Pessoal,
Achei bem interessante a proposta do Djalma Petit/SOFTEX na mensagem
abaixo. Me lembro que há uns 10 anos tive uma experiência muito boa
com estagiários que fizeram segundo grau com especialização em
Informática, mas a coisa não avançou porque todos eles deixaram a
empresa para poderem fazer um curso superior - na época era um estágio
obrigatório, pré-requisito para obtenção do diploma.
Fico pensando: na nossa estrutura educacional de hoje seria possível
colocar em prática esta alternativa? Se sim, para quais tarefas?
Todos nós provavelmente conhecem alguém que já entrou para a
universidade sabendo programar muito bem, e no caso de várias destas
pessoas tenho dúvidas se o curso superior de 4 anos fez tanta
diferença com relação às habilidades exigidas daquele profissional
pelo mercado. Não digo que o curso não serviu para nada (o meu
certamente serviu!), mas que pode ser que realmente existam
alternativas ao processo atual de formação de profissionais.
Imaginem o possível valor de um técnico de 18 anos, fluente em inglês
e com boas noções de sistema, atuando de forma eficiente por exemplo
em testes de sistema e/ou geração de documentação técnica de sistemas?
Seria isto possível num curso (ou em paralelo com um curso) de segundo
grau por aqui?
Até breve,
Oi Ivo,
O único esforço fundamentado que conheço nesse sentido é o programa de
Residência em Software proposto pela Qualiti/UFPE:
http://www.mct.gov.br/upd_blob/5658.pdf, além de cursos específicos que o
Petit já citou (Senai e Senac). Mas não uma solução única.
Nessa faixa de idade, o que determina melhor o desempenho são critérios
não-técnicos: maturidade, “drive” pessoal, organização, auto-conhecimento,
auto-crítica, orientação a resultados. Isso indica as pessoas com
potencial de se tornarem ótimos profissionais de TI no médio e longo
prazo - e é nessas que eu estou sempre de olho. Eu baixaria esse limiar de
expectativa se precisasse contratar 100, 200 analistas de testes em 5 dias?
Talvez sim, ou repensaria meu negócio - porque minha qualidade de serviço
iria cair com certeza.
Concluindo, acho difícil um curso específico cobrir o que você citou e
ainda deixar o Inglês fluente
mas acredito em parcerias empresa-escola
para aumentar o foco e reduzir o gap entre formação e produtividade. No
longo prazo, mais esforços irão aparecer e isso pode escalar a ponto de
suprir melhor a demanda em escala nacional.
Abraço,
Yuri Gitahy de Oliveira
Ricardo,
Bom vê-lo de voltas às nossas discussões! Concordo com você, mas até
pela experiência de 10 anos atrás que relatei, existem nichos de
excelência no segundo grau, como por exemplo (falando daqui de
Minas) o CEFET-MG em relação ao ensino técnico (pelo menos eu tinha
esta impressão quando trabalhava diretamente com estagiários vindos
de lá). Mas veja bem, se formos pensar em qualidade de ensino, a
nossa graduação universitária está em situação bem parecida, e pior
ainda, bastante dissociada (ao menos da nossa área, segundo dizem
muitos especialistas) das necessidades específicas do mercado.
Também falando da minha experiência e de algumas escolas
conceituadas que conheço: um grupo formado por centros de excelência
como DCC/UFMG (minha escola de origem), UNICAMP, PUC/Rio, UFPE, UFPB
e outras poucas escolas de vários Estados, apesar de formar
profissionais de qualidade, não consegue formá-los na quantidade
exigida pelo mercado. Este nó precisa ser desatado de alguma forma,
e achei interessante a proposta do Djalma Petit.
Um abraço,
Ivo