Revista EXAME 846 define programadores como "operários da programação"

Bom, isso é culpa do mercado, não do jornalista.

Eu, por exemplo, quando fui contratada pela Accenture, estava terminando meu curso em Administração de Empresas e a única coisa que eu já tinha estudado oficialmente de informática era um curso de VB da Impacta.

Quando terminou meu estágio eu fui fazer o curso internacional para analistas da Accenture (que hoje acho que nem tem mais) e lá meus colegas tinham backgrounds dos mais diversos, inclusive a americana que estava no meu grupo era formada em Francês.

Também já participei de projetos aqui em que colocaram uma psicóloga pra programar.

Porém, uma coisa que quero deixar claro, é que eu em minha versão recém formada em administração, a americana formada em francês e a psicóloga éramos todas plenamente capazes de executar as tarefas de programação que nos eram dadas.

Não que conhecimento em computação seja inútil (tanto é que vou começar meu mestrado em agosto), mas não é essencial que absolutamente todos os membros da equipe realmente manjem do assunto. Claro que ajudaria bastante, mas suponho que não seja o melhor custo/benefício para as empresas para o mercado estar desse jeito.

[quote=douglasfs]Comprei essa revista só para analisar essa “matéria”, é simplesmente rídiculo, uma (das várias) das partes mais rídiculas é dizer que empresas chegam a procurar funcionários em escolas de idiomas e ainda reclamam da falta de mão-de-obra qualificada, o que eles querem ?

Eles querem um “profissional” sênior altamente qualificado com inglês avançado/fluente que trabalhe 12 horas por dia e que aceite ganhar R$ 1.000,00 PJ …
.
Achei muito estranho esse lance de jogar o teto salarial dos cargos, acho que isso foi uma indireta para outras empresas do ramo definirem como teto, eles tentaram ser bem espertos.[/quote]

Pq será que eles estão sentindo a falta de mão de obra especializada ?

Aliás esse papo de “falta de mão de obra”, ou o RH deles não conhece o Apinfo e sites como o GUJ rsss, ou realmente por esse valor, vai ser impossível !!

[quote=Bani]Porém, uma coisa que quero deixar claro, é que eu em minha versão recém formada em administração, a americana formada em francês e a psicóloga éramos todas plenamente capazes de executar as tarefas de programação que nos eram dadas.

Não que conhecimento em computação seja inútil (tanto é que vou começar meu mestrado em agosto), mas não é essencial que absolutamente todos os membros da equipe realmente manjem do assunto. Claro que ajudaria bastante, mas suponho que não seja o melhor custo/benefício para as empresas para o mercado estar desse jeito.[/quote]
Bani, vou ter que discordar …
realmente, alguem que esta começando a programar, independente do background, consegue produzir software, mas não consegue produzir software de qualidade (falo isto por experiência própria, ou todos os outros começaram ja com experiência?)

alguem que esta começando consegue fazer software funcionar, mas demora muito mais do que o necessário, e causa coisas como um projeto de 6 meses que ja dura 4 anos (isto não fui eu que fiz, mas conheço o caso).

alguem que esta começando não sabe qual a diferença entre:

String result="";
for(int i=0;i<10000;i++)
  result += "" +i;
System.out.println(result);

e

StringBuilder sb = new StringBuilder();
for(int i=0;i<10000;i++)
  result.append(i);
System.out.println(sb.toString());

e este tipo de coisa vai garantir que o software “funcione” de acordo com o que o cliente queria ou não funcione (não atenda as necessidades do cliente).

Pode ser que isto não aconteça na Accenture, mas alguem que esta começando não pode tomar decisões técnicas em um projeto (sei que acontece e ja aconteceu em muitos lugares).

Lógico que todos precisam começar em algum momento, mas é furada para uma empresa achar que com a grande maioria de juniors em um time eles vão produzir alguma coisa de qualidade no tempo disponível (acho que este é um dos motivos da maior parte dos projetos falharem).

Claro, concordo que é inviável ter apenas profissionais experientes nas equipes, mas ter 90%+ de juniors como na maior parte das “fabricas de software” que eu conheço pelo menos (tudo bem, não são muitas), é pior ainda para a empresa.

IMNSHO :smiley:

EDITADO: falta de atenção minha, concordo que buscar profissionais em cursos de idiomas seja culpa do mercado e não vejo problemas nisto, como eu disse antes, todos começaram um dia, e acredito que a maior parte não tenha feito um curso ou faculdade de informática antes (eu não fiz :smiley: )

Não sei se posso agregar mais alguma coisa ao debate, mas recomendaria que lê-sem o blog do Nassif, assim vcs entenderiam uma pessoa que critica os “cabeças de planilha” de nosso país com argumentos sólidos.

Penso que administradores de empresas são em sua grande maioria pessoas que nem sabem o que querem realmente na sua vida profissional, minha visão é bem pragmática, reconheço.

Falta conhecimento de economia e finanças no pessoal da nossa área, porque eu vejo as pessoas aqui vociferando contra a matéria da revista como se isso fosse algo absurdo, para os leitores da mesma é normal.

Eu não levo à sério nada que venha da editora Abril. A VEJA por exemplo, é citada em faculdades de jornalismo como o que não deve ser feito na profissão.

São as analogias esdrúxulas dando origem a matérias idiotas. Precisamos ter cuidado quando usarmos qualquer tipo de analogia que remeta a outro campo do conhecimento qualquer. As analogias servem para fazer comparações e chegar a conclusões referentes a uma coisa baseada em outra, e é exatamente isto que as pessoas vão fazer.

Eu estou fora do mercado há algum tempo, mas não duvido que essa seja a realidade de uma porcentagem não-insignificante de quem trabalha com “produção de software sob encomenda”.

Não foi nada simpático por parte da revista jogar na cara desse jeito, mas infelizmente faz parte da realidade. E foi por isso que larguei o emprego há 4 anos atrás.[/quote]

Bani, em que trabalhas atualmente?

Esse cenário nos mostra com claridade como estão sendo executados os processos de offshore, outsource e fábrica de software no Brasil (e até mesmo no mundo).

São processos pelos quais os únicos reais beneficiários são os donos do negócios, empresários e até mesmo clientes que querem serviços pressionados a custo menores.

Esse quadro dificilmente irá mudar, temos como tendência cada vez mais empresas se “adequando” nesse estilo de ser, tratando programadores como meros macacos digitais.

Já vi e vejo muitos casos desses, empresas que realmente tratam seus funcionários programadores como pedreiros digitais ou qualquer termo pejorativo do tipo, infelizmente.

[quote=urubatan]
Claro, concordo que é inviável ter apenas profissionais experientes nas equipes, mas ter 90%+ de juniors como na maior parte das “fabricas de software” que eu conheço pelo menos (tudo bem, não são muitas), é pior ainda para a empresa.[/quote]

Sim, sem dúvida, é questão de balancear. Eu já participei de vários projetos na Accenture que deram certo nesse sentido, e também de projetos que deram errado. Nesse aspecto, eu diria que dos projetos que eu participei mais deram certo do que deram errado, especialmente quando eu ainda estava na área de consultoria e não na fábrica. Mas dizem que eu tive sorte com meus projetos.

Grinvon, já respondi isso em algum lugar aqui esse post, eu não trabalho mais, só estudo.

Campeão,

Você não sacou ainda que ganhando-se um salário razoável neguinho só se preocupa com o seu?

De um modo geral, por isso que no país está essa barbárie.

Essa revista é ridícula e eu não consigo entender como é que ela ainda vende algum exemplar! Mais ridículas ainda são as notícias que aparecem nos feeds deles: “Corrigida falha de segurança no Internet Explorer” ou “Novo vírus explora falha do mouse”. Isso é a ÚNICA coisa que eles conhecem e para eles TI resume-se a vírus, Windows e “paciência” (o joguinho).

Uma vez eu perdí meu tempo mandando um e-mail revoltado para eles falando tudo que eu penso. Até tive a impressão de que algumas coisas das que eu falei tinham mudado (eles nunca falavam de nada que não fosse Windows, duvido até que conhecessem um Mac ou Linux) mas seria muita pretensão minha achar que meu e-mail resolveria alguma coisa.

No fim das contas eu acho que revistas deste tipo existem porque possívelmente existe uma penca de pessoas idiotas por aí que adoram ler as baboseiras que eles escrevem.

Essa reportagem só veio para mostrar que eles não entendem absolutamente NECAS de desenvolvimento de software e mais do que nunca eu tenho certeza de que seus editores não estão preparados para escrever e publicar matérias em qualquer revista.

Como já falaram aqui, é uma revista puramente comercial.

[quote=guilherme.chapiewski]Essa revista é ridícula e eu não consigo entender como é que ela ainda vende algum exemplar! Mais ridículas ainda são as notícias que aparecem nos feeds deles: “Corrigida falha de segurança no Internet Explorer” ou “Novo vírus explora falha do mouse”. Isso é a ÚNICA coisa que eles conhecem e para eles TI resume-se a vírus, Windows e “paciência” (o joguinho).

Uma vez eu perdí meu tempo mandando um e-mail revoltado para eles falando tudo que eu penso. Até tive a impressão de que algumas coisas das que eu falei tinham mudado (eles nunca falavam de nada que não fosse Windows, duvido até que conhecessem um Mac ou Linux) mas seria muita pretensão minha achar que meu e-mail resolveria alguma coisa.

No fim das contas eu acho que revistas deste tipo existem porque possívelmente existe uma penca de pessoas idiotas por aí que adoram ler as baboseiras que eles escrevem.

Essa reportagem só veio para mostrar que eles não entendem absolutamente NECAS de desenvolvimento de software e mais do que nunca eu tenho certeza de que seus editores não estão preparados para escrever e publicar matérias em qualquer revista.

Como já falaram aqui, é uma revista puramente comercial.[/quote]

galera, presta atenção…é revista EXAME e não INFO EXAME

o público-alvo é pseudos-executivos

Campeão,

Você não sacou ainda que ganhando-se um salário razoável neguinho só se preocupa com o seu?

De um modo geral, por isso que no país está essa barbárie.[/quote]

Aliás, se a empresa paga bem, pq você vai entrar em greve ? O que se precisa fazer é a galera começar a estipular um padrão mínimo de reumuneração e NÃO ACEITAR propostas abaixo desse.

Começar a paulatinamente reverter a história de remuneração, mas isso vai exigir engajamento de diversas comunidades, como DFJuG , GUJ, SouJava e por aí vai …

Lembrando, não somos uma categoria, mas estão querendo transformar - empresas de RH estão rotulando e etiquetando. Talvez seja uma boa hora, para nós tb criarmos alguns “padrões”.

Por isso que não leio Infoexame e cia, escritas por jornalistas e não por proficionais da área de informática. Mas tem um certo sentido em alguma coisa que está escrito, o problema é, pela forma que está escrito parece ser algo generalizado.

Concordo com o Kenobi, se vc se vender pela primeira oferta sem discutir e aceitar qualquer valor, é óbvio que o padrão de remuneração vai cair. E quem faz isso no final vai acabar prejudicando a sí mesmo.

Falta um orgão bem definido e organizado na área de informática, como é a OAB por exemplo, uma instituição de respeito e não qualquer orgão que se sujeita a pressão do mercado. Mas ai já são outros qüinhentos…

SINDPD não me representa, pois sou atrelado ao sindicato dos comerciários, pela atividade da empresa que eu trabalho.

Isso já foi discutido, leis e taxa e bla bla bla então vamos tentar não fugir do assunto.

Até!

Certa vez fomos atrás do SindPD aqui em Goiás para ver o que eles pensavam sobre isso e também o que eles poderiam fazer pela “categoria”. Lamentável, mas resposta == null em ambos os casos.
No dia do recolhimento eles estão lá, firmes…

Olá

Realmente estou chocado com o que lí na revista. Não é possível que alguém tenha tanta ignorância em criar uma matéria dessas (e o pior: tem gente que acredita). Algumas frases que me fizeram “chorar” (não sei se é de rir ou chorar) tal como:

[quote=Exame]
Numa fábrica de software nos arredores de São Paulo, um programador júnior ganha entre 1 000 e 2 000 reais; um pleno, até 3 000 reais; e um sênior, por volta de 4 000 reais[/quote]

Por acaso essa “São Paulo” que ele cita deve ficar na China, onde tem gente de sobra, que trabalha por mixaria, mão de obra “semi-free”. Vale salientar que esses mesmos programadores são caras que fazem fórmulas “radicais” no Excel e no Word. Também não querendo subjulgar os chineses, mas aqui é muito diferente de lá

[quote=Exame]
Na subsidiária brasileira da Accenture, há cerca de 800 postos não preenchidos no momento[/quote]

Possivelmente a Accenture não preenche esses postos porque acha que desenvolvedor ganha esse salário de 1k, 2k~3k e 4k

ESSE PAPO DE 5 MIL VAGAS EM ABERTO É UMA MENTIRA, É UMA PUTA SACANAGEM! PORRA!

isso é papo pra trazer a grande massa pro desenvolvimento, pra ter mão de obra barata e de fácil localização.

Galera, pra não ofender diretamente “empresas” como essas, quase todos meus amigos já fizeram entrevista nessas “grandes empresas que faltam 500 vagas”. Quantos vocês acham que foram contratados? NENHUM! Maioria das desculpas? “pediram salário muito alto”. A empresa tem milhões de vagas em aberto mas não quer contratar ninguém, por acaso querem fazer média pra revista do naipe da exame?

O pior é que a empresa gosta de somar coisas totalmente erradas, por exemplo, você vai pra uma “empresa grande” da vida (não preciso citar nomes), você vai ganhar seus 1.5k mas daí vem com papos do tipo “mas você vai trabalhar na GRANDE EMPRESA XXX” blablabla. Outra coisa que me deixa de cara é esse pessoal do RH que dispenso comentários.

[quote=Exame]
mas a principal queixa dos empresários é o custo de contratação de profissionais no mercado brasileiro, que fica em média 30% acima do verificado na Índia[/quote]

sem comentários

daqui a pouco vai ter empresário pegando muleque miserável de 10 anos, dando treinamento (e comida) e pagando salário de 200 pila, depois vai aparecer na exame “FABRICAS DE SOFTWARE: QUALIDADE E HUMANIZAÇÃO DOS EXCLUIDOS”

cara sério, não sei o que dizer, estou abismado, de cara, puta que pariu, matéria revoltante

desculpem os palavrões, mas olha… vou tomar banho que é melhor…

pqp

EDITADO: pra evitar problemas ;~

O mercado de programação é algo muito peculiar mesmo…

Quando perguntam quanto se ganha, por um lado tem os milhares que realmente ganham na faixa de 2k, e do outro lado tem as dezenas que dizem que ganhar algo tipo 5k é o normal e que é um absurdo ganhar menos que isso.

Se a maioria é o que vale, acho que a revista está certa.

Eu fiquei na área por um pouco mais de 3 anos e nesse tempo não passou pela minha frente proposta maior do que 2500. Incompetência minha? Talvez. Mas não acho que eu seja mais incompetente que a maioria. Então, novamente, se é a maioria que vale…

Desculpem, mas tenho uma visão (talvez errada, equivocada) deste tipo de emprego/cargo/posto/afim…

O cara pega alguém que quer trabalhar(uma enfermeira ou uma inglesa que fala italiano), talvez alguém que ame programar mas não saiba/ou saiba e não consiga vaga, ou alguém desesperado que está aprendendo inglês porque pra ele aprender inglês é bom pro futuro dele(não pra trabalhar em TI).

A partir daí, ele começa a aprender como programar PARA ELES, ou seja, vão passar pequenas requisições para esse grupo de operários padrão e eles vão fazer normalmente, com ou sem qualidade, não importa.

Eles vão entupindo esse cara de cursos, talvez até programação, e este, assim como um montador da Ford aprende a montar Fiesta, Focus, aprende a fazer programas pra sua empresa. É fato consumado. Informática é área exata. Só que quando o montador de Fiesta for para a Chevrolet, como será?

É o que eu acho dessas mega-bombasticas-super-ultra empresas, tenho um exemplo real de um amigo meu que hoje é programador Cobol graças à isso, e se você visse o cara na facul diria que nem pra VB ele daria certo, não por conhecimento, o cara simplesmente não gostava de informática…

Porém, poe ele pra montar Corsa…

É melhor pagar um salário ridiculo pra outro aprender a montar como eles querem o Corsa e manter os montadores de Fiesta quietos certo?

Tirando isso, pra mim a programação está mais pra tunning do que pra linha de montagem, pois SIM usamos criatividade, SIM temos que ter conhecimento para isto e SIM merecemos bons salários…

Experimentemos não implementar aquilo que os usuários estão precisando pra ver a falta que faz um profissional do nosso tipo… Vamos deixar de atualizar programas, deixar que eles façam programas recicláveis no Excel, que aquela nova Lei que saiu não seja implementada na lógica do sistema, que o novo cálculo seja ignorado no seu financeiro, e aí? Somos mesmo linha de montagem?

Também li a matéria e posso dizer que é revoltante o jeito como ela foi escrita!! Problema é que a ideia desses caras é meio que popularizar a área de programação formando um monte de peões pra suprimir o valor da galera… Cara isso é revoltante! Você pode ver eles reclamam mas cada vez os kras tem mais lucro em cima e o custo para o cliente nunca desce…

bah qualquer coisa que eu escrever aqui vai soar redundante pelo o que já foi dito…rs… então minha indignação fica por aqui e ESPERO que as pessoas continuem se valorizando, por se elas não o fizerem, não é o mercado que vai! :-o

Quanto a quem escreveu a matéria, alguém sabe o e-mail desse cara?
só queria mandar um e-mail p/ ele dizendo que graças a deus eu não ganho a vida escrevendo besteiras (só as vezes *rs, vide POG) =D!