Pessoal… alguem ai tem empresa (dev), poderia contar como é o dia a dia, como foi o comeco, o que vc acha que acertou no comeco e acha que errou? :lol:
Bem, empresa eu não tenho mas trabalho há mto tempo como desenvolvedor autônomo. Acho que o grande segredo e o que está faltando muito para os desenvolvedores aprenderem é valorizar-se. Quando estamos no começo, tendemos a aceitar alegremente todo serviço que nos aparece e, se o cliente diz “é pra amanhã”, aí que queremos mostrar do que somos capazes!
Digo-lhe: não caia nessa tentação. Já trabalhei em muita firma de desenvolvimento que não sai do buraco justamente porque começou cavando o próprio buraco logo de cara, contratando apenas moleques inexperientes (para pagar pouco) que fazem um serviço correndo e cheio de gambiarras. Nada contra dar chance aos iniciantes, muito pelo contrário, mas sempre devem ser supervisionados por alguém experiente. A base legada mal-feita dessas empresas era monstruosa, e posso dizer que é um fantasma que as assombra até hoje (sempre dá um novo pau ou o cliente quer uma modificação que se mostra extremamente custosa).
Analise sempre o tempo necessário para fazer cada serviço e peça um prazo razoável ao seu cliente. Comece explicando calmamente que a política da empresa é não fazer as coisas correndo, porque com software isso não funciona, sempre dá problemas para ele lá na frente. Se ele insistir e pressionar muito, negue. Negue mesmo! Nada de “mas não tem como dar um jeito”, “vê o que vc pode fazer”. Eu penso sinceramente que cliente “cri-cri” é sinônimo de prejuízo. Dou de presente para os concorrentes rsrsrsrs :D.
Acho que no começo é importante estabelecer um ritmo razoável e fazer somente os serviços que a sua estrutura e mão-de-obra dará conta de fazer com qualidade. Sem dúvida vc poderia ganhar mais atendendo a todo mundo que te procura, mas esse “ganho rápido” vai cobrar seu preço lá na frente.
Na última agência web em que trabalhei, o gerente gostava muito do meu trabalho, elogiava minha produtividade, mas simplesmente não me dava ouvidos quando eu falava que tal serviço precisa de um pouco mais de tempo. O argumento dele era que “nós precisamos disso” ou “mas o cliente precisa pra ainda esta semana, e não podemos perder o cliente”. Se seu conhecimento não for suficiente, ouça o desenvolvedor, pelo menos aquele que rende e em cujo trabalho vc confia. Estou supondo aqui que vc tenha conhecimentos sobre desenvolvimento de software, pq acho questionável querer tocar um negócio sem verdadeiro conhecimento técnico da área, parece coisa de aventureiro querendo ganhar em cima de quem manja.
Boa sorte! :D:D:D
Deve ser bem complicado ter uma empresa sem conhecimento, acredito que primeiramente temos que ter conhecimento vasto, e termos planos de como dar andamento, conhecimento das áreas de uma empresa, saber lidar com o lucro e ter visão de negócio, no começo é extremamente difícil, depois de um certo tempo o trabalho vale a pena…
Concordo em gênero, número e grau com o MarkKnopfler.
O pior erro de um novo empreendedor(digo novo, pois os experientes já devem saber disso) é achar que vai ganhar dinheiro fácil fazendo gambiarra pra cliente novo, e por consequência atender ele só uma vez. Só uma vez porque se a cagada for grande mesmo, esse cliente não vai querer saber de você nunca mais, e pior, vai falar mal de você pra todo mundo…
A melhor prática é se envolver com o cliente demonstrando seriedade, profissionalismo e compromisso em resolver o problema do cliente. Mas, também como o Mark falou devemos passar prazos realistas e que condizem com o mínimo de qualidade necessária! E isso exige muita conversa com o cliente, pois geralmente o pessoal acha que desenvolver é igual a navegar no Facebook, ou que desenvolvimento é ficar clicando e arrastando componentes pra lá e pra cá, e que as coisas simplesmente acontecem por mágica.
Imagina só, o cliente já tem uma trabalheira pra levantar todos os requisitos e repassar pra você. O desenvolvedor então que tem que aprender como tudo funciona na empresa do cliente, de um ramo que nem de longe de assemelha ao seu, e ainda tem que juntar tudo isso em um sistema coeso, devidamente bem estruturado e bonito(sim, isso conta muito para o cliente final)…
No final das contas é aquela máxima que se encaixa em quase todas as situações: Tudo se resolve com muita conversa!
E essa de aceitar prazos curtíssimos pra entregar “o nego e o cachimbo” para o cliente não cola no nosso ramo. No comércio e serviços de hardware até vai, mas no software nem a pau…

Tudo demanda planejamento.
Hoje em dia definitivamente não dá pra dar bobeira. Ou você tem tudo sob controle, ou pode se preparar pra se incomodar bastante, isso quando a empresa não vai pras “cucuias” já no primeiro ano de atividade.
Demanda muito esforço, mas não é nada impossível. Inclusive existe vários programas de aconselhamento e acompanhamento que o SEBRAE oferece para novas empresas no Brasil, é simplesmente “felomenal”.
Já tive chance de acompanhar algumas consultorias dos profissionais do SEBRAE, e vale muito a pena investir nisso, é o primeiro passo pra ter uma boa empresa!
Eu já programo a vários anos como autônomo e normalmente você demora mais para fazer dinheiro mas, como todo empreendedor na maioria das vezes o retorno é melhor do que ser funcionário de alguém. A grande questão é que você não vai ter ninguém para fazer a análise do projeto para você, então é melhor conhecer bem não só de programação mas também a logística do ramo para o qual você vai programar.
Uma dica que foi muito importante para mim e que ja vi tirar autônomo da área é:
Escolha alguns setores do mercado (não muitos), desenvolva os softwares e não venda seu software. Licencie! Tive um amigo que após vender várias cópias do software dele para várias empresas e gastar o $$$, ficou sem renda e teve que mudar de área. Se você cobrar por locação e mantiver o software dentro da legislação da área, sempre atualizado em todos os clientes você vai ter a renda mensal necessária tanto para se manter como para se reciclar e o código sempre vai estar “fresco” na sua memória, até porque se o software der problema depois de 10 anos de vendido o cliente vai querer que você ajeite e talvez você não tenha mais nem lembrança de como é o código ou já tenha mudado de linguagem.
Eu ri muito com essas 2 frases dos colegas programadores e concordo plenamente:
"Eu penso sinceramente que cliente “cri-cri” é sinônimo de prejuízo. Dou de presente para os concorrentes rsrsrsrs . "
“pois geralmente o pessoal acha que desenvolver é igual a navegar no Facebook, ou que desenvolvimento é ficar clicando e arrastando componentes pra lá e pra cá, e que as coisas simplesmente acontecem por mágica.”
Para você ter uma idéia, tive uma cliente que me disse que tinha feito um programa para controlar o financeiro dela e quando fui olhar era um planilha do excel com algumas colunas de autosoma :shock:.
Chegou ao ponto!
O pessoal faz um curso de Excel, vê uns SE e uns PROCV e acha que programar se resume a isso…
:lol:
Sei que ser Freelancer não significa ser empreendedor, mas este texto do Shoes não deixa de ser uma boa recomendação:
http://fragmental.com.br/wiki/index.php/Guia_de_Guerra_Para_Freelancers.html
Muito legal o seu relato. Eu já perdi algumas chances de entrar neste ramo, por falta de coragem. Trabalhei em uma empresa onde conhecia todo o código fonte e o negócio envolvido de um sistema deles. Certa vez resolveram contratar um fornecedor para terceirizar a migração deste sistema, mas eu já estava em outra empresa e não me ofereci como opção para desempenhar tal atividade, certamente teria sido uma boa chance.
Muitos reclamam que quem não é empregado acaba trabalhando mais, mas eu vejo alguns pontos bem positivos, como flexibilidade e estar investindo o tempo em um negócio seu. Um dia ainda quero seguir este rumo.
Muito legal o seu relato. Eu já perdi algumas chances de entrar neste ramo, por falta de coragem. Trabalhei em uma empresa onde conhecia todo o código fonte e o negócio envolvido de um sistema deles. Certa vez resolveram contratar um fornecedor para terceirizar a migração deste sistema, mas eu já estava em outra empresa e não me ofereci como opção para desempenhar tal atividade, certamente teria sido uma boa chance.
Muitos reclamam que quem não é empregado acaba trabalhando mais, mas eu vejo alguns pontos bem positivos, como flexibilidade e estar investindo o tempo em um negócio seu. Um dia ainda quero seguir este rumo.[/quote]
Realmente, em 99% dos casos que não é empregado trabalha mais…
Mas você está trabalhando única e exclusivamente pra você. Não tem gestor e analista te apurrinhando, não tem que se preocupar em ficar agradando superior…
Acho que pesando os pontos, ser patrão é bem melhor que ser empregado…
:lol:
Só uma observação aqui… trabalhar por conta própria por causa da idéia que não existe patrão é uma grande ilusão, é começar com um pé no fracasso. Tinha uma antiga propaganda (era algo relacionado a montar seu próprio negócio) que dizia “Diga adeus ao patrão”, e tinha a figura de um cara deitado na rede. 
Isso é muito perigoso! Na verdade o empresário tem muito mais patrões do que um empregado. Enquanto você como empregado tem apenas um patrão, para o dono da empresa cada cliente é um chefe diferente, cada um com suas manias e exigências.
Além do mais, como empregado você tem direito de cair fora quando as coisas ficarem ruins, e na semana seguinte poderá estar trabalhando em um lugar totalmente novo. Como patrão, estará meio “preso” pois é o investimento da sua vida.
Será que com tudo isso eu quero dizer que ser empreendedor é uma m&#$@ ?
Não é isso não… o que quero dizer é que tudo é questão de perfil, não é aquela coisa maravilhosa que resolve a vida de qualquer pessoa (como ganhar na loteria), é um caminho que tem seus próprios riscos e dores de cabeça.
Se o cara pensa “Vou trabalhar por conta própria porque não aguento meu chefe enchendo o saco”, é melhor pensar duas vezes.
Por outro lado, se ele pensar “Vou trabalhar por conta própria porque estou a fim de trabalhar duro, realizar algo diferente e como consequência crescer financeiramente”, então está mais no perfil de um empreendedor.
Concordo, mas vc sempre vai ter o cliente te aporrinhando se não colocar limites logo de cara. Deu um jeitinho e fez pra ontem uma vez, umazinha só, eles vão querer sempre!
Concordo, mas vc sempre vai ter o cliente te aporrinhando se não colocar limites logo de cara. Deu um jeitinho e fez pra ontem uma vez, umazinha só, eles vão querer sempre![/quote]
Justamente.
Antes de entrar pra TI eu trabalhei em um comércio onde os clientes eram mal acostumados. Isso estava gerando maior prejuízo pra empresa e os patrões não viam…
E depois que vc acostumou os clientes, esquece voltar atrás. Só com muito custo mesmo!
Concordo, mas vc sempre vai ter o cliente te aporrinhando se não colocar limites logo de cara. Deu um jeitinho e fez pra ontem uma vez, umazinha só, eles vão querer sempre![/quote]
Esse relato seu me lembrou um dia onde um colega de trabalho deu um prazo de 1 semana para a área de negócio. Daí o gestor desta área veio pressionar e o colega reduziu o prazo para 2 dias e entregou tudo funcionando. Após isso, toda a nossa credibilidade foi destruída, todas as estimativas passaram a ser contestadas, e ainda fomos chamados de folgados, pois segundo a área de negócio, estávamos pedindo mais tempo para ficarmos à toa.
Numa situação dessas eu rompia com essa empresa. Fome eu não vou passar.
Eu jogava na cara dele que o prazo foi desumano, que eu tive de me matar de trabalhar e que o certo era eu ter cobrado o triplo ou mais.
Seu colega fez muito errado em ter aceitado, provavelmente se matou fazendo aquilo em 2 dias e, ao invés de receber ao menos um “obrigado pelo esforço”, foi taxado de folgado (e se eu entendi bem, vc tb).