Revista EXAME 846 define programadores como "operários da programação"

A chave é o investimento e incentivo dos profissionais.

Se a equipe está ruim, atualize, dê treinamentos e estudo para essa equipe.

A equipe está desmotivada? Que tal um horário mais flexível, formas de lazer durante hora de almoço, estabelecer vínculos de comunicação e expressão de idéias entre os integrantes, aplicar uma remuneração melhor.

Acabei de ler a reportagem e realmente é revoltante.
Demonstra claramente o q o mercado externo e interno pensam da gente.

A analogia com uma montadora de carros e comparar linguagens de programação com inglês e espanhol é totalmente infeliz.

Acho q deveríamos mandar emails para esse Ricardo Cesar e explicar q ele teve uma visão muito equivocada de nossa realidade.

É simplesmente revoltante.

[quote=Maurício Linhares][quote=eric_jf]Jornalista não tem que “repassar informação”, jornalista tem que fazer tanto analise da informação quanto buscar outras fontes.
Mas ai é que está o problema do jornalista. O minimo que se espera de um jornalista é um pouco mais de busca nas informações. Apurar só um lado da noticia ou é amadorismo do jornalista ou mau caratismo para não dizer outra coisa.
Porque ai não é noticia é propaganda, vender propagando como se fosse notíca é no minimo anti-etico.[/quote]

Opa, calma aí doutor.

Notícia é sim repasse de informações, jornalistas não devem tomar posição nem converncer o leitor de nada em uma notícia, existem outros gêneros de texto com esse intuito. O objetivo de uma notícia é apenas levar a informação pra o leitor, para que ele mesmo possa formar a sua opinião.[/quote]

Eu não acredito em imparcialidade jornalistica.
E acho que em primeiro lugar o jornalista deve procurar varias fontes e fazer analise critica do que ele vai publicar. Jornalista não pode ser papagaio de pirata.
Apesar de sempre uma noticia vai ser parcial, é importante que se veja mais de um lado da noticia.

Se não houver critica em cima da noticia ela vai ser ainda mais ideologica.

Olha, se você tá procurando análise crítica, procura um artigo ou resenha de algum especialista, não dá pra se esperar que um jornalista entenda como tudo isso funciona quando a maior parte desse fórum não sabe, e, teoricamente, aqui nós temos pessoas especializadas na área.

[quote=lavh]Bom pessoal, concordo com vocês que a revista não tem muita credibilidade, mas eu fui ateh uma banca para ler a reportagem inteira e os presidentes das seguintes empresas:

-TCS
-EDS
-BRQ
-IBM
-Accenture
-Stefanini

estão confirmando tudo o que foi dito na reportagem. Inclusive estão dizendo que a profissão paga até demais para o que ela exige e querem diminuir o salário.

Se vcs lerem a reportagem inteira vão ficar no horror, é pior do que vcs imaginam…

então, sei lah, mas o presidente da empresa onde muitos daqui trabalham concordam plenamente com a reportagem, então, a culpa não é muito da revista…

[/quote]

A TCS cara teve que dar um aumento geral na empresa pra poder conseguir manter os funcionários na empresa…graças a deus q naum cai na tentaçao de aceitar!!

Olha, se você tá procurando análise crítica, procura um artigo ou resenha de algum especialista, não dá pra se esperar que um jornalista entenda como tudo isso funciona quando a maior parte desse fórum não sabe, e, teoricamente, aqui nós temos pessoas especializadas na área.[/quote]

Eu falei de forma generica, se vc vai noticiar algo, vc tem que ser critico e saber que a informação que vc recebeu tem um viés, no caso da noticia ele deveria ter procurando outra fonte, pelo menos o empregado.

Pelo menos a analise critica da noticia em si deveria ter sido feita, se ele fosse um bom jornalista.

E podemos conjecturar algo pior, que seria a de política ideológica mesmo, em se tratando da Abril, acho até mais provável.

Eu já fiz diversas aulas com as turmas de jornalismo da USP e devo concordar com o eric_jf…

Por mais que jornalistas raramente manjem do assunto sobre o qual estão escrevendo, é obrigação deles fazer uma análise crítica e ter algum posicionamento.

De qualquer forma… alguma das pessoas que discordou da reportagem trabalha em fábrica de software? Porque o título é Fábricas de Informação e o “subtítulo” da matéria no índice é As linhas de montagem para produção de software ganham espaço no Brasil

Acho que ficou bastante claro que ele estava escrevendo sobre fábricas de software especificamente, e mais especificamente ainda sobre “3 letrinhas”, então quem não trabalha nesse esquema não devia se sentir “atingido” pela reportagem, no máximo ficar com pena da triste realidade descrita nela.

Quem veio criar polêmica aqui foi o Lucas dando um título desses pro tópico… É meio que uma questão de conjunto/subconjunto. Na revista está escrito que “operários da programação” são programadores, e não que programadores são “operários da programação”… Acho que o povo ficou exaltado e o que faltou foi LEITURA crítica. Pois o Lucas sim foi muito parcial com seus recortes da reportagem.

Nada pessoal viu Lucas, depois a gente acerta nossas opiniões no boxe do Wii… :wink:

Interessante que aqui no GUJ tem centenas de tópicos com o pessoal descendo o pau em fábrica de software, mas quando aparece alguma reportagem como essa, um monte de gente se chateia.

Parece que só nós podemos falar mal da área. Os outros, não. :stuck_out_tongue:

Acho que no caso do programador é pior do que o do operário. O operário sabe que ele está montando uma porta para um carro. Por exemplo.

Eu trabalho em fábrica de software e mês passado desenvolvi uns 7 programas mais ou menos. Não sei a real utilidade de nenhum deles. As especificações recebidas parecem fazer questão de não deixar claro para que serve aquele programa.

Desenvolver -> Testar -> Validar.

Entender o negócio e poder dar idéias? De jeito nenhum! rsrs

Ah…e a fábrica é em uma empresa “3 letrinhas”.

[]'s

[quote=_rafael]Eu trabalho em fábrica de software e mês passado desenvolvi uns 7 programas mais ou menos. Não sei a real utilidade de nenhum deles. As especificações recebidas parecem fazer questão de não deixar claro para que serve aquele programa…
[/quote]

Rafael, conte mais… rsrsrs

Nunca trabalhei com fábrica de software, mas sempre fugi de propostas de empresas que utilizavam essa abordagem. O por quê? Simples, sou uma pessoa e não um robô. ODEIO, NÃO SUPORTO, MONOTONIA E TRABALHO REPETITIVO. Eu não seria produtivo com uma forma de desenvolver como essas, e estou certo de que há muitas pessoas que pensam como eu.

:wink:

O Pior é que nem tem mais o que dizer. rsrs Esse é o problema.

Eu também não gosto de trabalhar em fábrica. Mas entendo que o futuro do desenvolvimento no Brasil está fadado a isso. Percebam que muitas propostas que pedem inglês fluente é pra fábrica de software. Aqui mesmo tem algumas pessoas que atendem só clientes externos sem nunca ter visto a cara dos mesmos. Acho isso horrível.

A fábrica em que trabalho acho que é ainda pior. Pois as dúvidas não são tiradas por telefone e sim por um ferramenta que distribui as perguntas dos desenvolvedores. Um saco.

Não é a toa que Júniores se adaptem melhor a fábricas de software. Galera sem experiência emplogada com tudo. Além do fator custo.

[quote=_rafael]
Eu também não gosto de trabalhar em fábrica. Mas entendo que o futuro do desenvolvimento no Brasil está fadado a isso.[/quote]

O modelo de outsourcing como conhecemos hoje está fadado ao fracasso em breve. Em algum tempo o emprego vai voltar para o lugar onde existem pessoas minimamente preocupadas com qualidade, e este lugar não é no Brasil e muito menos numa empresa de três letrinhas. Basta o nível de abstração subir um pouquinho e não precisamos mais de 9/10 da mão de obra atual. Como o volume não se apga em qualidade…

Depois de ler esta reportagem e de ver o próprio presidente da empresa na qual eu trabalho me chamar de peão que não pensa, resolvi ir a luta e procurar outro emprego q não seja nesse esquema de fábrica de software…

e hj…finalmente…consegui arrumar um! Em um lugar que usa metodologias ageis, investe e qualifica seus funcionarios…e o salario eh melhor!

antes tarde do que nunca neh!!! :lol:

Espero nunca morder a lingua e voltar a trabalhar em fábricas de software…hehehehe

[quote=ZehOliveira]Interessante que aqui no GUJ tem centenas de tópicos com o pessoal descendo o pau em fábrica de software, mas quando aparece alguma reportagem como essa, um monte de gente se chateia.

Parece que só nós podemos falar mal da área. Os outros, não. :P[/quote]

Pera lá, falar mal de fábricas é uma coisa. Falar mal de todos os programadores é outra bem diferente.

Eu acho o modelo de fabrica de software extremamente escroto. Agora dizer que todos os programadores são peões é muita ignorância.

Nunca duvide da imbecilidade humana meu caro. Mesmo não dando certo, mesmo sendo uma bosta… Na minha opinião vai continuar crescendo.

.

[quote=LucasUyezu]
Concordo com vc Maurício, mas o problema é que nesse caso (e espero que concorde comigo nesse aspecto) a teoria é muito diferente da prática. Tanto do lado do jornalista parcial, quanto do leitor que não digere o que leu./quote]

Que o leitor deve ser crítico tambem concordo.
Mas imparcialidade não existe, toda notíca é parcial.

E já que toda noticia é parcial, pelo menos que haja uma critica em cima da noticia.

Nunca duvide da imbecilidade humana meu caro. Mesmo não dando certo, mesmo sendo uma bosta… Na minha opinião vai continuar crescendo.[/quote]

Sei não. Existem alguns indícios de que isso não vai durar por muito tempo.

Apesar disso eu acho que infelizmente existe lugar para os dois modelos. Muita gente não está disposta a arcar com os custos de ter um software de alta qualidade.

Não sei qual é o espanto em ver essa matéria.
Esse processo de desvalorização da mão de obra é um processo inerente ao capitalismo. Qualquer atividade esta sobe esta lei. Quanto mais o homem cria valores, mais ele se desvaloriza. No capitalismo, as empresas lutam por lucros e nada mais óbvio que querer desvalorizar a mão de obra pra se tornar mais lucrativa e competitiva no mercado.
Quando a gente vai comprar um tênis da Nike ninguem quer saber se o tênis foi fabricado por uma pessoa que trabalha em regime de escravidão la na india. Quem aqui compra um tênis e se preocupa com a pessoa que ta la na outra ponta fabricando? A gente(eu incluso) só sabe que quer pagar mais e mais barato. Isso faz parte do nosso sistema.
Se queremos ganhar dinheiro, o negócio é se especializar em conhecer o nosso sistema e tirar proveito das leis que o regem.

Abraço a todos.

Interessante essa matéria. Ao contrário Giuliano Costa, acredito que isso seja problema do brasileiro e não do capitalismo. Talvez o mesmo processo exista em outros países, mas quando tive a oportunidade de trabalhar no exterior tive a impressão de ser mais valorizado. A primeira vez que recebi um elogio pelo meu trabalho foi no exterior, acreditem se puder. De brasileiro? Gerente tentando me convencer de que fazer planilha no Excel é melhor para a carreira e me olhando enviesado quando percebe que o meu talento não é babar no ovo de ninguém.

Isso é apenas um retrato da realidade do Brasil. Este não é um país com tradição tecnológica, portanto as pessoas não associam habilidades técnicas com geração de riqueza, revolução digital ou Bill Gates. Não há a idéia de que alguém ou um grupo de pessoas possam através dessas habilidades criar algo interessante que possa ser comercializado. Geralmente programador é mal visto dentro das organizações, mesmo naquelas ditas “empresas de tecnologia”.

Empresas no Brasil chegam a ser ridículas. Já vi cada coisa Dilbertiana. Em outros países também existem tais coisas, mas a diferença é que aqui é muito mais. Por exemplo, tive um gerente que delegou algumas funções para alguns funcionários, coisas imbecis como “conversas de cafézinho”. Acreditem se puder, eu fui encarregado de fazer “conversas de cafézinho” com o pessoal com quem trabalhava, e isso segundo eles, as mentes pensantes, era treinamento para mais tarde seguir carreira gerencial. Existiam inúmeras reuniões inúteis, tarefas braçais envolvendo Excel e “comunicação” (termo genérico que envolve almoços, conversas de cafézinhos e outras coisas que todos nós fazemos mas não somos gerentes para ganhar salário por isso), e hierarquias sem sentido que mais pareciam uma desculpa para dizer que fazíamos alguma coisa.

Pelo menos os gerentes gringos com quem trabalhei me tratavam muito melhor. Por isso tive a impressão que no exterior é melhor que aqui, não apenas ganha-se mais, mas também programador é mais respeitado (até um certo ponto).