Veja: Ao insistir no software livre, o governo deixa de melhorar os serviços eletrônicos aos cidadão

Caríssimos,

na edição de Veja desta semana, há uma matéria que, se não for paga, foi escrita por uma pessoa sem a menor noção do que é software livre. O raciocínio (?) do autor é o seguinte: Como o Governo Federal não consegue fazer o cruzamento de dados entre as secretarias de Segurança, da Receita Federal e dos tribunais eleitorais, o software livre não presta.

Em outro trecho, o autor chega a associar o uso do software livre com o aumento da corrupção com o seguinte raciocício(?): O governo federal é ineficiente, usa software livre, e faz apenas 46% de suas compras públicas - de material de escritório a papel higiênico - pela internet, contra 80% do governo de São Paulo, o que diminui a transparência do processo e aumenta os riscos de corrupção.

Um momento de bondade do autor: Nem sempre o software livre é pior que o comercial

Percebam que em nenhum momento são citados casos de sucesso, como o do Banco do Brasil, que usa Java com muito sucesso, inlusive na parte de Internet Banking.

Vamos ler nas entrelinhas, colegas, pois estão querendo acabar com o software livre para abrir caminho para apenas uma empresa no mundo.

Conclamo todos os gujeiros a enviarem e-mail para a redação da revista esclarecendo àqueles senhores o que é o software livre.

Segue o texto:

Um critério para avaliar a eficiência da administração pública é o uso da informática para reduzir a burocracia estatal e facilitar a vida do cidadão. Quatro anos atrás, o Brasil pertencia à elite mundial nesse quesito, à frente do Japão. Brasileiros eram convidados para descrever em congressos internacionais a experiência nacional com as compras públicas pela intemet, com a declaração on-line do imposto de renda e com o voto eletrônico. O governo Lula mudou radicalmente as prioridades nessa área. Em lugar de ampliar as experiências bem-sucedidas, passou a priorizar a implantação do software livre na administração federal. O resultado: o Brasil caiu dezenove posições no ranking das Nações Unidas que avalia o uso da informática pelos governos, ficando atrás do Chile e do México.

A oposição aos programas comerciais - leia-se aí a Microsoft fabricante do sistema operacional Windows e a maior empresa mundial de software - é uma bandeira do PT. A posição está baseada, em parte, na desconfiança ideológica que o partido nutre em relação às grandes corporações capitalistas. “Não podemos depender dos programas vendidos por uma ou outra empresa privada”. explica Rogério Santanna, secretário do Comitê Executivo de Governo Eletrônico, subordinado ao Ministério do Planejamento. O software livre é um programa ou sistema operacional que pode ser modificado por qualquer um e, em princípio, pode ser obtido gratuitamente na internet. Em teoria, é uma boa idéia usar e não pagar. Na prática, talvez seja um problemão, sobretudo se o uso se transformar em obrigação. “Ao optar por um programa, é preciso pesar cuidadosamente os prós e os contras”, diz Fernando Parra, presidente da DTS, empresa de São Paulo que desenvolve softwares e presta serviços de tecnologia. “Não se podem tomar, com base em motivos ideológicos. decisões que deveriam ser técnicas.”

A migração para o software livre custou caro para os cofres públicos. O governo federal precisou contratar 2000 técnicos em informática. Só os salários e os encargos trabalhistas desses programadores ultrapassam 56 milhões de reais por ano - o dobro do que o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, vinculado à Casa Civil, estima que o governo federal economizou com os programas que deixou de comprar em 2004. Nem sempre o software livre é pior que o comercial, mas sua adoção pelo governo brasileiro revelou-se ineficiente. Os técnicos do Serpro, empresa de processamento de dados subordinada ao Ministério da Fazenda, tentaram em vão substituir por software livre os programas que funcionavam com perfeição mas estavam sendo rejeitados apenas porque operavam em Windows, o sistema da Microsoft. Foram feitas versões em código aberto do programa de imposto de renda on-line e do portal de compras públicas ComprasNet. O resultado foi tão ruim que os dois programas continuam funcionando no sistema Windows. “A cruzada ideológica pelo software livre é apenas a ponta do iceberg”, diz Florencia Ferrer, diretora-presidente da FF Pesquisa & Consultoria, de São Paulo, especializada em governo eletrônico. “O governo também foi incapaz de inovar na administração pública usando a tecnologia.”

O governo do Paraná envia mensagens para o celular de desempregados informando sobre vagas disponíveis. Em São Paulo, já é possível preencher o boletim de ocorrência policial pela internet e pedir segunda via do documento de identidade. O governo federal nem sequer conseguiu fazer o mesmo com a emissão de passaportes. Um dos principais atrasos refere-se à licitação on-line. O governo federal faz apenas 46% de suas compras públicas - de material de escritório a papel higiênico - pela internet, contra 80% do governo de São Paulo. Em uma licitação on-line, a União informa que bens deseja comprar, e fornecedores de todo o país e do exterior se engalfinham para ganhar a concorrência com o menor preço. O comprador sempre sai ganhando, porque o número de ofertas é muito maior, e a transparência no processo diminui os riscos de corrupção. Se o governo federal tivesse o mesmo padrão de compras on-line que o estado de São Paulo, teria economizado 3 bilhões de reais nos últimos três anos, segundo estudo da FF Pesquisa & Consultoria.

Algumas promessas de governo eletrônico foram cumpridas apenas parcialmente, como a de fazer com que as bases de dados dos diversos órgãos públicos conversem entre si. O governo tenta sem sucesso fazer o cruzamento de dados entre as secretarias de Segurança, da Receita Federal e dos tribunais eleitorais. Em lugar de investir para oferecer serviços aos cidadãos e melhorar a eficiência da máquina burocrática, o governo Lula usou as conquistas eletrônicas da administração anterior em sua desastrada campanha para se tornar líder sul-americano.
A conseqüência dessa política foi um banho de água fria nas aspirações comerciais de muitas empresas sediadas no Brasil que desenvolvem software e urnas eletrônicas. A Unisys e a Diebold Procomp, fabricantes de urnas eletrônicas de São Paulo, tinham planos de exportar a tecnologia para os países vizinhos. Em vez de emprestar algumas poucas umas para fazer propaganda, o governo Lula decidiu bancar as eleições alheias. Só para o Paraguai foram emprestadas 15 000 urnas para as eleições de 2005 e 2006. A empresa Vesta, de São Paulo, deixou de vender softwares de compras públicas on-line para a Bolívia porque Lula, em seu primeiro ano no poder, resolveu oferecer ao país, de graça, um programa com a mesma função. “O governo federal não só reinventou a roda com o software livre à custa do contribuinte, como prejudicou a competição no mercado de tecnologia”, diz Paula Santos, sócia da Vesta. E a política do software livre contra o livre mercado.

O sistema do banco do brasil é DB2 e Natural/Adabas, (Assim como o bacen)

O Jornalista é um idiota. simples assim.

Isso é inacreditável. Como que a VEJA publica isso.
Horrível.
Vou mandar email para lá.

Não, sem onda, tem alguém aqui que leva a Veja a sério? :lol:

PelaMãeDoGuarda minha gente! :stuck_out_tongue:

Claro que sim cara! Todas as pessoas que levam a sério faustão, gugu liberato, e acham as reportagens da hebe um barato!

[quote=Maurício Linhares]Não, sem onda, tem alguém aqui que leva a Veja a sério? :lol:

PelaMãeDoGuarda minha gente! :P[/quote]

O problema é que o Brasil não está todo aqui. :smiley:

Eu ia criar esse topico na sexta, quando chegou aqui em casa a edição da Veja (por algum motivo chegaram algumas edições grátis aqui em casa). O problema foi a total confusão entre mal uso de software livre pelo governo com “software livre é ruim”. A reportagem só serve para confundir os desavisados de plantão.

valeuz…

Olá…

Esqueçam a Veja…essa revista é vendida!!!..

Até mais

Patty

Toda revista tem sua ideologia e segue esse caminho… assim como a veja todas as outras revistas em suas matérias compradas.

Erros do governo, segundo a revista:

Ou seja, adotar o software livre é um erro. Incondicionalmente. Yeah, right.

Não leio a Veja, e tomei conhecimento dessa matéria atravéz da internet. Históricamente a Veja acusa o governo do PT nas mais diversas areas. Mas o que o PT faz?

Na revista Veja da semana passada, ela acusa o Lula de alguma coisa (também não li), mas ai o Lula respondeu com o seguinte: “- É mentira”. E ponto, só isso. Será que não tem alguma coisa errada ai?

Quero ver o governo para quem eu pago meus impostos rebater todos os pontos da revista.

E espero muito mesmo que a revista veja e mais outros meios de comunicação continuem criticando o governo, falando mal, despejando todo o veneno, comprado ou não, contra o governo. E quero ver o governo rebater todas as criticas. Porque dizer simplesmente “- É mentira” eu vou ser obrigado a acreditar na Veja.

Vamos pensar, nessa matéria fala em contratação de 2 mil tecnicos. Ninguem acha isso estranho? 2 mil profissionais é muita coisa, e pra mim tem falcatrua ai. Ou a veja aumentou o número muitas vezes, ou é verdade e o governo ta contratando até a mae pra fazer cabide de emprego. Então a veja disse: “- contratou 2 mil tecnicos”. Agora quero ver o governo se explicar, e dizer quantos contratou, dizer pra que, e porque. Mas não adianta dizer “- É mentira” porque ai a veja vai estar com a razão.

Acho uma excelente forma de fiscalizar o governo essas matérias compradas da veja! :slight_smile:

Um dos grandes problemas do software livre é o fanatismo.
Eu não diria que "Nem sempre o software livre é pior que o comercial " eu diria “Nem sempre o software livre é melhor que o comercial”

Mas existem pessoas que são contra tudo que se pague e, as vezes, no final, o barato sai caro.

Carrego a bandeira do software livre…e quando soube da ação do governo de implantar softwares não-proprietários fiquei radiante…a migração necessita-se de planejamento e cautela…migração é migração…e requer tempo…agora como disse o colega lá em cima: " A Veja fez as ‘denúncias’ , resta ao governo contestá-las…"

Até mais

Patty

Uma palavra: MIGRAÇÃO

Muitas coisas estão dando problema ou não evoluíram como se desejava por que migrar de A para B ou de B para A é sempre um processo conturbado. Infelizmente muitas outas não acontecem justamente por medo (plausível) do impacto da migração de bancos de dados por exemplo.

Não se esqueçam do fator político, que no setor público é mais importante que o tecnológico.

Veja é a revista mais arrogante e imparcial que existe.

Eu até gosto dela quando ela fala mal dos deputados, denuncia a corrupção, etc e tal. Nessa área um pouco de arrogância e imparcialidade é bem-vinda.

Mas já em outras áreas a coisa fica feia…

[quote=marcelomartins]Vamos pensar, nessa matéria fala em contratação de 2 mil tecnicos. Ninguem acha isso estranho? 2 mil profissionais é muita coisa, e pra mim tem falcatrua ai. Ou a veja aumentou o número muitas vezes, ou é verdade e o governo ta contratando até a mae pra fazer cabide de emprego. Então a veja disse: “- contratou 2 mil tecnicos”. Agora quero ver o governo se explicar, e dizer quantos contratou, dizer pra que, e porque. Mas não adianta dizer “- É mentira” porque ai a veja vai estar com a razão.
[/quote]

Sem o devido contexto fica difícil saber qualquer coisa. A Veja poderia ter dado maiores explicações a respeito desse número, como:

  • como foi obtido;
  • quando;
  • em que circustância foram contratadas as pessoas;
  • para fazer exatamente o quê;
  • comparações com mandatos anteriores, etc.

Um pouquinho de trabalho de jornalista, sabe?

Acredito que as matérias da Veja deveriam ser melhor escritas. Dá a impressão que o público alvo deles são os idiotas.

Portanto não é possível levar muita coisa do que eles dizem a sério, incluindo essa “reportagem”. Acho que o ônus da prova pertence a Veja.

[quote=Flin]Um dos grandes problemas do software livre é o fanatismo.
Eu não diria que "Nem sempre o software livre é pior que o comercial " eu diria “Nem sempre o software livre é melhor que o comercial”[/quote]

Software livre nao quer dizer “nao-comercial”. Acho que nem todo software livre eh melhor que software proprietario. Acho tambem que, como a grana que paga o software utilizado no governo eh publica, ele deveria incentivar o desenvolvimento e compra de software livre.

Marcio Kuchma

Dificil responder a um argumento tao carregado de ignorancia quanto “ao presentear paises vizinhos com software livre, o governo tirou mercado de empresas brasileiras”…

Como se empresas brasileiras fossem famosas fornecedoras de sistemas a outros paises.

implantação de software ja é uma coisa q dá pra fazer muita falcatrua, ainda mais no estado onde se tu roubar não dá nada, o dinheiro não é teu…

o que deve ter acontecidoé alguem usar o nome de ‘software livre’ e encher o bolso com a grana do estado. ai uma revista pega um jornalista imbecil que acha que o problema é do software.

como se o fato do banco de dados instalado na secretaria X seja Oracle ou seja PostgreSQL fizesse diferença num esquema de corrupção.

[quote=cv]Dificil responder a um argumento tao carregado de ignorancia quanto “ao presentear paises vizinhos com software livre, o governo tirou mercado de empresas brasileiras”…

Como se empresas brasileiras fossem famosas fornecedoras de sistemas a outros paises.[/quote]

Pois é, na cabeça de um imbecil desses, as empresas não apenas demitiram horrores como é totalmente impossivel uma empresa brasileira fornecer software livre.

Esse cara deve pensar “software livre é aquilo q a gente baixa de graça e não pagamos pra ninguem tipo o winamp”