O Kazdum está gerando ruído.
Ninguém está dizendo que é OBRIGATÓRIO ter um curso para se trabalhar na área (embora tenha gente que queira tornar obrigatório, o que muitos de nós também defende ser uma idiotice).
Todo mundo já falou que o auto-didata é possível, e pode atuar junto com quem não é auto-didata. E que não é demérito nenhum ser auto-didata.
Não adianta ficar repetindo a frase de maneira incompleta, como se você estivesse desmerecendo a importância da faculdade. Até porque, num tópico anterior, você já reconheceu que ela é útil.
Porém, em alguns momentos, foi afirmado na thread que cursos são INÚTEIS e são uma PERDA DE TEMPO. E é aí que discordamos veementemente. Menosprezar a importância da faculdade, só porque ela não é obrigatória, é também uma idiotice. Vamos a uma comparação: Não é necessário usar um veículo automotor para se deslocar de São Paulo até Goiânia. Porém, se você for fazer essa viagem, você REALMENTE iria a pé? Acha então inútil os veículos automotores só porque, teoricamente, eles não são necessários em viagem terrestre alguma? Então, acho que numa discussão sobre veículos automotores, seria um tanto inútil você ficar repetindo que “nenhum veículo é necessário” ou “sempre é possível fazer a viagem a pé”, certo?
E com a faculdade é a mesma coisa. Você pode até aprender sozinho, mas vai levar muito mais tempo, e provavelmente você vai se perder muito mais vezes no caminho, do que tendo um profissional experiente do seu lado, preocupado única e exclusivamente em te educar, além de uma estrutura de laboratórios e livros. Sem falar de uma ementa cuidadosamente elaborada com base nas necessidades do mercado, e no conhecimento dos professores.
A frase “é o aluno quem faz a faculdade”, não desmerece a importância da faculdade, nem justifica o auto-didata. Ela só quer dizer que não adianta toda essa infra-estrutura, se o cara for um vagabundo. Eu mesmo tenho alunos que o tempo todo correm atrás, mandam e-mails, tiram dúvidas e estão sinceramente preocupados em se melhorar. Todo aluno, para ser bom, precisa de espírito auto-didata, com a vantagem de que na faculdade, você tem além dos livros e do Google, vários PROFESSORES te orientando e te indicando os caminhos certos e INFRA-ESTRUTURA para aperfeiçoar esse conhecimento. Ou seja, pode trocar por só ter o google e os livros? Sim, mas é fazer a tal da viagem de SP até Goiânia a pé…
Muitos alunos aproveitam oportunidades de extensão e o networking. Muitos professores reconhecem e indicam alunos assim para empregos (eu já perdi as contas de quantos alunos já empreguei). E não se pode negar que a entrada no mercado de trabalho para esse pessoal tende a ser muito mais fácil.
Assim como tenho aquela turminha que acha que o “Google é o meu pastor e nada me faltarás”, e tentam levar na malandragem o curso inteiro - ou aqueles cuja filosofia é tirar o 5,0 de média necessário para a final. Esses, com ou sem faculdade, não vão para frente nunca, até que amadureçam. Essa turminha não vai se dar bem nem com, nem sem a faculdade (não confunda, a turma do Google ao que me refiro não são os auto-didatas, são os “consumidores de informação”).
Só ficar batendo na tecla de que “é inútil pq dá para a aprender sem ela” é cansativo e está estressando a thread. Se for refutar algum argumento, por favor, refute a complementação do que já foi dito sobre isso, e não fique só repetindo uma premissa que já foi tida como correta, pois todo mundo vai entender que você está afirmando que ela é a ÚNICA premissa por dar tanta ênfase. (A língua não é igual a lógica matemática. Na língua, se você afirma com veemencia demais um ponto, está induzindo o leitor a acreditar que você refuta outras premissas contrárias. A lógica matemática não trabalha com induções ou comparações, como nosso cérebro).