Porque alguns consultores começaram a avacalhar o mercado? Nova geração avacalhando?

Vou te dar um exemplo nefasto como as empresas instruem as pessoas a abrirem empresa - tem que ser LTDA (as vezes não precisa, mas a maioria pelo menos pede) e tem que ter um sócio junto, no contrato.
Se tiver só uma pessoa no contrato, e ela trabalhar todo dia em uma empresa, como um CLT, 8 horas por dia no mesmo lugar fixo com horários, a pessoa em questão pode entrar com uma ação trabalhista, alegando que PJ é só no papel.
Se tiver duas pessoas no contrato, fica mais difícil alegar isso, mas de qualquer forma o empregador é que tem que justificar perante a lei que isso não estava acontecendo.

Eu acho legal trabalhar de PJ quando se é PJ mesmo. O que acaba acontecendo são as empresas contratar o PJ por pagar menos encargos.
Mas na real, PJ é só no contrato, 90% que eu conheço recebe como PJ mas trabalha como CLT (sem benefícios).

Assim como também ficam pelo FGTS :-/

[quote=jaboot]Eu acho legal trabalhar de PJ quando se é PJ mesmo. O que acaba acontecendo são as empresas contratar o PJ por pagar menos encargos.
Mas na real, PJ é só no contrato, 90% que eu conheço recebe como PJ mas trabalha como CLT (sem benefícios).[/quote]
Sem mais… No final das contas você chegou ao âmago do problema.

[quote=lkbm]parece que a empresa assumiu o menor risco uma vez que lucrava mais todo esse tempo e agora que a merda atingiu o ventilador tudo que precisa fazer é culpar os novatos e descartas os PJs. :wink:
[/quote]

Não assumiu o menor risco. Ela assumiu o maior risco - justamente por estar arriscando a levar o processo trabalhista.

A negociação, se respeitada, pode ser vantajosa para ambas as partes. Como CLT, você paga até 27,5% de imposto, contra 15% como PJ. O governo também exige que você invista na poupança parte do seu dinheiro, no FGTS e no INSS - o que por sinal, é um péssimo investimento - sem falar no fato de parte desse dinheiro ficar imobilizado.

Finalmente, há encargos para ambas as partes como você ter que pagar 1 dia do seu salário para o sindicato. Facilmente, como CLT, seu salário liquido ficará muito abaixo do salário bruto.

Assim, um acordo informal pode ser vantajoso. Afinal, a empresa não paga para o PJ o mesmo valor liquido que paga para o CLT. Como o colega explicou, você consegue facilmente um valor de 1.5x até 1.8x maior como PJ - o que é aproximadamente o cálculo dos encargos trabalhistas envolvidos para o lado do funcionário. Para você fica a vantagem de receber esse dinheiro e poder gastá-lo ou aplicá-lo como quiser.

A crítica do colega é justamente na molecagem: ou seja, não aceitar os contratos. Se você aceitou trabalhar nas condições x, especialmente em nossa área, onde você tem muita escolha, mantenha-se nas condições x. Se estiver insatisfeito, tente renegociar e se isso não der certo, troque de emprego, mas honre seu contrato. Se a empresa só agiu de acordo com o que foi combinado, tenha a hombridade de não processa-la.

Agora, se o cara faz um contrato já com sangue nos olhos e mete a empresa no pau depois, ele está sendo anti-ético. Se ele faz por vingança, também está. Entrar com recurso na justiça deveria ser para casos de injustiças, ou seja, de alguém não cumprir com o acordo previamente estabelecido.

Mas para a empresa sendo processada, após o funcionário confirmar vínculo, a justiça encara aquele salário no contrato PJ com um salário de CLT e cobra todos os encargos prévios mais multa, o que representa multas de centenas de milhares de reais. E isso é injusto com a empresa, pois ela não teria fechado um salário com você num valor tão alto se você tivesse optado por ser CLT desde o início.

Sem benefícios? Mas quanto esse cara recebe como PJ? Geralmente o valor dele em contrato compensa a ausência dos benefícios. É essa geralmente a troca que se faz. Há muitos que preferem dinheiro no bolso do que outros benefícios.

Nós vivemos numa legislação em que não existem contratos. O governo é quem dita como deve ser a relação trabalhista, mesmo que você seja um profissional extremamente qualificado. O governo não te julga competente na administração do seu dinheiro. Ele diz que se ele não investir para você num fundo de garantia ou num plano de previdência, você não fará sozinho.

Essa relação nunca é vantajosa para o funcionário que agora precisa prestar conta de cada hora do seu dia para um gerente.

Desses que entraram na justiça, quantos o fizeram na vigência dos contratos?
Não dá para considerar seriedade quando se faz negócios ilegais. Esse é o ponto. Minha preocupação é que estamos “gerando” uma mentalidade do “levar vantagem”…
Precisamos de uma revolução nas nossas leis trabalhistas, tributárias, políticas, etc.
O pior é que não vejo, no momento, nada que indique que esse estado das coisas possam mudar no curto prazo.

[quote=ViniGodoy]
Sem benefícios? Mas quanto esse cara recebe como PJ? Geralmente o valor dele em contrato compensa a ausência dos benefícios. É essa geralmente a troca que se faz. Há muitos que preferem dinheiro no bolso do que outros benefícios.

Nós vivemos numa legislação em que não existem contratos. O governo é quem dita como deve ser a relação trabalhista, mesmo que você seja um profissional extremamente qualificado. O governo não te julga competente na administração do seu dinheiro. Ele diz que se ele não investir para você num fundo de garantia ou num plano de previdência, você não fará sozinho.[/quote]

Concordo, mas um profissional pode prestar serviços ou vender algum produto se ele faz questão de ser PJ. O que não pode é funcionário PJ porque ai realmente não faz sentido.

[quote=A H Gusukuma]Desses que entraram na justiça, quantos o fizeram na vigência dos contratos?
Não dá para considerar seriedade quando se faz negócios ilegais. Esse é o ponto. Minha preocupação é que estamos “gerando” uma mentalidade do “levar vantagem”…
Precisamos de uma revolução nas nossas leis trabalhistas, tributárias, políticas, etc.
O pior é que não vejo, no momento, nada que indique que esse estado das coisas possam mudar no curto prazo.
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Você acha que as leis deviam permitir as empresas explorar mão de obra fora da CLT?

[quote=lkbm][quote=A H Gusukuma]Desses que entraram na justiça, quantos o fizeram na vigência dos contratos?
Não dá para considerar seriedade quando se faz negócios ilegais. Esse é o ponto. Minha preocupação é que estamos “gerando” uma mentalidade do “levar vantagem”…
Precisamos de uma revolução nas nossas leis trabalhistas, tributárias, políticas, etc.
O pior é que não vejo, no momento, nada que indique que esse estado das coisas possam mudar no curto prazo.
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Você acha que as leis deviam permitir as empresas explorar mão de obra fora da CLT?[/quote]
Hoje, não.
Defendo que as leis sejam readequadas ao mundo atual. Levando em consideração as diversas possibilidades, inclusive, contratação de mão-de-obra por contrato, sem essa de ser via subterfúgios de PJ, por exemplo.

Como já discutimos em outros tópicos, nem todo mundo quer ser empresário. É vantajoso quando ambas as partes aceitam o contrato. Como diziam nossos avós “o combinado é o combinado, não sai caro nem barato”.

Quem deve decidir se aquilo é vantajoso para si ou não são as partes que fazem o acordo.

É sim, uma forma de burlar a lei.

Agora, não dá para dizer que não faz sentido. Se as pessoas fazem, é porque faz muito sentido.

Fazem justamente porque a CLT não dá a flexibilidade necessária, aí as pessoas buscam brechas. Creio que muita gente estaria feliz se a CLT permitisse mais negociação na hora de realizar um contrato, sem evolver milhares de burocracias de sindicatos.

Como o Gusukuma disse, a CLT está muito ultrapassada, principalmente no caso da contratação de profissionais mais qualificados. Ela sempre trata o funcionário como um coitado e a empresa como uma exploradora sem coração que está lidando com chão de fábrica.

[quote=Ruttmann]
Deixando um pouco em off.

Interessante esse cara, na Grécia antiga, 400 antes de Cristo, usando relógio de pulso…

Não pude deixar de observar! :P[/quote]

Hehehe…
eu também tinha visto isso.
Eu não pude deixar de postar essa tirinha.
Gostei de mais dela. :smiley:

[quote=ViniGodoy]
É sim, uma forma de burlar a lei.

Agora, não dá para dizer que não faz sentido. Se as pessoas fazem, é porque faz muito sentido.

Fazem justamente porque a CLT não dá a flexibilidade necessária, aí as pessoas buscam brechas. Creio que muita gente estaria feliz se a CLT permitisse mais negociação na hora de realizar um contrato, sem evolver milhares de burocracias de sindicatos.

Como o Gusukuma disse, a CLT está muito ultrapassada, principalmente no caso da contratação de profissionais mais qualificados. Ela sempre trata o funcionário como um coitado e a empresa como uma exploradora sem coração que está lidando com chão de fábrica.[/quote]

ao termo fábrica de software não é a toa.

Estamos então abrindo mão de mais flexibilidade por um problema linguístico? Ou devo acreditar que você REALMENTE acredita que uma equipe de TI seja igual a uma linha de montagem, e que programadores tem tanta autonomia quanto operários que só tem o segundo grau completo?

[quote=lkbm][quote=dtxk][quote=rmendes08][quote=lkbm]Se a empresa está sendo processada por uma “geração de profissionais” é porque boa coisa não deve ser.
[/quote]

++[/quote]

oque tem haver? lógico que não… Coisa boa não deve ser… Sim mas no sentido de novos profissionais querendo colocar seus anos de herança escravista em CLT e querendo impor suas regras um tanto ridículas. Me desculpem mas trabalho na área já a muito tempo desde meados de 2002-2003 e sempre fui PJ e CLT-COTAS. Parem de querer mudar a realidade e atrapalhar os outros![/quote]

hm… estranho 10 de experiência competindo com novatos?
[/quote]
Não entendi… Temos que trabalhar com qualquer tipo de pessoas até novatos… Seja mais especifico.

Amigo não tem nada fora da lei. Você pode ser um prestador de serviços como qualquer empresa que emite nota fiscal. Não entendi sua questão.

[quote=ViniGodoy][quote=lkbm][quote=dtxk][quote=rmendes08][quote=lkbm]Se a empresa está sendo processada por uma “geração de profissionais” é porque boa coisa não deve ser.
[/quote]

++[/quote]

oque tem haver? lógico que não… Coisa boa não deve ser… Sim mas no sentido de novos profissionais querendo colocar seus anos de herança escravista em CLT e querendo impor suas regras um tanto ridículas. Me desculpem mas trabalho na área já a muito tempo desde meados de 2002-2003 e sempre fui PJ e CLT-COTAS. Parem de querer mudar a realidade e atrapalhar os outros![/quote]

hm… estranho 10 de experiência competindo com novatos?
[/quote]

Eu entendo o que ele quer dizer. Não é questão de competir. Quando um novato envolve uma empresa num processo trabalhista, custa caro e a empresa de maneira defensiva acaba vetando toda e qualquer contração PJ. E isso afeta quem está confortável trabalhando nessa modalidade, e que as vezes levou muitos anos para conseguir reputação.

Eu mesmo sou contra tantas regulações. Acho que elas só atrapalham. Por mim, nunca trabalharia com a CLT.[/quote]

Concordo. Ganhando bem que mal tem? É oque todo mundo do grupo sempre recomendou quando eu ainda inciava meus serviços em PJ o grupo sempre recomendou pedir o dobro do CLT. Sendo assim, engloba férias 13º e etc… vai do pessoal saber negociar um bom valor e não se um escravista da CLT. Essa é minha visão.

[quote=A H Gusukuma]Como sempre, é bom ter uma abordagem sob diversos ângulos. Num primeiro momento, é bom para a empresa e para o “consultor”. Mas, em algumas situações nem tanto, como conflito, litígio, doença, acidente, afastamento, cancelamento de contrato, etc.
Quando está tudo andando bem , beleza, mas nessas situações sitadas anteriormente a coisa pega.
Isso, sem entrar no mérito da legalidade.
Do jeito que está, é bem conveniente para o lado do “consultor”, mas para a empresa que usa desses artifícios, fica numa situação precária, numa insegurança jurídica indesejável.

Eu defendo uma relação trabalhista mais flexível, mas dentro da lei. Que nem um lado seja “beneficiado” ou “lesado” em detrimento da sociedade, do mais forte ou do mais fraco.
Só que falar ou defender mudança na CLT é proibitivo, principalmente, em época de eleição. Qual político seria eleito com essa proposta? Qual sindicato (de empregados) não se mobilizaria contra?
[/quote]

Foi como falei a pouco. Você tem que pedir um valor rentável no ato da contratação como PJ ou CLT-COTAS, ambos estão dentro da lei não sei oque o pessoal está falando tanto disso.

Acredito que é a nova geração e que não está acostumada no mercado. O mercado para Java e tecnologias e afins sempre foi para um bom consultor nessas contratações comentadas. Não sei o porque que “novas pessoas” querem mudar essa realidade.

[quote=lkbm][quote=ViniGodoy]
Eu entendo o que ele quer dizer. Não é questão de competir. Quando um novato envolve uma empresa num processo trabalhista, custa caro e a empresa de maneira defensiva acaba vetando toda e qualquer contração PJ. E isso afeta quem está confortável trabalhando nessa modalidade, e que as vezes levou muitos anos para conseguir reputação.[/quote]

Se o argumento é que existe diferença entre novato e não novatos (e por isso você precisa de reputação) como essas empresas concluem de que todos tem que ser submetidos a mesma política de contratação ??? lol[/quote]
Cara, no meu ver sempre CLT foi utilizado para estagiários que tinham anos de empresa e não para prestadores de serviços… Não entendo porque o mercado está mudando essa realidade… CLT não é vantajoso lógico se você pedir um valor considerável para abranger o CLT se não não.

Também não dá para ir para o outro extremo. A CLT sempre foi a forma preferida de contratação de multinacionais e grandes empresas. Até porque, sobre elas, há grande fiscalização por parte de governos e dos sindicatos. Há também quem prefira trabalhar com a CLT para não ter que lidar com contador, ter férias garantidas, etc.

A percepção sobre o quanto o benefício vale é individual. Há quem prefira os benefícios a um possível valor pago em dinheiro.