praticar algo é diferente. Veja o segundo significado do verbete dom.
Algumas pessoas possuem o dom da retórica, nascem com ele, se expressam bem, tem uma boa voz e optam por trabalhar com coisas que não tem a ver com isso, por que gostam (ou por que é a única opção que possuem).[/quote]

Sim, e essa é justamente a minha crítica. Todo mundo se esforça para conseguir algo. Fazer a coisa com virtuosismo é diferente e requer essa habilidade que citou. Só é possível alcançar isso aceitando a sua própria natureza.

Eu sou fruto do capitalismo mas esse sistema te guia para o pasto “aparentemente” mais verde. Você deixa de fazer o que gosta por causa da pressão social e acaba se enganando algumas vezes.

Diogo, a confusão sobre o pedaço de papel acontece por causa das leis que impõe diplomas. É a esquizofrenia de fazer leis que restringem mercado, e por isso a confusão ao usar o termo “diploma”.

[quote=diogogama]
Muito pelo contrário, acho que existem coisas boas e ruins dos dois lados da moeda, porém eu disse que preferiria correr o risco com um profissional sem experiência mas formado, do que com um sem experiência e sem diploma…

Só quis dizer desde o começo e pode voltar em todas as msgs que eu acho o diploma (fazer uma faculdade) importante sim… Ao contrário da galera que diz ser desnecessária… eu discordo, afinal se é um critério de “desempate” então é importante…[/quote]

Sim, não dá para confundir as coisas. Uma coisa é você (assim como vários contratadores e RHs, em várias empresas) quererem exigir diploma. É perfeitamente válido, pois o valor do diploma estará no fato da faculdade por trás dele ser reconhecida. E, afinal, se você é quem está contratando, tem que ter a liberdade de escolher quaisquer critérios que quiser. E você provavelmente não exigirá qualquer diploma, mas apenas das faculdades que você confia.

Outra coisa, completamente diferente, é afirmar que sem diploma o profissional é necessariamente ruim. Quando você faz uma seleção, não é possível saber a priori quem é o profissional e muitas vezes, um critério como o diploma é melhor do que critério nenhum. Se não fosse assim, os programas de certificação seriam um grande fracasso (e eles simplesmente são programas para diplomação).

Pior do que isso, é querermos aprovar uma lei que imponha o diploma.[/quote]

Pena que no GUJ não tenha um sistema de votos pois se tivesse eu criaria 10 contas para positivar o que o Vini acabou de dizer.

[quote=Luiz Augusto Prado][quote=ViniGodoy]
O dom realmente existe, mas não creio que seja tão determinante assim.[/quote]

Ninguem tá falando de determinação ViniGodoy. [/quote]

Cara, vc leu a frase que escrevi? Nem eu falei em determinação.
Falei no dom ser fator determinante de sucesso, o que é bem diferente.

[quote]
Tamos falando de aceitação das qualidades e defeitos dos outros.
Tanto os dons quanto os esforços devem ser valorizados.
Esforços e dons sem um espírito não servem de nada.

Só alguns aqui que parecem que ainda não entenderam isso e acham que só pq elas trilharam um caminho os outros também deveriam ser obrigados a trilha-lo. É por esse mesmo motivo que os trotes nas faculdades tavam se tornando cada vez mais violentos. [/quote]

E também tenho falado constantemente que não adianta ter dom sem esforço.

Sim, quanto mais dos 2 melhor.

entendi o ‘determinante’ sim. nesse caso, o significado que queria dar era de ‘determinar’. Mesmo que ‘definir’. A ‘determinação’ ou ‘culminação’ dos resultados.

Pessoal, não entendi nem como começar aprender desenvolvimento de software assim como aprenderam sem faculdade as seguintes crianças sobre as quais o Luiz Augusto Prado falou:

[quote=Luiz Augusto Prado]
Me digam, o que os melhores alunos de uma faculdade sentiriam se tivesse seus sistema hackeados por um menino de 14 anos? É incompetência do mané que precisou da faculdade pra ainda assim fazer merda ou seria a criança que seria tão boa que não precisou de faculdade pra fazer o que fez? Mexe com os brios não é? Pq quando isso acontece… coitado do diplomado que tinha obrigação de “ser” melhor. Acham que a criança chegou no conhecimento sozinha e sem ter uma vida com o mínimo de recursos?
Essas crianças, sem faculdade, aparecem todos os dias:
http://www.engenhariae.com.br/tecnologia/menino-brasileiro-de-12-anos-cria-aplicativo-para-calcular-notas-escolares-e-faz-sucesso-na-internet/
http://www.reavendonoticiaesports.com/2013/03/garoto-de-17-anos-vende-aplicativo-para.html


Se o carinha tiver uma boa base e boas companhias, o céu é o limite. [/quote]

Cara, é bem simples, leia e pratique Procure material na internet, tente fazer. Mas principalmente leia muito, mas muito mesmo. No começo é extremamente dificil, mas depois começa a fluir. As apostilas da caelum são ótimas. Existem ótimos livros também, como: Use a cabeça java e Java como programar.

Praticar também é fundamental. Leia e faça os exercicios e venha aqui tirar duvidas.

Eu aprendi assim, lendo e praticando, e te garanto que funciona!

Um app popular publicado na AppStore vale mais que qualquer diploma de TI. Sem falar que tem abrangência mundial, seu diploma é reconhecido apenas pelos burocratas do MEC.

Depende do app e depende do diploma, e depende de que contrata …

Se eu tiver uma empresa especializada em aplicativos de entretenimento, algo do tipo: horóscopos, fofocas, receitas e novela ou jogos casuais, provavelmente vou preferir quem já publicou uma app.

Agora, se eu precisar simular a distribuição de calor em uma turbina é bem provável que um diploma do ITA ou da Poli tenham mais valor.

Diogo, a confusão sobre o pedaço de papel acontece por causa das leis que impõe diplomas. É a esquizofrenia de fazer leis que restringem mercado, e por isso a confusão ao usar o termo “diploma”.

[quote=diogogama]
Muito pelo contrário, acho que existem coisas boas e ruins dos dois lados da moeda, porém eu disse que preferiria correr o risco com um profissional sem experiência mas formado, do que com um sem experiência e sem diploma…

Só quis dizer desde o começo e pode voltar em todas as msgs que eu acho o diploma (fazer uma faculdade) importante sim… Ao contrário da galera que diz ser desnecessária… eu discordo, afinal se é um critério de “desempate” então é importante…[/quote]

Sim, não dá para confundir as coisas. Uma coisa é você (assim como vários contratadores e RHs, em várias empresas) quererem exigir diploma. É perfeitamente válido, pois o valor do diploma estará no fato da faculdade por trás dele ser reconhecida. E, afinal, se você é quem está contratando, tem que ter a liberdade de escolher quaisquer critérios que quiser. E você provavelmente não exigirá qualquer diploma, mas apenas das faculdades que você confia.

Outra coisa, completamente diferente, é afirmar que sem diploma o profissional é necessariamente ruim. Quando você faz uma seleção, não é possível saber a priori quem é o profissional e muitas vezes, um critério como o diploma é melhor do que critério nenhum. Se não fosse assim, os programas de certificação seriam um grande fracasso (e eles simplesmente são programas para diplomação).

Pior do que isso, é querermos aprovar uma lei que imponha o diploma.[/quote]

ViniGodoy, concordo plenamente e só pra deixar claro eu não disse que deveria, através de lei, haver a exigência por diploma… a única coisa que disse desde o começo foi que diploma (entenda como fazer uma faculdade) era importante, assim como acho uma certificação importante e como acho que a experiência, talvez, seja o mais importante de tudo (se foram experiências de códigos bons, pq conheço gente com 10 anos de mercado que faz merdas de má pratica ainda), porém não acho que o “diploma” não seja importante como a maioria aqui defende, que serve apenas pra “limpar a bunda” (lembrando que falo de diploma como forma de comprovação que cursou e estudou realmente uma faculdade)…

Sabe o que vejo em sua grande maioria é que jovens defende, até, que se devem acabar com as faculdades, quando ele vai ficando mais velho ele muda a opinião…

pode ver, 99% de quem defende o “fim” da faculdade tem menos de 30 anos…

[quote=juliocbq][quote=drsmachado][quote=rmendes08]
Talvez seja necessário um pequeno ajuste de termos. O que eu entendi por “Dom” aqui não é uma habilidade inata, que nasce com a pessoa, mas justamente essa disposição em praticar uma atividade. Jimi Hendrix por exemplo, tinha o “Dom”. É claro que ele não compôs “Hey Joe” logo que pegou no violão quando criança, mas já insistia em “tirar de ouvido” as músicas dos desenhos. Eu acho que é isso que o julioqcb quis dizer com “Dom”, e isso é muito pessoal. Todo mundo gosta mais de fazer alguma coisa em detrimento de outra. Nesse sentido, também sou da opinião que todo mundo tem um “Dom”. Acho que o sucesso profissional e pessoal (não necessariamente ganhar um bom salário) está entre descobrir cedo qual o seu “Dom” e o mínimo de preparo ou incentivo. [/quote]
Quando Sgt. Peppers Lonely`s Heart Club Band foi lançado, ele tirou a música título, de ouvido, em dois dias.
Na verdade, dom é essa habilidade inata que nasce com a pessoa. A pré disposição para praticar algo é diferente. Veja o segundo significado do verbete dom.
Algumas pessoas possuem o dom da retórica, nascem com ele, se expressam bem, tem uma boa voz e optam por trabalhar com coisas que não tem a ver com isso, por que gostam (ou por que é a única opção que possuem).[/quote]

Sim, e essa é justamente a minha crítica. Todo mundo se esforça para conseguir algo. Fazer a coisa com virtuosismo é diferente e requer essa habilidade que citou. Só é possível alcançar isso aceitando a sua própria natureza.

Eu sou fruto do capitalismo mas esse sistema te guia para o pasto “aparentemente” mais verde. Você deixa de fazer o que gosta por causa da pressão social e acaba se enganando algumas vezes.
[/quote]
A maioria se esforça, nem todos precisam disso (os filhos do Eike Batista se esforçam? Os do Sílvio Santos? Miguel Krigsner? Antonio Ermírio de Moraes?).
Como citei anteriormente, se um menino é muito bom com o lixo, ele deverá aceitar que será um lixeiro sempre? Claro que não, ele pode optar por outras coisas. Mesmo que ele tenha isso como talento inato, ele tem esse direito. Talvez não tenha opção, mas o direito, isso é inegável.
A questão com o capitalismo envolve mais que simplesmente um gramado verde.
Eu gosto de história, sou fanático por filosofia e sei que estas cadeiras são bem próximas. Porém, jamais ganharia o que eu ganho sendo um filosofo ou um historiador comum (eu sou um analista de sistemas comum). Daí entramos em outro aspecto do capitalismo, o conforto.
Você sonha em ter um bom colchão, um carro legal, uma casa onde se sinta bem. Sonha em dar boa vida aos filhos, dar um recompensa aos pais… E isso custa dinheiro. Posso ser ótimo com história, saber de coisas que muitos não sabem, mas, isso não paga contas.
Se sou infeliz por isso? Garanto que não. E daí vem aquele dito popular “dinheiro não traz felicidade”. Não, mas você prefere sofrer numa casa confortável ou ser feliz passando fome e morando embaixo do viaduto? Há quem prefira. Eu penso que o dinheiro manda buscar a felicidade.

Agora, na questão do aprendizado, tudo é determinado pela sua vontade.
Eu quis aprender violão desde que tenho 5 anos. Aos 20 comprei um. E só agora estou conseguindo tocar um pouco. Ou seja, foram quase 25 anos entre querer e o poder. Por que? Por que até comprar não tinha condições e, depois, não tinha saco para estudar.
Atualmente eu uso como terapia. E está funcionando. Não serei um Heitor Villa Lobos, mas conseguirei divertir os amigos quando nos reunirmos.

[quote=rmendes08]
Depende do app e depende do diploma, e depende de que contrata …

Se eu tiver uma empresa especializada em aplicativos de entretenimento, algo do tipo: horóscopos, fofocas, receitas e novela ou jogos casuais, provavelmente vou preferir quem já publicou uma app.

Agora, se eu precisar simular a distribuição de calor em uma turbina é bem provável que um diploma do ITA ou da Poli tenham mais valor.[/quote]

Neste caso você precisa de um físico, e não de profissional de TI. :wink:

Se o físico não pode/sabe programar, ou precisa de um front-end pra simulação, a presença de um programador OO competente (não precisa ter diploma do ITA) serve.

[quote=diogogama]
ViniGodoy, concordo plenamente e só pra deixar claro eu não disse que deveria, através de lei, haver a exigência por diploma… a única coisa que disse desde o começo foi que diploma (entenda como fazer uma faculdade) era importante, assim como acho uma certificação importante e como acho que a experiência, talvez, seja o mais importante de tudo (se foram experiências de códigos bons, pq conheço gente com 10 anos de mercado que faz merdas de má pratica ainda), porém não acho que o “diploma” não seja importante como a maioria aqui defende, que serve apenas pra “limpar a bunda” (lembrando que falo de diploma como forma de comprovação que cursou e estudou realmente uma faculdade)…

Sabe o que vejo em sua grande maioria é que jovens defende, até, que se devem acabar com as faculdades, quando ele vai ficando mais velho ele muda a opinião…

pode ver, 99% de quem defende o “fim” da faculdade tem menos de 30 anos…[/quote]

Sim, agora ficou claro, e concordo com você. O diploma tem valor, desde que a instituição que o dá tenha reconhecimento. E é por isso, e única e exclusivamente por isso, é que ele deve ter valor.

E o engraçado é que tem gente que mete pau num diploma e tá lá, estudando pra certificação.

[quote=drsmachado][quote=juliocbq][quote=drsmachado][quote=rmendes08]
Talvez seja necessário um pequeno ajuste de termos. O que eu entendi por “Dom” aqui não é uma habilidade inata, que nasce com a pessoa, mas justamente essa disposição em praticar uma atividade. Jimi Hendrix por exemplo, tinha o “Dom”. É claro que ele não compôs “Hey Joe” logo que pegou no violão quando criança, mas já insistia em “tirar de ouvido” as músicas dos desenhos. Eu acho que é isso que o julioqcb quis dizer com “Dom”, e isso é muito pessoal. Todo mundo gosta mais de fazer alguma coisa em detrimento de outra. Nesse sentido, também sou da opinião que todo mundo tem um “Dom”. Acho que o sucesso profissional e pessoal (não necessariamente ganhar um bom salário) está entre descobrir cedo qual o seu “Dom” e o mínimo de preparo ou incentivo. [/quote]
Quando Sgt. Peppers Lonely`s Heart Club Band foi lançado, ele tirou a música título, de ouvido, em dois dias.
Na verdade, dom é essa habilidade inata que nasce com a pessoa. A pré disposição para praticar algo é diferente. Veja o segundo significado do verbete dom.
Algumas pessoas possuem o dom da retórica, nascem com ele, se expressam bem, tem uma boa voz e optam por trabalhar com coisas que não tem a ver com isso, por que gostam (ou por que é a única opção que possuem).[/quote]

Sim, e essa é justamente a minha crítica. Todo mundo se esforça para conseguir algo. Fazer a coisa com virtuosismo é diferente e requer essa habilidade que citou. Só é possível alcançar isso aceitando a sua própria natureza.

Eu sou fruto do capitalismo mas esse sistema te guia para o pasto “aparentemente” mais verde. Você deixa de fazer o que gosta por causa da pressão social e acaba se enganando algumas vezes.
[/quote]
A maioria se esforça, nem todos precisam disso (os filhos do Eike Batista se esforçam? Os do Sílvio Santos? Miguel Krigsner? Antonio Ermírio de Moraes?).
Como citei anteriormente, se um menino é muito bom com o lixo, ele deverá aceitar que será um lixeiro sempre? Claro que não, ele pode optar por outras coisas. Mesmo que ele tenha isso como talento inato, ele tem esse direito. Talvez não tenha opção, mas o direito, isso é inegável.
A questão com o capitalismo envolve mais que simplesmente um gramado verde.
Eu gosto de história, sou fanático por filosofia e sei que estas cadeiras são bem próximas. Porém, jamais ganharia o que eu ganho sendo um filosofo ou um historiador comum (eu sou um analista de sistemas comum). Daí entramos em outro aspecto do capitalismo, o conforto.
Você sonha em ter um bom colchão, um carro legal, uma casa onde se sinta bem. Sonha em dar boa vida aos filhos, dar um recompensa aos pais… E isso custa dinheiro. Posso ser ótimo com história, saber de coisas que muitos não sabem, mas, isso não paga contas.
Se sou infeliz por isso? Garanto que não. E daí vem aquele dito popular “dinheiro não traz felicidade”. Não, mas você prefere sofrer numa casa confortável ou ser feliz passando fome e morando embaixo do viaduto? Há quem prefira. Eu penso que o dinheiro manda buscar a felicidade.

Agora, na questão do aprendizado, tudo é determinado pela sua vontade.
Eu quis aprender violão desde que tenho 5 anos. Aos 20 comprei um. E só agora estou conseguindo tocar um pouco. Ou seja, foram quase 25 anos entre querer e o poder. Por que? Por que até comprar não tinha condições e, depois, não tinha saco para estudar.
Atualmente eu uso como terapia. E está funcionando. Não serei um Heitor Villa Lobos, mas conseguirei divertir os amigos quando nos reunirmos.[/quote]

Pois é, e é justamente o que eu tento dizer desde lá no princípio do tópico. Você pode optar pelo que quiser e pode conseguir o trabalho que quiser. Mas conseguir a excelência é só por meio de vocação. Isso é a imposição do sistema. Conheço muita gente que gostaria de trabalhar com outra coisa(a vocação da pessoa mesmo) mas não o faz por não conseguir manter financeiramente esse desejo.

Veja bem, não estou criticando todos os aspectos do sistema em que vivo, até porque existem outros com vários muito piores. Foi uma crítica a esse ponto em que não se pode escolher realmente o que se quer fazer. Lembra bem “Brave new World”.

História e Arte são duas coisas que vivem comigo, inclusive Exatas e Engenharia. Eu me sinto um felizardo por ter feito a cadeira de ciência da computação porque posso concviver com todas essas ao mesmo tempo. :wink:

[quote=carlos alexandre moscoso][quote=rmendes08]
Depende do app e depende do diploma, e depende de que contrata …

Se eu tiver uma empresa especializada em aplicativos de entretenimento, algo do tipo: horóscopos, fofocas, receitas e novela ou jogos casuais, provavelmente vou preferir quem já publicou uma app.

Agora, se eu precisar simular a distribuição de calor em uma turbina é bem provável que um diploma do ITA ou da Poli tenham mais valor.[/quote]

Neste caso você precisa de um físico, e não de profissional de TI. :wink:

Se o físico não pode/sabe programar, ou precisa de um front-end pra simulação, a presença de um programador OO competente (não precisa ter diploma do ITA) serve.[/quote]

Depende muito do que você chama de profissional de TI, de qualquer maneira, você precisa de um especialista em computação científica. Pra resolver esse tipo de problema você precisa:

1 - modelar o fenômeno em questão em termos de um método numérico (ou seja, foco da computação ou da matemática computacional)
2 - você precisa entender a complexidade do tempo de execução e a complexidade de consumo de memória do algoritmo
3 - projetar a infra-estrutura (não é raro precisar paralelizar a solução)
4 - projetar o software

Físicos em sua maioria se concentram em entender fenômenos e apresentar uma solução em termos de equações diferenciais. Entender a solução numérica dessas equações e transformar isso em um sistema de computação é outra história. Enfim, não é qualquer programador OO que resolve esse tipo de problema. Eu diria ainda mais,se o cara for muito fissurado em OO e querer modelar tudo em termos de objetos,
a chance de funcionar é quase nula. Não precisa ser um cara com diploma do ITA, o diploma pode ser de qualquer lugar, desde que seja uma faculdade com alguma tradição em computação científica.

[quote=rmendes08]
Depende muito do que você chama de profissional de TI, de qualquer maneira, você precisa de um especialista em computação científica. Pra resolver esse tipo de problema você precisa:

1 - modelar o fenômeno em questão em termos de um método numérico (ou seja, foco da computação ou da matemática computacional)
2 - você precisa entender a complexidade do tempo de execução e a complexidade de consumo de memória do algoritmo
3 - projetar a infra-estrutura (não é raro precisar paralelizar a solução)
4 - projetar o software

Físicos em sua maioria se concentram em entender fenômenos e apresentar uma solução em termos de equações diferenciais. Entender a solução numérica dessas equações e transformar isso em um sistema de computação é outra história. Enfim, não é qualquer programador OO que resolve esse tipo de problema. Eu diria ainda mais,se o cara for muito fissurado em OO e querer modelar tudo em termos de objetos,
a chance de funcionar é quase nula. Não precisa ser um cara com diploma do ITA, o diploma pode ser de qualquer lugar, desde que seja uma faculdade com alguma tradição em computação científica.[/quote]

Um especialista em computação científica, neste caso, poderia ser um físico com conhecimento de programação ou um profissional de TI que nunca trabalhou com turbinas, qual você acha mais preparado?