Um pouco perdido profissionalmente

Olá pessoal!

Eu trabalho como programador numa empresa pequena faz dois anos. Antes disso trabalhei como designer e aos poucos fui aprendendo programação e mudei.

Não tenho graduação nenhuma, apenas um curso técnico de muitos anos atrás.

Bom, apesar de ser programador (medíocre, eu reconheço), essa não é a área pela qual tenho maior interesse. Decidi trabalhar com isso pq parecia uma carreira mais estável. Meu interesse sempre foi por ilustração (longe de ter skill profissional aqui também).

Eu tentei por um tempo ser artista, estudar os fundamentos e tal, mas a ideia de seguir essa profissão é muito assustadora, ainda mais que não existe disso na minha cidade e se mudar não é viável. É como se eu estivesse indo de encontro a miséria e a passar fome hehe. Martelei tanto isso na cabeça que acabei desistindo, e o sentimento de culpa é algo que carrego.

Eu já estou velho (25), sem formação e ainda um “profissional” medíocre e sem muita perspectiva.

Os caras que trabalharam comigo sempre dizem que gostam da área e tal.

  • Gostaria de saber se vocês conhecem pessoas bem sucedidos que fazem isso apenas pelo dinheiro.

  • Também gostaria de saber se vocês trabalham em projetos pessoais em casa. Eu já tentei inúmeras vezes mas sempre bate o desânimo.

  • Não sei se vale a pena entrar numa graduação já tendo experiência, apenas por uma garantia a mais no processo seletivo.

A questão é que estou sem perspectiva mesmo, não sei pra onde ir.

Crise + mimimi hehe.

Abraços.

Antes de qualquer coisa você tem que se definir.

Mas, quando você começou a programar foi por mera necessidade? Interesse zero?

Quanto ao entusiasmo pela prática, não se deixe levar pelo blablabla de parte da comunidade (incluindo recrutadores). O pessoal de TI acha que a área é tão especial e diferenciada que ficam espalhando um tanto de besteira. As principais são: a crença de que ser “apaixonados por tecnologia” é um requisito ou condição comum; a imposição social de que programador de verdade deve desenvolver e participar de projetos fora do ambiente de trabalho.

Tudo besteira, na minha opinião. Às vezes fico imaginando como reagiria um dentista se se deparasse com um anúncio de vaga em que o candidato ideal é “apaixonado por odontologia” e preferencialmente usa seu tempo livre para praticar ou trabalhar de graça.

[/rant]

Voltando ao ponto:

  1. Dá sim para ser bem sucedido, mesmo sem enorme interesse. Mas, pelo menos alguma aptidão é necessária para te manter estimulado a melhorar.

  2. Não se sinta pressionado a começar qualquer projeto. Se surgir alguma ideia, aí sim é hora de lutar contra a preguiça :wink:

  3. Sendo na área tecnológica ou artística, não deixe para depois a obtenção de um título de ensino superior. Experiência não vai substituir a base técnica e científica de um bom curso.

@ViniGodoy,
Eu acho que tenho mais facilidade com artes, meu sonho profissional era esse, mas não consigo lidar com os pensamentos pessimistas sobre a carreira e a desvantagem de morar longe das oportunidades. É complicado, principalmente pq ainda não consigo me desligar completamente da ideia. Obrigado.

@naosouusuario,
bom, eu já tinha uma noção de programação por conta do curso que havia feito, e pensando em ter uma profissão mais estável$$ eu decidi me esforçar pra me tornar um programador. O interesse foi mais no dinheiro e estabilidade mesmo. Interesse por programação, só tive por programação de jogos uma vez (embora eu praticamente nem jogue nada), só que meu “célebro” é muito limitado pra isso, é coisa pra gênios :slight_smile:

Sobre o 2), quando chego em casa não tenho vontade nenhuma de botar as mãos em programação web. E quando leio sobre o assunto, da a impressão que todo true programador programa por lazer também, o que me faz sentir um tanto deslocado. Uma vez fiz uma entrevista e o cara me perguntou se eu gostava de programar, eu exitei antes de dizer sim, perdi a oportunidade ali kk. Talvez seja apenas questão de mindset que ainda não consegui alcançar. Obrigado pelo rant e respostas.

Minha opinião é que a maioria dos seres humanos possuem capacidades para exercerem diversas atividades diferentes, ou seja, com algum esforço, dedicação e treinamento quase todos conseguem desempenhar mais de uma atividade. Mas, o rendimento de cada um é diferente, de acordo com aptidões naturais ou inatas.
Isso posto, é necessário que cada um escolha o que deve fazer profissionalmente. Por profissional, quero dizer que esteja preparado para fazer o trabalho (qualificação) e que faça o trabalho. Não importando muito se gosta ou não do trabalho, melhor se gostar, é claro!
Existe o talento ou vocação, mas, o que sempre faz diferença é o trabalho duro, estudo, treino, prática e muita dedicação. Sem suor, o talento fica adormecido no estado potencial.
Como em toda atividade com déficit de profissionais qualificados, tem muitos mitos, mistificações e confusões. Em TI tem um monte, mas, tirando os exageros, a maioria até faz sentido. Mas, também, não é para todo mundo, apenas, para aqueles que querem se destacar e pagar o preço: dedicação e renúncia.

Ah, outra coisa, normalmente aquilo que nos dá prazer em fazer, nós fazemos de graça ou pagamos por ele. Para isso temos férias e hobbies!

Tem muito trabalho voluntário sendo exercido por muitos profissionais de saúde.
Vide hospitais universitários.
A maioria dos dentistas são profissionais liberais, e fazem sim, muitos cursos de atualização e especialização.
Assim como os médicos e oftalmologistas.

[quote=A H Gusukuma][quote=naosouusuario]
Tudo besteira, na minha opinião. Às vezes fico imaginando como reagiria um dentista se se deparasse com um anúncio de vaga em que o candidato ideal é “apaixonado por odontologia” e preferencialmente usa seu tempo livre para praticar ou trabalhar de graça.

[/quote]

Tem muito trabalho voluntário sendo exercido por muitos profissionais de saúde.
Vide hospitais universitários.
A maioria dos dentistas são profissionais liberais, e fazem sim, muitos cursos de atualização e especialização.
Assim como os médicos e oftalmologistas.[/quote]

E em que momento eu escrevi que eles não o fazem? Leia direito, antes de encher linguiça. E, não, a maioria dos dentistas não é profissional liberal. Tem muitos se acotovelando por vaga em clínica dos outros.

De onde você tirou que investimento de esforço em cursos é igual a trabalho de graça?

[quote=naosouusuario]
E em que momento eu escrevi que eles não o fazem? Leia direito, antes de encher linguiça. E, não, a maioria dos dentistas não é profissional liberal. Tem muitos se acotovelando por vaga em clínica dos outros.

De onde você tirou que investimento de esforço em cursos é igual a trabalho de graça?[/quote]

Primeiro, deixa a agressividade de lado, que estamos dialogando, colocando nossas opiniões.

O investimento em cursos, tirei do “apaixonado por odontologia”.
O trabalho voluntário, do " usa seu tempo livre para praticar ou trabalhar de graça".

E se, no caso dos dentistas, estiverem procurando emprego, tem que mostrar diferenciais para melhorar a chance de conquistar a vaga, assim como os profissionais de TI.

Tudo bem, peço desculpa se exagerei. Respeito sua opinião. (Aliás, escrevi besteira ao confundir profissional liberal com autônomo.)

Agora, acho melhor esquecer isso e deixar o tópico voltar ao propósito inicial :slight_smile:

[quote=naosouusuario]Tudo bem, peço desculpa se exagerei. Respeito sua opinião. (Aliás, escrevi besteira ao confundir profissional liberal com autônomo.)

Agora, acho melhor esquecer isso e deixar o tópico voltar ao propósito inicial :)[/quote]

Não esquenta! Acontece.
Tudo de bom

Acho difícil alguém ser bem sucedido, apenas pelo dinheiro. Nossa área é uma que precisa de muito interesse, muito conhecimento e muita atualização constante. Profissional que não gosta, acaba deixando de estudar tais coisas, pra ver outras de seu interesse. Profissional que gosta, faz isso com prazer.

Isso é uma coisa difícil mesmo, mesmo que eu goste da área, depois de um dia de trabalho, é difícil mesmo ter ânimo pra trabalhar em seus projetos pessoais, mesmo que seja algo que você vê que pode dar dinheiro. Quanto a isso, relaxa.

Primeiro precisa se decidir, como disse o ViniGodoy. Se você vai encarar de frente e aprender a gostar, compensa sim. Caso contrário, vai ser praticamente inútil.

Dica: Já que gosta de artes, porque não tenta uma carreira paralela a sua carreira de programador? Use a carreira de programador pra ser seu sustento e aos tempos livres, procure alguns trabalhos freelance. Tente iniciar a carreira de artes de alguma forma, até vc ver que da pra largar td e investir nisso

[quote=barr]Olá pessoal!

Eu trabalho como programador numa empresa pequena faz dois anos. Antes disso trabalhei como designer e aos poucos fui aprendendo programação e mudei.

Não tenho graduação nenhuma, apenas um curso técnico de muitos anos atrás.

Bom, apesar de ser programador (medíocre, eu reconheço), essa não é a área pela qual tenho maior interesse. Decidi trabalhar com isso pq parecia uma carreira mais estável. Meu interesse sempre foi por ilustração (longe de ter skill profissional aqui também).

Eu tentei por um tempo ser artista, estudar os fundamentos e tal, mas a ideia de seguir essa profissão é muito assustadora, ainda mais que não existe disso na minha cidade e se mudar não é viável. É como se eu estivesse indo de encontro a miséria e a passar fome hehe. Martelei tanto isso na cabeça que acabei desistindo, e o sentimento de culpa é algo que carrego.

Eu já estou velho (25), sem formação e ainda um “profissional” medíocre e sem muita perspectiva.

Os caras que trabalharam comigo sempre dizem que gostam da área e tal.

  • Gostaria de saber se vocês conhecem pessoas bem sucedidos que fazem isso apenas pelo dinheiro.

  • Também gostaria de saber se vocês trabalham em projetos pessoais em casa. Eu já tentei inúmeras vezes mas sempre bate o desânimo.

  • Não sei se vale a pena entrar numa graduação já tendo experiência, apenas por uma garantia a mais no processo seletivo.

A questão é que estou sem perspectiva mesmo, não sei pra onde ir.

Crise + mimimi hehe.

Abraços.[/quote]

Eu gosto de dinheiro e faço meu trabalho por dinheiro E por gosto. Mas não faria algo apenas pelo dinheiro, pois eu seria medíocre ou pior. Vc poderia se dar bem combinando os dois conhecimentos (programação e designer). Já trabalhou com flash da macromidia ou fazendo jogos com o Blender? O flash professional era ide (paradigma de orientação à eventos) para trabalhar com movieclips (objetos-desenhos). Muitos desenhos (animações) foram feitas com ele combinando desenhos e programação. Hoje minha filha adora um programa chamado “Peppa Pig” (ver youtube). Procura pra ver a qualidade… Pela qualidade, parece ruim, mas a criançada adora! (tem mercado). Se gosta de designer e ilustração com certeza será capaz de produzir semelhantes ou melhores. O flash permite o uso de muita imagens e pouca programação.
Não acredito que goste apenas de designer e ilustração. Com certeza vc deve gostar e conhecer bem muitas outras coisas. Eu tenho um amigo que a alguns meses atrás estava procurando um bom churrasqueiro. Para ele foi difícil encontrar um, mas acabou encontrando um que adorava fazer churrasco.

[quote=barr]@ViniGodoy,
Eu acho que tenho mais facilidade com artes, meu sonho profissional era esse, mas não consigo lidar com os pensamentos pessimistas sobre a carreira e a desvantagem de morar longe das oportunidades. É complicado, principalmente pq ainda não consigo me desligar completamente da ideia. Obrigado.

@naosouusuario,
bom, eu já tinha uma noção de programação por conta do curso que havia feito, e pensando em ter uma profissão mais estável$$ eu decidi me esforçar pra me tornar um programador. O interesse foi mais no dinheiro e estabilidade mesmo. Interesse por programação, só tive por programação de jogos uma vez (embora eu praticamente nem jogue nada), só que meu “célebro” é muito limitado pra isso, é coisa pra gênios :slight_smile:

Sobre o 2), quando chego em casa não tenho vontade nenhuma de botar as mãos em programação web. E quando leio sobre o assunto, da a impressão que todo true programador programa por lazer também, o que me faz sentir um tanto deslocado. Uma vez fiz uma entrevista e o cara me perguntou se eu gostava de programar, eu exitei antes de dizer sim, perdi a oportunidade ali kk. Talvez seja apenas questão de mindset que ainda não consegui alcançar. Obrigado pelo rant e respostas.[/quote]

Cara, esse negócio de “dar dinheiro” é muito relativo, se você gosta e leva jeito com artes é melhor você seguir o rumo de artes. Primeiro, você não é velho, pelo contrário, é beeeem novo ainda. Se você prefere, incondicinalmente, numa tarde de domingo com chuva, pegar um livro qualquer de pintura, por exemplo, e nunca um de programação, não há duvidas, você está na área errada. E dificilmente vai se dar bem. Ou seja, esse “ganhar dinheiro” na nossa área não é pra você.

Veja bem, eu não estou dizendo que se você lê livros que não sejam de atividades ligadas a programação você não serve pra programação. Eu mesmo, sou músico amador, dos bem ruinzinhos, mas de vez em quando me divirto com um bom livro de teoria musical ou técnicas de contrabaixo ou violão. Mas os livros de programação estão sempre por perto também, lê-los pra mim é um passatempo tanto quanto assistir um filme ou jogar video game. Não há esforço, é algo relaxante, enquanto não vem o sono a noite por exemplo.

Se não é assim pra você, e pra qualquer um, deve ser um indicativo de que a coisa não é pra você mesmo.

Quanto ao ganhar dinheiro com artes é muito relativo, eu tenho um amigo músico dos tempos de bandas de garagem do colégio que optou por seguir carreira musical, fez faculdade, estudou pra caramba e mesmo assim não se tornou um músico famoso de sucesso, badalado pelas gravadoras e tal. Hoje ele é produtor musical, tem um estúdio pequeno e toca na noite. No fim das contas ele ganha mais ou menos, tem o carro dele financiado, a casa financiada, tem que lutar dia a dia pra conseguir clientes e etc… Exatamente como a imensa maioria de nós.

A diferença entre ele e um advogado frustrado meia boca sem vocação, por exemplo, é que ele trabalha com o que gosta, enquanto o advogado frustrado trabalha o dia inteiro com o que não gosta, com gente que não tem nada a ver com ele, esperando o tempo passar pra chegar em casa a noite e no fim de semana e pintar o seu quadro, ou fazer sua escultura que é o que de fato ele gosta.

Se esse advogado frustrado do exemplo tivesse optado por artes talvez ele não fosse o novo Portinari, mas podia bem ter uma galeria de artes, onde passaria o dia conversando com quem gosta de artes, falando sobre artes e a noite pesquisando mais coisas sobre artes, e ainda pintando seus quadros como passatempo.

No fim das contas ganharia tanto ou mais com artes do que como advogado medíocre e desinteressado.

A minha dica é, jogue tudo fora e faça o que você gosta. E se não der certo você pode voltar, acredite, você tem muito tempo ainda pra isso.

O que recomendo é que se prepare antes de fazer isso: faça cursos, faculdade, especialize-se. Ao mesmo tempo, economize, faça uma poupança para se manter quando mudar de área.
Agora, não dá para ter sucesso em qualquer área com o “freio de mão puxado”, ou você se dedica, ou não dá.
E se achar velho com 25, que isso cara você toda uma vida pela frente!

Como Luiz falou, tente combinar as duas coisas, tecnologia e arte, você pode ser web designer por exemplo.

Acho que 25 é um pouco velho pra se tornar artista ou músico, mas não para programar que é até os 30-35.

Interessante. O que acontece com o programador depois dos 35? Morre, ou não tem mais capacidade de programar?

Ou você é daqueles que acham que Gerente de Projeto é evolução da carreira de programador?

Interessante. O que acontece com o programador depois dos 35? Morre, ou não tem mais capacidade de programar?

Ou você é daqueles que acham que Gerente de Projeto é evolução da carreira de programador?[/quote]

Meu Deus, em mais 2 anos serei incapaz de programar!! =O

Interessante. O que acontece com o programador depois dos 35? Morre, ou não tem mais capacidade de programar?

Ou você é daqueles que acham que Gerente de Projeto é evolução da carreira de programador?[/quote]

Meu Deus, em mais 2 anos serei incapaz de programar!! =O[/quote]

Creio que ele está se referindo à idade para iniciar a carreira…

Interessante. O que acontece com o programador depois dos 35? Morre, ou não tem mais capacidade de programar?

Ou você é daqueles que acham que Gerente de Projeto é evolução da carreira de programador?[/quote]

Meu Deus, em mais 2 anos serei incapaz de programar!! =O[/quote]

Creio que ele está se referindo à idade para iniciar a carreira…[/quote]

Ufa, estou salvo.